Segundo o Sintrase, o Hospital de Glória enfrenta problemas graves
Sindicato constata situação de caos no hospital de Glória
Publicado em 14 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Após visitar o Hospital Regional João Alves Filho, de Nossa Senhora da Glória, no sertão sergipano, a diretoria do Sintasa constatou que o local tem péssimas condições de trabalho, prejudicando muito o atendimento aos usuários. Os sindicalistas ouviram as reclamações dos servidores que denunciaram uma série de situações, como falta de medicamentos e material, falta de segurança, estrutura física do prédio precária, alimentação de má qualidade, carência de profissionais de saúde e excesso de trabalho. O atraso da reforma do prédio também foi percebido, uma vez que se arrasta há mais de dois anos.
O presidente do Sintasa, Augusto Couto, alerta que no ano passado o sindicato esteve presente no hospital, e na ocasião foi dada a garantia de que a gestão iria resolver toda a estrutura do local, mas hoje percebe-se que cenário é muito pior do que há um ano. "A população está sofrendo. O pior de tudo é a falta de material de insumo. Hoje chegaram seringas e soro fisiológico, mas não o suficiente. Não se sabe se dará para o plantão", disse.
A lista da falta de remédios e material de trabalho é grande, como carência de "Scalp" (acessório que reduz o risco de acidentes em coleta de sangue), soro glicosado, soro fisiológico, álcool, luvas, esparadrapo, máscara, dipirona, dexametasona, plasil e diclofenaco.
No turno da noite, a insatisfação também é pelo fato de que, segundo os servidores, só existem dois profissionais para cada setor, quando a quantidade deveria ser maior. Faltam ainda profissionais para o manuseio de equipamentos como de oxigênio e ar-comprimido.
Há também reclamação que o Estar, área de descanso dos funcionários, está precária por conta de camas quebradas e colchões velhos. Há número insuficiente de leitos também para todos os servidores.
Estrutura precária – Outro ponto que chama bastante atenção é a estrutura precária do prédio. No setor de obstetrícia, por exemplo, as gestantes dividem espaço com paredes e tetos danificados, úmidos e com visíveis presenças de limos. Não há climatização no ambiente. O local onde é dado banho no bebê é uma pia com chuveiro improvisado, cuja temperatura da água não é constante. As mães, por sua vez, não contam com água morna no banho. Há muitos casos em que elas precisam fazer suas limpezas com água gelada, mesmo numa temperatura fria.
Destaca-se ainda o corredor sem iluminação que liga recepção aos laboratórios. No caminho, veem-se besouros, fiação exposta e crescimento do mato, o que pode causar uma série de doenças.