SERTANEJOS AGUARDAM CESTAS DE ALIMENTOS
SITUAÇÃO NOS MUNICÍPIOS DO SERTÃO PODE FICAR PIOR
Publicado em 20 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
O Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), iniciou na terça-feira, 18, a distribuição das 775 toneladas de alimentos doados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Serão distribuídos 40 mil kits de alimentos às pessoas que sofrem com a seca no sertão para complementar a operação de entrega de cestas básicas. Na terça receberam as cestas os municípios de Frei Paulo (1.106), Pedra Mole (162), Tomar do Geru (558), Pinhão (942).
A agricultora Marlene dos Santos, moradora do povoado Catuabo, em Frei Faulo, relatou a alegria em continuar recebendo alimentos. "Você não sabe a festa que é lá em casa quando chega a feira do Governo. Graças a Deus o governador Déda continua mandando o nosso alimento", disse.
Para Maria Lúcia dos Santos, que mora com seis pessoas, a satisfação não foi diferente. "Fico muito feliz em ver o armário da minha cozinha cheio de alimentos. Eu acho a coisa mais linda do mundo. E nos últimos meses é assim que ele anda, graças à comida que o Governo manda. Pense que nem precisei fazer compras em agosto. O dinheiro sobrou para pagar o talão de luz", relatou.
Fidelina da Conceição Santos pediu para que a ajuda não pare de chegar. "Essa foi a seca mais difícil que já passamos, mas também recebemos muito a ajuda do Governo. Agora só peço que a comida continue chegando, já que a estiagem ainda não terminou", afirmou.
Kits de alimentos – Cada kit contém 12,5 quilos de arroz, 5 quilos de feijão e 1,8 quilos de farinha. Cada família recebeu dois kits de alimentos. As pessoas beneficiadas são as mesmas que receberam as cestas de alimentos doadas pelo Governo do Estado até a semana passada.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) autorizou a Conab a doar 200 toneladas de feijão, 500 de arroz e 75 de farinha para que fossem repassados a Sergipe, visando garantir ainda mais a segurança alimentar das pessoas que sofrem com a seca no estado.
A ação integra o programa Sergipe Mais Justo, plano lançado pelo Governo de Sergipe, que está alinhado à estratégia federal traçada no plano Brasil Sem Miséria. O plano executado pela Seides fortalece as políticas públicas de inclusão produtiva e geração de renda para beneficiar, prioritariamente, a população sergipana que vive em situação de extrema pobreza.
Seca pode se agravar em Sergipe
Monique Oliveira
moniqueoliveira@jornaldodiase.com.br
Órgãos que trabalham para minimizar os efeitos da seca em Sergipe devem se reunir na próxima semana. De acordo com o diretor do Departamento Estadual de Proteção e Defesa Civil (DEPEC), tenente-coronel José Erivaldo Mendes, na segunda-feira, dia 24, ele vai reunir representantes dos 18 municípios afetados pela seca para solicitar aos gestores um prognóstico da situação para que medidas sejam tomadas.
O encontro está previsto para acontecer na Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides). Em Sergipe, a seca já atinge mais de 100 mil pessoas e deixa 18 municípios em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil Estadual, o município mais afetado é Poço Redondo, com 14,8 mil atingidos.
Para a presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Sergipe (Fetase), Lúcia Moura, a situação deve se agravar na região do Sertão porque as chuvas dos últimos dias não foram suficientes.
"Se não vier chuva em trovoada até o final do ano vai ser complicado, porque quem plantou milho, por exemplo, e ele estiver "penduando" só vai tirar palha para ração, isso, quem tiver condições de fazer o alimento para os animais", relatou Lúcia, acrescentando que teme a chegada antecipada do Verão. Ela acrescentou que a situação do município de Poço Redondo é crítica. "Essa é uma das cidades que não teve chuva", lamentou.
Situação de emergência – Na última segunda-feira, 16, a Secretaria Nacional de Defesa Civil reconheceu situação de emergência em 14 municípios brasileiros em razão da seca: Poço Redondo, em Sergipe; Piritiba, na Bahia; Padre Carvalho e São Francisco, em Minas Gerais; Belém do Piauí, Cajazeiras do Piauí, Curimatá, Geminiano e Regeneração, no Piauí; Cacique Doble, Charrua e São José do Ouro, no Rio Grande do Sul e Balneário Gaivota e Ibicaré, em Santa Catarina.
Além disso, o Diário Oficial da União informou que o Banco Central prorrogou por um ano o prazo de renegociação dos vencimentos das dívidas do crédito rural para os produtores rurais atingidos pela seca e amparados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).