Quinta, 26 De Dezembro De 2024
       
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Agentes da Renascer entram greve e Usip se rebela


Publicado em 19 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia


Agentes do Cenam fazem manifestação em frente ao centro

Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br

Mais uma vez, os agentes socioeducativos da Fundação Renascer, responsáveis por unidades como o Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) e a Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), paralisam as atividades e reivindicam melhorias nas condições de trabalho. Segundo os servidores, a greve iniciada ontem não tem data para acabar. Eles pedem ainda aumento salarial e regularização das gratificações.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança e Medidas Socioeducativas de Sergipe (Sindasse), Sidney Guarany, existem vários motivos para os trabalhadores cruzarem os braços. Entre eles, a existência de funcionários ‘fantasmas’ e a falta de acordo coletivo há seis anos. "A pauta de reivindicação foi entregue à Fundação Renascer no dia 4 de julho e não houve avanço. Sabemos que há pessoas que moram no Tocantins, mas recebe seu salário todo mês. O que uma pessoa faz pela entidade em outro estado?", questiona Sidney.

O sindicalista reclama também das condições de trabalho, pois a realidade diária é de superlotação, insalubridade, número de agentes insuficientes, equipamentos precários e falta de atividades educativas para os menores. "As rebeliões são constantes, colocamos nossas vidas diariamente em risco. Vivemos num barril de pólvora", relatou.  De acordo com a direção do Sindasse, o efetivo mínimo foi mantido, ou seja, 50% do total de 114 agentes, a fim de evitar grandes problemas nas unidades de internação.

Rebelião – Pela manhã, equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChq) postaram-se na frente da Usip e do Cenam, para agir em caso de haver alguma crise dentro da unidade. E essa crise aconteceu no início da tarde, quando internos das alas 1, 3 e 4 da Usip iniciaram um quebra-quebra e tentaram fugir, mas foram impedidos pelos agentes de plantão. A PM entrou no presídio para fazer a revista das alas e controlaram a situação. Segundo a Fundação Renascer, ninguém fugiu, nem houve feridos. A situação também ficou tensa no Cenam, quando os internos bateram objetos nas grades e também foram controlados pela polícia.

Fundação Renascer – Em nota oficial, a Fundação Renascer e a Secretaria de Estado da Inclusão Social (Seides) lamentaram a decisão dos agentes de segurança em paralisar as atividades por tempo indeterminado, esclarecendo que estão negociando com o Sindasse desde que receberam a pauta de reivindicações. O texto citou uma reunião ocorrida na sexta-feira passada entre representantes do sindicato e da Seides, incluindo a secretária Eliane Aquino. Na oportunidade, ela ressaltou que todos os procedimentos da Seides são tomados com base em fundamentos legais e passam pelo crivo da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

"Acreditamos que as reivindicações serão autorizadas, porém não podemos tomar nenhuma decisão sem o respaldo dela. Não devemos ser levianos, temos que trabalhar dentro da lei, como sempre fizemos. Todos sabem que o Estado está atingindo o limite prudencial, por isso as iniciativas não podem ser tomadas de forma impensada", reforçou a secretária. Ainda conforme a Renascer, duas propostas apresentadas anteontem pela Seides foram rejeitadas pelos agentes: o pagamento de ticket alimentação e o retorno da aplicação do índice multiplicador da Gratificação Especial de Atividade Socioeducativa (Gease) sobre o salário base.

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