Quinta, 02 De Maio De 2024
       
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MinC celebra Dia Nacional da Mulher Sambista


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Publicado em 16 de abril de 2024
Por Jornal Do Dia Se


Um pé no samba, outro no pagode(Pritty Reis.)

Ministério da Cultura (MinC) celebrou, pela primeira vez, o Dia Nacional da Mulher Sambista, comemorado sábado, 13 de abril, dia em que nasceu a primeira-dama do Samba, como era conhecida Dona Ivone Lara. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, o dia entra para o calendário nacional com o objetivo de reconhecer o legado dela e de outras sambistas brasileiras.
Para a chefe da Cultura, essa é uma grande conquista. “Celebrar Dona Ivone Lara com essa data no nosso calendário é eternizá-la e também uma maneira de promover o conhecimento sobre sua vasta contribuição deixada para o país, para as mulheres e para o nosso samba”.
Nascida no Rio de Janeiro em 13 de abril de 1921, Dona Ivone ficou órfã de pai e de mãe muito cedo e seguiu carreira como enfermeira, tornando-se referência para a luta antimanicomial no país. Ainda nos anos 40 e 50 os sambas que dona Ivone compunha eram levados para o terreiro do Império Serrano e do Prazer da Serrinha, por meio de seu primo, o Mestre Fuleiro, como se fossem sambas dele.
“Acho importantíssimo que se celebre essa data através de Dona Ivone Lara, que é uma pioneira incrível dessa nossa história do samba, uma mulher que nasceu nos anos 20 do século passado, e que pegou todo o começo dessa história, embora tenha nascido no subúrbio e tenha tido uma vivência muito próxima das escolas de samba, ela foi uma mulher que teve muita dificuldade para se encontrar como sambista”, conta Leonardo Bruno, autor do livro Canto da rainha – O poder das mulheres que escreveram a história do samba.
Dona Ivone é uma pioneira, a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Império Serrano, anos 60, levando para a avenida o samba-enredo Os Cinco Bailes da História do Rio.
“Para se ter uma ideia de como ela foi pioneira, em 1965, não temos outra mulher que tenha assinado um samba-enredo no Império Serrano”.
A carreira em disco de Dona Ivone começa em 1978, quando ela tinha 56 anos. Após a morte do marido e com os filhos criados é que ela pode se dedicar à carreira de cantora, quando vieram sucessos como Alguém Me Avisou, Acreditar, Sorriso Negro, Tendência e tantos outros sucessos, eternizados na voz de grandes intérpretes e nas rodas de samba país à fora. Dona Ivone faleceu em 17 de abril de 2018.
Leonardo Bruno conta também que foi Dona Ivone quem inspirou a cantora Beth Carvalho a tocar cavaquinho.
“Ela começa a querer tocar quando ela vê a Dona Ivone tocando cavaquinho. A Beth no primeiro disco de samba em 1973, aparece com o cavaquinho na mão, uma outra pioneira, e ela diz que é porque ela via dona Ivone com um cavaquinho na mão”.
O pesquisador ressaltou a importância de nomear a data mulher sambista, que amplia a compreensão do que é ser sambista também para figuras femininas.
“A figura do sambista sempre foi muito associada ao universo masculino, então se você pensar na figura visual do sambista, o malandro, vestido com chapéu de palha, com terno de linho, camisa listrada, sapato bicolor, essa é uma figura muito masculina. O samba sempre foi desde o começo do século passado, ao longo de sua história, um ambiente muito masculino, primeiro porque era o ambiente da rua, que em algum momento já foi um ambiente que era mais negado às mulheres”.
Fabiana Cozza é cantora, escritora, pesquisadora e intérprete de Dona Ivone, e diz que teve a oportunidade de estar com a artista no início de sua carreira e sempre faz um exercício de revisitar sua obra.

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