61 anos do golpe militar é marcado por protesto e reflexão no Centro de Aracaju
Publicado em 02 de abril de 2025
Por Jornal Do Dia Se
‘Ato de Descomemoração ao golpe de 1964 e sem anistia para golpistas’ traz à tona as violências praticadas durante a Ditadura Militar no Brasil e reforça a luta pela prisão de todos os golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT/Sergipe), militantes do movimento sindical e movimentos sociais de Sergipe passaram a manhã desta terça-feira, dia 1 de abril, dialogando com a população do Centro de Aracaju para marcar a data histórica dos 61 anos do golpe militar no Brasil.
A professora Ivonete Cruz, dirigente da CUT e da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação) lembrou que o golpe deflagrado em 1964 foi uma resposta às reformas de base propostas pelo então presidente do Brasil João Goulart para melhorar as condições de vida da população brasileira. Ivonete também reafirmou a luta para que não haja anistia e para que sejam punidos todos os envolvidos na operação punhal verde que tentou derrubar a democracia brasileira no dia 8 de janeiro de 2023.
“Precisam ir direto pra cadeia todas as pessoas que junto com Bolsonaro construíram a tentativa de golpe, planejaram, financiaram e executaram a tentativa de golpe que previa o assassinato do presidente da república Lula, o vice-presidente e o ministro do STF. Essas pessoas precisam responder pelos crimes que cometeram, por isso precisamos resistir e ocupar as ruas. A rua não é dessa direita que aniquila, mata e destrói, a rua é do trabalhador e da trabalhadora”, declarou a professora Ivonete Cruz.
A história da CUT faz parte da luta pela democracia no Brasil, desde sua fundação, em 1983, durante o período do regime de exceção, com a classe trabalhadora mostrando sua força, sua organização como forma de resistência e reação à ditadura militar. E foi um dos pilares da redemocratização do país.
Na luta em defesa da democracia e contra o golpe, o momento é emblemático porque o Supremo Tribunal Federal tornou réus Bolsonaro e mais 6 aliados na tentativa de golpe de estado que ocorreu em 8 de janeiro de 2023 para impedir que o presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva exercesse o seu mandato.
Para reforçar o coro “sem anistia para golpista” e relembrar o golpe de 1964 – para que golpes nunca mais aconteçam – a CUT realizou em sua sede, na tarde desta terça-feira, o debate “A Questão Militar no Governo Lula”, com a presença dos autores dos artigos sobre o tema nos dois livros “Democracia e Direitos Humanos no Brasil: a ofensiva das direitas” publicados pela CUT em 2021 e 2022.
Os professores Ana Penido, Marcelo Buzetto, Valter Pomar, Suzeley Kalil e o jornalista Breno Altman, falaram sobre os desafios para a democratização das Forças Armadas