'Não Pago' encerra atividades sem conseguir objetivo

Milton Alves Júnior
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Integrantes do Movimento Não Pago encerraram na noite de ontem a campanha denominada ‘Outubro Negro’ que tinha como objetivo cobrar da Prefeitura de Aracaju a redução da tarifa do transporte público. Reunidos na Praça Fausto Cardoso, bairro Centro, os manifestantes seguiram em caminhada pelo calçadão da rua Laranjeiras com sentido ao Terminal de Integração da Rodoviária Velha. Após causar um congestionamento de aproximadamente dois quilômetros, o grupo chegou ao local de encerramento da campanha e promoveu a última edição da ‘catraca livre’, quando os usuários do transporte tiveram acesso gratuito aos ônibus.

De forma pacífica, a manifestação que não possuía mais que 30 integrantes, desta vez não foi acompanhada por agentes da Polícia Militar, Guarda Municipal, nem de equipes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT). Para Demétrio Varjão, um dos diretores do movimento, conforme desejado pela população sergipana, os manifestantes se reuniram previamente e debateram a necessidade de evitar a presença de pessoas mascaradas e que por ventura viessem a promover a destruição de patrimônio público e particular. Segundo Varjão, o ato que encerrou as atividades nesse mês de outubro pode não ter vasta repercussão midiática, mas todos estão satisfeitos com o sucesso da semana de manifestações.
"Percebemos que poucos meios de comunicação cobriram as nossas manifestações, mas preferimos assim.

Se isso não aconteceu foi porque conseguimos segurar a fúria dos usuários do transporte e promover um ato 100% tranquilo. Queremos mudança, progresso e não retrocesso", afirmou. Considerado por muitos aracajuanos como o calcanhar de Aquiles do Governo João Alves Filho (DEM) como prefeito de Aracaju nessa década, o manifestante ainda foi questionado sobre a perspectiva de possível mudança para 2014, e se acredita em um futuro apoio por parte dos vereadores de Aracaju que em julho votaram a favor do reajuste da tarifa. Enfático, ele respondeu:
"Seria uma das maiores reviravoltas da nossa história política em Sergipe. A população tomou uma punhalada nas costas ao renovar a CMA e ganhar de presente esse aumento e uma maior precarização do serviço público. Não acredito em milagres, vindo desses nossos governantes municipais, pior ainda", pontuou. Até a próxima quinta-feira, 31, a direção do ‘Não Pago’ volta a se reunir a fim de debater a escala de manifestações para o mês de novembro. O objetivo do grupo é se manter unido até as eleições do próximo ano para cobrar tarifa zero para estudantes e qualificação do transporte público na Grande Aracaju.

Na quinta-feira à noite o Movimento reuniu centenas de pessoas na área embaixo do viaduto do DIA para uma mobilização que contou com shows de rock e reague que só terminaram no início da madrugada desta sexta.