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Papéis sagrados


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Publicado em 13 de abril de 2024
Por Jornal Do Dia Se


* Paulino Fernandes de Lima

Nessa “Semana Santa” que passou, bateu uma saudade imensa de alguns anos atrás, quando alguns elementos com que, obrigatoriamente convivemos hoje, ainda não tinham chegado para estragar muitos encantos do passado.
Falo, por exemplo, do lado impiedosamente mal da tecnologia (porque sei do lado bom dela que também existe), que com suas inovações, acabou tirando a essência do mundo das artes, especialmente do Cinema.
Há um bom tempo, as emissoras de televisão deixaram de exibir os tradicionais filmes bíblicos que, classicamente, educavam e contribuíam para levar a muitas pessoas, as histórias de personagens que o Livro Sagrado narra.
Naqueles tempos, a famosa “Sessão da tarde”, da Globo, ou as sessões de filme dos sábados (Supercine, Sessão de gala, Corujão, etc), por exemplo, eram desejosamente esperadas, não só para “cinéfilos de carteirinha” que nem eu, mas pelos apreciadores do gênero de filmes bíblicos.
Meus olhos contemplaram por tardes e noites, grandes clássicos do Cinema, os quais, mesmo quando não sendo tão fiéis à maneira e ao enredo descrito na Bíblia, embelezavam pela magnitude dos cenários e das cenas, pois o investimento das indústrias cinematográficas, em conjunto com o elenco de atores; trilhas sonoras e dedicação de cada um, faziam a diferença.
Hoje, só doces recordações daqueles áureos momentos em que a família sentava-se em frente à televisão, pois só após muitos anos de exibição dos filmes nas salas de cinema, é que as emissoras de TV detinham os direitos de transmissão nas “telinhas”.
Foi assim que assisti, dezenas de vezes, a clássicos como Ben-Hur, em que Charlton Heston, impecavelmente, veste a pele do Príncipe judeu, Judah Ben-Hur, na adaptação cinematográfica do Romance homônimo.
A narrativa fictícia foi tão lindamente construída, que levei anos para saber que o Personagem não constava em nenhum Livro da Bíblia sagrada. Só as cenas em que aparece com Jesus Cristo já valem uma revisita ao Clássico, hoje fartamente acessível nas plataformas de “streaming”.
O mesmo Charlton Heston encarnou antes Moisés, em “Os dez mandamentos”, de Cecil B. De Mille, de 1955, e faz uma “considerável ponta”, como João Batista, sob a direção de George Stevens, em “A maior história de todos os tempos”, em 1965.
Além de Heston, outros nomes do Cinema, tenham ou não recebido todas as honrarias ou reconhecimento devidos, contribuíram enormemente, interpretando personagens da Bíblia, e consagrando-se nos relevantes papéis, como Victor Mature (Sansão e Dalila; O manto sagrado; Demétrius, o gladiador, etc).
Ah, tempos que não voltaram mais!
Ainda bem que nem tudo se perdeu!
Já que as emissoras de televisão abandonaram a exibição desses clássicos (até nas datas dedicadas à reflexão da Palavra), a tecnologia chegou (com seu lado bom), para permitir que matemos a saudade, vendo e revendo esses inesquecíveis sucessos do Cinema.

* Paulino Fernandes de Lima, defensor público e professor

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