Danielli do Nascimento Araújo Silva tinha 16 anos
Jovem de 16 anos morre em acidente de moto
Publicado em 20 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Mais um jovem é vítima de acidente no trânsito. Dessa vez foi Danielli do Nascimento Araújo Silva, 16 anos, que transitava no município de Lagarto, distante 75 km de Aracaju, em uma motoneta modelo pop, de placa IPE 0084.
O fato ocorreu quando a motoneta conduzida pela adolescente colidiu com um ônibus em um cruzamento no bairro Novo Horizonte.
Segundo testemunhas, com o impacto, ela foi lançada ao chão e teve a cabeça esmagada pelo pneu do coletivo, que não conseguiu parar a tempo. Bastante abalados os familiares contaram que Danielli voltava da academia e provavelmente devia ter dado carona a alguma amiga. Ainda segundo relatos dos parentes, a jovem tinha pouca experiência com condução de moto.
Episódios como esse, sempre reabrem a discussão sobre a permissividade dos pais, que liberam seus filhos menores de idade para transitarem livremente com veículos nas ruas e avenidas.
O capitão Fábio Machado, comandante da Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran), lembra que de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, menor de idade não pode conduzir nenhum tipo de veículo automotor e que acima de 18 anos deve estar devidamente habilitado.
"Os pais estão presenteando seus filhos com uma ‘arma’, por acreditarem que um acidente nunca vai acontecer", relata. De acordo com o capitão, os adolescentes não possuem maturidade nem conhecimento da legislação suficiente para conduzir um veículo.
De acordo com o capitão, infelizmente os pais pensam diferente, pois nas operações realizadas pela CPTran sempre são flagrados menores de idade conduzindo algum tipo de ciclomotor. Machado informa que nesses casos, os adolescentes são conduzidos à delegacia e os pais são chamados para responder criminalmente a um processo. "Infelizmente a legislação é branda para esses casos e as penas geralmente são alternativas, e pagas com a prestação de serviço social ou doação de cesta básica".
Consciência – Nem todos os pais tem coragem de presentear seus filhos com uma ‘arma’. A contadora Andresa Gonçalves tem um filho de 15 anos, que sempre insiste em ganhar de presente uma motoneta. "Eu jamais darei a meu filho, seja uma motoneta ou motocicleta. Primeiro porque ele é menor, segundo porque acho perigoso", diz.
Andresa vai ainda mais longe e conta que nem quando seu filho completar 18 anos dará um tipo de presente que põe em risco sua vida. "Nem quando ele tiver a maior idade darei esse tipo de veículo a ele. E se ele for comprar com o dinheiro dele, farei o possível para impedir", assegura.
Em Sergipe, os números de acidentes com mortes em motocicletas, ciclomotores e motonetas têm chamado atenção. Apenas este ano foram 22 mortes das 48 registradas no trânsito aracajuano.
De janeiro a agosto do ano passado foram atendidas no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) 4.302 vítimas de acidentes com motociclistas. Este ano, no mesmo período foram 5.300 atendimentos de acidentes com esse tipo de veículo.