Os acidentes com ciclomotores envolvem jovens e não habilitados
Motos multiplicam acidentes
Publicado em 30 de setembro de 2012
Por Jornal Do Dia
Cândida Oliveira
candidaoliveira@jornaldodiase.com.br
Dados estatísticos da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) deste ano mostram que dos 3.733 acidentes de trânsito registrados em 2012 nas ruas aracajuanas, quase metade, 45,8%, ocorreram com veículos de duas rodas, ou seja, motocicletas, motonetas e ciclomotores. O ano ainda não acabou e 22 pessoas já morreram. Em 2011, 52% das vítimas fatais estavam nesse tipo de veículo.
Dados do Instituto Médico legal (IML) comprovam que o número de mortes só aumenta. Em todo o Estado, de janeiro a junho deste ano já morreram 169 pessoas, vítimas de acidentes em veículos de duas rodas. No mesmo período do ano passado foram 92 vítimas fatais.
De janeiro a agosto do ano passado foram atendidas no Hospital de Urgência de Sergipe 4.302 vítimas de acidentes com motociclísticos. Este ano, no mesmo período foram 5.300 atendimentos de ocorrências.
No Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (Detran) os dados da Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran), Companhia de Polícia rodoviária Estadual (CPRv) e Justiça Volante apresentam o montante de acidentes em veículos de duas rodas. De janeiro a 21 de setembro de 2012 foram registrados 837 ocorrências, em 2012 o número chegou a 1.359. Este ano, a soma de vítimas com lesões leves, graves e as mortes foram de 462 pessoas. Ano passado os órgãos totalizaram 685 vítimas.
O capitão Fábio Machado, comandante da CPTran, informou que a fiscalização existe e é constante, mas que as dificuldades existem, já que as motonetas não são registradas, fato que não deixa punir os infratores.
Ele destacou ainda a importância do uso de equipamentos de segurança. "O condutor sempre acha que o acidente nunca vai acontecer com ele, e não cumpre o que determina a legislação. A orientação é sempre usar os equipamentos de segurança cinto, capacetes e fazer uma revisão do veículo para saber se está tudo em dia", ressaltou.
Segundo o diretor de trânsito da SMTT, major Paulo Paiva, o motociclista tem que se conscientizar da necessidade de se fazer notar na via. "Conduzir de forma previsível, de forma que o condutor o perceba e possa considerar a sua presença".
Menores – O número de pessoas menores de 18 anos conduzindo veículos de duas rodas também tem crescido. O capitão Fábio Machado lembrou que de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, menor de idade não pode conduzir nenhum tipo de veículo automotor, e que acima de 18 anos deve estar devidamente habilitado.
Quando flagrados nesse tipo de situação, os adolescentes são conduzidos à delegacia, os pais são chamados para responder criminalmente a um processo. "Infelizmente a legislação é branda para esses casos e as penas geralmente são alternativas, e pagas com a prestação de serviço social ou doação de cesta básica". De acordo com o capitão, os adolescentes não possuem maturidade, nem conhecimento da legislação suficiente para conduzir um veículo.
Por conta disso, o Ministério Público de Sergipe cobra uma fiscalização mais efetiva na circulação dos ciclomotores em Sergipe. A decisão aconteceu porque os números de acidentes não param de crescer. O número de vítimas fatais e que precisam de atendimento hospitalar também é alto.