Quinta, 26 De Dezembro De 2024
       
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Shopping Jardins: peritos reconstituem morte de motorista


Publicado em 04 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


A delegada Thereza Simony Nunes Silva foi quem conduziu a reconstituição

VIÚVA PASSOU MAL EM RECONSTITUIÇÃO

A Polícia Civil e o Instituto de Criminalística realizaram ontem de manhã a reconstituição da morte do motorista desempregado Leidson Reis dos Santos, 39 anos, que ocorreu em 11 de fevereiro deste ano, dentro da praça de alimentação do Shopping Jardins, no bairro Jardins (zona sul da capital). Os peritos permaneceram no local por mais de três horas e meia e refizeram todos os fatos ocorridos naquela noite, incluindo a briga da vítima com gerentes de uma loja e sua imobilização por parte dos seguranças do shopping. Um dos seguranças, Carlos Alberto Santos, é réu do processo e acusado de aplicar um golpe conhecido como "mata-leão", fraturando o pescoço de Leidson e causando sua morte.

Duas alas do shopping foram interditadas durante o trabalho da perícia, ao qual a imprensa não teve acesso. Participaram da reconstituição, além dos envolvidos no episódio, de seus advogados e de testemunhas, o coordenador geral de Perícias, Adelino Costa Lisboa, a delegada Thereza Simony Nunes Silva, do Departamento de Homicídios (DHPP), e a promotora Cláudia Daniele Franco, da 8ª Vara Criminal de Aracaju. A viúva do motorista, Maria Cristina Terto, aguardou a reconstituição do lado de fora e, muito nervosa, sofreu uma crise de hipertensão, precisando ser levada ao Pronto-Socorro Nestor Piva, no 18 do Forte (zona norte).

A grande polêmica foi a presença dos peritos criminais Vanja de Oliveira Coelho e Ozório Félix da Costa, do Instituto de Criminalística de Pernambuco, contratados para acompanhar a perícia oficial. O advogado da família de Leidson, Antônio Sampaio, protestou e insinuou que esta seria uma estratégia do Jardins para se livrar de sua culpa no caso. "Há uma tendência do shopping em tentar modificar uma ação em si e evitar a responsabilidade sobre esse crime. Observei aqui é que tem um aparato da polícia de Pernambuco referente à assistência técnica. Quem faz esta assistência técnica é sempre uma contratação privada, e não servidores públicos de Pernambuco com as roupas de lá. Acho isso muito, muito estranho", disse, acusando o shopping de "usar o poder econômico tentar imputar à vítima uma responsabilidade por sua morte".

A delegada Thereza Simony confirmou a presença da perita pernambucana, mas informou que ela foi contratada por advogados de defesa do shopping e do réu. "Ela não está aqui de forma oficial, mas sim de forma particular", resumiu ela, avaliando a reconstituição como "esclarecedora" para o processo. "A autoria do crime foi definida durante a apuração do inquérito, é inconteste, mas ainda restavam esclarecer alguns pontos sobre a dinâmica dos fatos daquela noite. E pudemos confrontar as versões das testemunhas", disse ela. A perícia constatou que Carlos Alberto matou Leidson por asfixia e que a vítima estava embriagada, "em estágio de confusão e sem atender aos próprios reflexos".

Em nota, o Shopping Jardins disse que a participação dos peritos de Pernambuco na reconstituição de ontem foi pedida pelo advogado de Carlos Alberto e deferida pela juíza Soraia Gonçalves de Melo, da 8ª Vara Criminal, que comunicou o pedido ao Instituto de Criminalística de Pernambuco. Disse também que Vanja Coelho foi requisitada por sua "expertise em reprodução simulada" e "que todo o procedimento está documentado nos autos do processo". Uma nova audiência sobre o caso Leidson acontecerá em 19 de outubro, no Fórum Gumercindo Bessa. (Gabriel Damásio)

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