Quinta, 26 De Dezembro De 2024
       
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MST bloqueia rodovia de acesso a Pirambu


Publicado em 18 de outubro de 2013
Por Jornal Do Dia


Motorista tenta furar o bloqueio e foi contido por manifestantes

Kátia Azevedo

Cerca de 600 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) fecharam na manhã de ontem o trevo de acesso aos municípios de Pirambu e Santo Amaro das Brotas, em protesto ao agronegócio e em defesa da reforma agrária.
Ao longo da rodovia, os manifestantes montaram uma barreira com galhos de árvore e queima de pneus, impedindo a passagem dos veículos, o que resultou num congestionamento de mais de dois quilômetros.
Os manifestantes cobraram agilidade no processo de assentamento de 210 famílias que estão acampadas à espera da reforma agrária no estado. Com críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff, que teria deixado de lado a execução da reforma agrária, o coordenador nacional do MST, Gileno Damasceno, citou que em Sergipe existem acampamentos com mais de 17 anos e que até hoje aguardam pela legalização das terras, sendo 16 processos para regularização de áreas assentadas ainda sem resposta do governo federal.
"Sergipe é um estado que apresenta menor número de processos para legalização das terras, mas o governo Dilma não coloca dinheiro necessário para que o projeto de emissão de posse aconteça. Nenhuma área foi vistoriada até agora, somente as que correspondem ao governo lula", criticou.
Este é o terceiro ato organizado pelo MST dentro da programação da Jornada Mundial de Lutas da Via Campesina em relação ao Dia Mundial de Alimentação, comemorado na quarta-feira. Na última terça-feira, 500 famílias ocuparam lotes do Platô de Neópolis para denunciar a expansão do agronegócio e do capital estrangeiro na agricultura no baixo São Francisco.
Na quarta-feira, 16, os trabalhadores rurais sem-terra participaram na cidade de Estância de uma audiência sobre a implantação de uma reserva extrativista que contemplará quatro municípios para a produção local de vários alimentos. "Esta discussão já dura cinco anos junto ao INCRA e Ministério Desenvolvimento Agrário, mas pouco avançou", diz Gileno.
Durante o protesto o motorista de guincho, de placa HZE 0888, licença de Aracaju, avançou em direção aos manifestantes, que reagiram. A Companhia Estadual de Trânsito (CPTran) foi acionada pelas lideranças do MST. O bloqueio durou das 6h às 9h, quando a rodovia foi liberada e o trânsito voltou ao normal.
Os integrantes do MST também fizeram um ato público em frente ao Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), mais conhecido como Porto de Sergipe, responsável por importações e exportações sergipanas de cimento, coque, fertilizantes e trigo. Eles protestaram contra o atual modelo de agronegócio. "Os protestos também são para denunciar o sustento dado pelo governo ao agronegócio e às empresas transnacionais do setor exportador, especialmente da agricultura, em pleno quadro da crise econômica mundial, enquanto deixa em segundo plano os trabalhadores rurais, a pequena agricultura e a Reforma Agrária", destacou Gileno.
Segundo dados divulgados pelo MST, apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país. O agronegócio foi o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica, apesar da alta lucratividade do último período e os investimentos do governo. Em 2008, o BNDES desembolsou para os setores da mineração, agropecuária, celulose e papel cerca de R$ 17 bilhões. Do total de R$ 1,51 trilhão previsto para o período entre 2008 e 2011, somente o agronegócio tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos.
O MST está programando mais dois atos para esta semana como previsto na agenda de mobilização da Via Campesina.

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