O MICROONDAS ONDE ESTAVA ESCONDIDA A DROGA APREENDIDA. APARALHO FOI DESPACHADO DE SÃO PAULO PARA ARACAJU NUM CAMINHÃO
Paulistas escondiam crack e cocaína em microondas
Publicado em 18 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
A Polícia Civil apreendeu três quilos de cocaína e outros três de crack escondidos em um fogão e em um forno microondas, que foram trazidos de São Paulo em um caminhão de mudanças. A carga foi encontrada na sexta-feira passada por agentes do Departamento de Narcóticos (Denarc), em uma casa no bairro Japãozinho (zona norte de Aracaju). Na ocasião, os paulistas Jorge de Souza Luiz, 44 anos, e Douglas de Carvalho, 24, apontados como os responsáveis pela droga, foram presos no Cj. João Alves, em Nossa Senhora do Socorro (Grande Aracaju). Os detalhes da operação foram apresentados ontem de manhã, em coletiva de imprensa.
A chegada da droga a Aracaju foi descoberta pela polícia a partir de uma informação passada ao Disque-Denúncia (181). O diretor do Denarc, delegado Marcelo Cardoso, explicou que Jorge e Douglas chegaram a Aracaju no feriado de 7 de Setembro e foram presos no dia 14, após uma semana de investigação. "Eles despacharam o fogão e o microondas pela transportadora no dia 5, lá em São Paulo, depois vieram para Aracaju e retiraram esses eletrodomésticos aqui no dia 11. Localizamos esses eletrodomésticos em uma casa no Japãozinho e descobrimos a droga escondida dentro dos aparelhos", narrou Cardoso.
Os quilos de crack estavam dentro do fogão, enquanto os tabletes de cocaína pura – conhecida como "escama de peixe" – foram achados dentro do microondas. A forma de esconder as drogas revelou uma nova estratégia dos traficantes: esconder as drogas em cargas despachadas por transportadoras, o que, de acordo com o delegado do Denarc, "dificulta muito a ação da polícia" e torna mais necessária a colaboração da população, através de denúncias.
De acordo com Marcelo, a casa onde estavam os objetos pertence a uma amiga de Jorge, que não sabia da existência da droga. "Ela conhecia o Jorge desde 2009, quando ele foi preso pela primeira vez. Essa menina tinha um irmão também presidiário na época. Eles se conheceram no presídio e foi a partir desta amizade que o Jorge pediu a essa mulher que fizesse o favor de guardar esses objetos, porque ele precisava vir aqui para Aracaju", disse o delegado, citando a versão do acusado.
Cardoso explicou que Jorge estava em liberdade condicional e precisava comparecer a Aracaju de dois em dois meses para assinar documentos obrigatórios e prestar conta de suas atividades. O processo contra o paulista refere-se à sua primeira prisão, ocorrida em novembro de 2009, quando ele e outras cinco pessoas foram flagradas com 50 quilos de drogas – 30 de cocaína e 20 de crack – em uma chácara de São Cristóvão. Esta prisão foi fruto de uma operação conjunta das polícias Civil e Militar, da qual Cardoso participou como delegado da Divisão de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV). Já Douglas não tem passagem pela polícia e foi preso pela primeira vez.
Lucro – O Denarc apurou que o crack e a cocaína foram adquiridas em São Paulo ao preço de R$ 48 mil e seria distribuída para traficantes de vários bairros de Aracaju. Ao serem presos, Douglas e Jorge foram flagrados dentro de um carro no Cj. João Alves e, segundo Marcelo Cardoso, "eles estavam, aparentemente, procurando compradores para negociar essa droga". A dupla pretendia, segundo o delegado, ter um lucro de R$ 90 mil com a venda dos quilos de droga. Os paulistas foram autuados em flagrante por tráfico interestadual de drogas.