Pedestre morre atropelado por ônibus na Tancredo Neves

Milton Alves Júnior

O ano de 2022 começou trágico no trânsito de Aracaju. Com três registros fatais somente na primeira semana deste novo ciclo, a capital sergipana já atingiu a média mensal de mortes provocadas por acidente envolvendo motociclistas, motoristas e pedestres. Esse comparativo ocorre em referência ao ano passado, quando, conforme contabilidade apresentada pelos órgãos de fiscalização e monitoramento, a cada mês, três pessoas perderam a vida vítimas em ruas ou avenidas da cidade. O primeiro caso foi registrado no sábado, dia 01º, quando o policial militar Otávio Santos Ferreira, de 28 anos, morreu após colidir de forma frontal contra uma estrutura de concreto no bairro Coroa do Meio, zona Sul da capital.
O segundo registro fatal foi oficializado na tarde da última quarta-feira (5), quando Rivanilde dos Santos Souza, de 39 anos, perdeu a vida após impactar de forma brusca a motocicleta em que conduzia, contra um carro na Avenida Augusto Franco, na zona Oeste. Concluindo a estatística negativa, no início da manhã de ontem um pedestre morreu após ser atropelado por um ônibus na Avenida Tancredo Neves, considerada pelos órgãos de trânsito como sendo uma das vias expressas mais movimentadas e perigosas de Aracaju. A preocupação por parte de gestores da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), e da Companhia de Polícia de Trânsito (CPTran), está na probabilidade de multiplicação dos casos trágicos.
De acordo com o especialista em Engenharia de Tráfego e ex-diretor de Planejamento da SMTT, Francisco Navarro, ao longo dos últimos dez anos todos os órgãos diretamente envolvidos com trânsito na região metropolitana de Aracaju têm realizado e ampliado ações que proporcionem maior segurança coletiva. Entre essas medidas está a melhoria da iluminação pública; qualificação das sinalizações de chão; melhoria das placas de trânsito; além de instalação de radares e realização de campanhas educativas. Esse processo de impulsionamento das medidas de segurança agrega ainda a redução do limite de velocidade; em 11 de junho de 2007 o limite de velocidade em Aracaju baixou de 80, para 60 km/h.
Mesmo com estas intervenções, sobretudo governamentais, Navarro chama a atenção dos condutores de veículos e pedestres para a necessidade de cuidado próprio no momento em que estiver transitando por ruas e avenidas. Essas orientações são compartilhadas e direcionadas também para operadores de limpeza urbana, técnicos de iluminação pública e telefonia, bem como ciclistas. “Pouco vai adiantar os órgãos de Segurança Pública, de Transporte e Trânsito realizar intervenções que protejam a vida das pessoas, caso as próprias não buscarem ampliar os cuidados. Existem fatalidades pouco capazes de serem evitadas pelo ser humano, mas o que predomina mesmo é a imprudência de alguma das partes envolvidas no contexto trágico”, avaliou.