O caixa eletrônico do posto de atendimento do Bradesco em Pinhão foi destruído
Com facilidade, criminosos explodem caixa em Pinhão
Publicado em 26 de setembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
gabrieldamasio@jornaldodiase.com.br
Mais um caixa eletrônico foi destruído por assaltantes no interior do Estado. Por volta das 2h30 de ontem, um grupo explodiu o equipamento de um posto de atendimento do Bradesco na Praça José Marino Bispo, centro de Pinhão (Agreste) e fugiu levando todo o dinheiro – a quantia levada é estimada em R$ 250 mil, mas o valor não é confirmado pela polícia. O ataque foi feito por quatro bandidos armados e encapuzados, os quais escaparam em um Fiat Uno de cor branca e ficaram pouco menos de cinco minutos na agência. A suspeita da polícia é de que os criminosos teriam encontrado facilidades para agir no posto de atendimento, pois ele não dispõe de circuito interno de TV e estava com a porta destravada.
A informação é do cabo Mangueira, do Destacamento da Polícia Militar em Pinhão, que estava sozinho na delegacia local quando foi avisado do assalto. Ele relata que alguns vigilantes de rua que trabalhavam próximo à praça, também conhecida como "Praça da Feira", ouviram uma forte explosão e correram até a delegacia. "Até então, eles não sabiam do que se tratava, mas quando eu cheguei ao local, observei que o caixa tinha sido explodido. Os vigilantes viram quatro elementos encapuzados em um Fiat Uno branco, saindo já em fuga", disse o cabo, que, ainda na agência, pediu reforço ao 3º Batalhão, em Itabaiana, para iniciar as buscas aos bandidos.
Os trabalhos se estenderam por toda a madrugada e por várias estradas da região, pois a rodovia que dá acesso a Pinhão também serve de acesso a outras cidades do Agreste, como Itabaiana, Carira e Frei Paulo. A placa do Uno usado pelos bandidos não foi identificada pelas testemunhas, o que irá dificultar ainda mais as investigações. A ausência do circuito de TV no posto é outro fator complicador para o trabalho da polícia. "Eu creio que vai, até porque se [o posto] tivesse um sistema de câmeras, facilitaria até na identificação do veículo. Mas até então, fica difícil, não é?", confirmou Mangueira.
O policial militar afirmou ainda que outra facilidade foi o fato da porta do Bradesco não ter trancado a porta do posto e nem desligado o dispositivo que permite a abertura da porta com o uso do cartão eletrônico. "Geralmente, por volta de 23h30 ou meia-noite, eles fecham, mas ontem [noite de terça], o posto foi deixado aberto. Qualquer pessoa podia entrar para fazer qualquer operação ou praticar esse delito", afirmou o cabo. Ele acrescentou que o crime pode ter sido planejado, pelos criminosos, pois estes escolheram um caixa situado na área comercial da cidade, ocupada por poucas residências.
As portas ficaram intactas. Os danos foram no próprio cash e na cobertura do forro de PVC do posto, que também ficou destruído. A suspeita é de que os criminosos teriam usado dinamite para arrebentar o equipamento e ter acesso ao dinheiro. O local permaneceu isolado até o fim dos trabalhos de peritos do Instituto de Criminalística.
"Inconcebível" – O ataque em Pinhão foi o segundo crime contra caixas eletrônicos no Agreste sergipano. Outros dois caixas eletrônicos foram violados no último final de semana: um no posto de atendimento do Bradesco em Ribeirópolis, no sábado, e outro na agência do Banco do Brasil em São Domingos, no dia seguinte. Nestes casos, os criminosos chegaram a quebrar a porta da agência e abrir os caixas, mas não explodiram o estabelecimento, e nem levaram quantias em dinheiro. Todos os casos são investigados pelo Cope.
As duas unidades bancárias também não tinham circuito de TV, o que foi muito criticado pelo diretor do Cope, Flávio Albuquerque, ao admitir que as investigações seriam dificultadas por esta falha. "É inconcebível que uma agência bancária ou um posto de atendimento não tenha circuito interno de TV", disse o delegado, alegando que as imagens, mesmo que não identifiquem os criminosos, mostram como foi a dinâmica do crime, o que pode fornecer pistas importantes. Albuquerque sugeriu que as prefeituras e câmaras municipais exijam condições mais rígidas de segurança aos bancos para conceder-lhes os alvarás de funcionamento em casa cidade.