A vida presta!

Rian Santos
riansantos@jornaldodiase.com.br

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“A vida presta!”. A sentença da atriz Fernanda Torres, dona de um globo de ouro pela atuação no filme Ainda Estou Aqui, com chances reais de abocanhar também um Oscar, rima com o único volume de crônicas publicado pelo poeta Amaral Cavalcante. Contra o arbítrio da força bruta, eu concluo, o melhor remédio será sempre a poesia.
Ainda Estou Aqui foi indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em três categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz, para Fernanda Torres. Esta é a primeira vez que o cinema brasileiro tem um representante na disputa pela estatueta de Melhor Filme, maior honraria da premiação.
As indicações a Melhor Atriz e Melhor Filme Internacional encerram um período de 26 anos em que produções brasileiras não competiram nessas categorias. A última vez que o país teve um representante entre os indicados foi em 1999, com Fernanda Montenegro e “Central do Brasil”, também dirigido por Walter Salles.
O cineasta comentou as nomeações: “Muita alegria e emoção pela indicação tão merecida da Nanda, 26 anos depois de dona Fernanda, e do Central do Brasil. Esse é um momento de celebração não só para todos nós que fizemos ‘Ainda Estou Aqui’, mas para toda a cultura brasileira.
E vai além: “É o reconhecimento da literatura brasileira do livro seminal de Marcelo, da música brasileira genial de Caetano, Gal, Erasmo e Tom Zé, do cinema brasileiro que forma atores e artistas tão incríveis quanto estes com quem eu tive a honra de colaborar. Acima de tudo, é o reconhecimento da importância de Eunice Paiva como protagonista da história do país”.
Beletrista de província, eu assino embaixo, sem tirar nem por. Como a lembrar o Poeminho do Contra, os belos e manjados versos de Mario Quintana: Eles passarão… Eu, passarinho.