Padre Raul Bonfim Borges: um Sancristovense a serviço do Reino de Deus

Everaldo Pinto Fontes, gaspeu.

O padre Raul Bonfim Borges nasceu em 3 de janeiro de 1937, na cidade de São Cristóvão, Sergipe. É poeta, escritor, artista plástico e amante de pesquisas históricas. Filho de Francisco Borges Vieira e Otacília Bonfim Borges, padre Raul morou no Apicum Merem, hoje Avenida Irineu Nery. Ele conta: “Entrando em São Cristóvão pela cidade baixa, antes de atravessar a ponte sobre o Paramopama, vê-se à direita uma entrada de uma cumprida rua, asfaltada, antes chamada de Apicum Merem, hoje Irineu Nery. Quando a maré sobe, o Rio Paramopama, que sofre sua influência através do Vaza Barris, inunda levemente os terrenos dos fundos das casas à esquerda da rua situada às margens do Rio. Local onde eu nasci”. E poetiza: “Cheguei ao mundo respirando a maresia, o cheiro forte dos crustáceos e peixe. Sentindo sabor do sal e o calor de um sol de verão”.
Aos 5 anos perdeu a mãe, e quase nem lembra da fisionomia dela. Dona Otacília trabalhava em uma fábrica de Aracaju, onde morava. Pariu 14 filhos, sendo padre Raul o último. Quando sua mãe encontrava-se doente do sistema respiratório, seu pai foi aconselhado pelo senhor Irineu Nery a residir em São Cristóvão. Morar no interior, um ar mais arejado. Foi quando ela ficou grávida e pariu seu último filho.
Afilhado do senhor Irineu Nery, que o criou e lhe proporcionou sua instrução e religiosidade, padre Raul tornou-se um grande ser humano, preparado para a vida, para o amor ao próximo e o servir ao reino de Deus.
Sua personalidade reúne um complexo mundo de artes, que vão da pintura em telas ao encantamento das Letras, sem falar do universo cultural e histórico que envolveu os anos dourados de sua formação nos seminários de Aracaju, João Pessoa e Fortaleza. Além dos títulos ainda não publicados, ele é autor de Quadragésimas, Oferendas, Cartas Para Francisco, Paróquia N Senhora da Vitória: 400 anos de história, fé e evangelização, e é autor do hino de Nossa Senhora da Vitória, padroeira de São Cristóvão. Muitos dos seus poemas foram publicados em Minas Gerais, tanto no jornal O Lutador quanto no jornal Opinião.
Ordenou-se sacerdote no dia 7 de julho de 1963, na Catedral Metropolitana de Aracaju, pela imposição e oração consecratória do então Arcebispo Metropolitano, Dom José Vicente Távora.
Quanto ao desenvolvimento de suas atividades pastorais, passou pelos municípios sergipanos de Campo do Brito, Laranjeiras, Carira, Aracaju e Macambira. Também passou uma temporada entre Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Foi homenageado em Carira com o nome da Escola Municipal Padre Raul Borges. Essa homenagem foi mais um ato de reconhecimento pelos serviços prestados e de carinho concedido pelo povo de Carira.
Ele conduziu os trabalhos de reforma da igreja Matriz, na msma cidade, assim que chegou, em 1965, sob a supervisão do mestre de obras Edvaldo Matos, responsável pela reforma das igrejas de Frei Paulo e Japaratuba. Na oportunidade, foram realizados a construção da sacristia, o concerto do telhado, a construção do novo altar-mor e dos arcos do presbítero, a colocação dos azulejos nas paredes laterais, as aberturas de nichos para as imagens nas paredes laterais e a construção do muro da igreja.
Este ano, em 7 de julho de 2022, ele comemora 59 anos de sacerdócio. É pela graça do exercício do ministério sacerdotal confiado pela Igreja, que ele se entregou incondicionalmente ao Senhor. Foram, portanto, a imposição das mãos do Senhor Arcebispo Metropolitano, Dom José Vicente Távora, e a sua oração consecratória que confirmaram a generosidade da sua entrega pela aceitação da Igreja.
Tudo isso pode ser resumindo pelo próprio pensamento do Pe. Raul, na mensagem final de seu livro Cartas para Francisco, quando ele oferece ao próprio Cristo os frutos do exercício de seu ministério sacerdotal: “Que seja ele mesmo, o Senhor, a colher os frutos sacerdotais do ministério que me permitiu realizar em favor de tantos irmãos e irmãs, por todos os lugares por onde passei durante os últimos cinquenta anos de minha existência. Muitos desses frutos já chegaram à maturidade espiritual da plenitude de seu Reino, cujo mistério só ele conhece pelo poder e pela autoridade que lhe são próprios”.
Que Deus o conserve alegre pelo seu ser Sacerdotal e, ao mesmo tempo, fiel ao supremo dom da participação no Sacerdócio de Cristo que há em sua pessoa. Por tudo que viveu e experimentou da graça operante de Deus durante esses anos, na sua vida e da vida dos irmãos, que o Senhor seja sua própria recompensa.

Everaldo Pinto Fontes, gaspeu. Professor Aposentado da Rede Municipal de Aracaju e da Rede Estadual de Sergipe, Ex Secretario de Educação do Município de São Cristóvão, Ex Presidente da Fundação de Cultura e Turismo de São Cristóvão e Ex Diretor da Diretoria Regional de Educação da Grande Aracaju (DRE-08)