Dia do Surdo é comemorado com atividades lúdicas e palestra

Exemplos de superação, oficinas criativas e animação marcaram o III Encontro Comemorativo do Dia Nacional do Surdo. Realizando pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), o evento aconteceu ontem, dia nacional do surdo, no Centro Estadual de Referência em Educação de Jovens e Adultos Professor Severino Uchoa. O encontro reuniu alunos, professores e técnicos de escolas públicas das redes estadual e municipal de ensino.

Os trabalhos iniciaram-se com a apresentação do grupo de Hip Hop, composto por alunos surdos do Colégio Estadual 11 de Agosto. Em seguida foi formada uma mesa-redonda com relatos de alunos com surdez que ingressaram em curso superior. Os trabalhos tiveram continuidade com a realização de oficinas de Libras, bijuterias, maquiagem, origami, dança, unhas decorativas e jogos.

Um exemplo de superação foi de Laís Oliveira, estudante de pedagogia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). "Terminei o ensino médio no Colégio Estadual Castelo Branco. Naquele tempo não havia intérpretes de Libras nas escolas, por isso meu esforço foi dobrado. No contraturno tinha aulas de reforço na Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe (Apada) e, com estímulo de meus pais e professores, consegui ser aprovada no vestibular. Hoje tenho boas perspectivas de futuro. Espero que todos os alunos aqui presentes tenham essa mesma oportunidade", declarou a aluna.

Segundo Tálita Cavalcanti, coordenadora do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), o governo quer que mais jovens com necessidades educacionais especiais tenham a oportunidade de ingressar na universidade.

"Atualmente todas as escolas da Diretoria de Educação de Aracaju (DEA) dispõem de intérpretes de Libras em sala de aula. Isso também acontece na grande maioria das escolas do interior do estado, pois temos técnicos habilitados em todas as regionais. Essa ação garante uma educação de boa qualidade, visando a inclusão social do aluno com surdez", informou Tálita.

Oficinas – Os alunos presentes ao encontro aprovaram a iniciativa e participaram ativamente das oficinas oferecidas, a exemplo de Taiane Santos, aluna do Colégio Estadual 11 de Agosto, que participou da oficina de maquiagem. "Adoro maquiagem e quero ter um salão quando crescer. Foi ótimo participar dessa oficina. Aprendi muito", disse a aluna.

O estudante Ednaldo Ramos, do Colégio Estadual Castelo Branco, optou por participar da oficina de jogos. "Estou gostando muito, pois, além de me divertir, estou fazendo novos amigos e trocando experiências com outros alunos com surdez", declarou Ednaldo.

A professora de maquiagem Rosana Ribeiro se surpreendeu com a habilidade e interesse dos alunos. "Eles têm os sentidos mais aguçados, aprendem rápido e conseguem harmonizar as cores. São realmente muito criativos. Só precisam de estímulos como esses que estão sendo proporcionados hoje", garantiu a professora.

Lígia Maynard, presidente da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos de Sergipe (Apada), compareceu ao encontro e informou que o apoio da Seed tem sido muito importante para a inclusão do jovem surdo na escola e no mercado de trabalho. "Através dos recursos do convênio com a instituição contratamos profissionais do Senac para ministrar cursos profissionalizantes que contribuem para a inserção dos alunos, após concluir o ensino médio, no mercado de trabalho", disse a presidente.