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Sergipe poderá ter duas termoelétricas
Publicado em 09 de novembro de 2013
Por Jornal Do Dia
No próximo dia 13 de dezembro, Sergipe participará do 2º Leilão de Energia A-5/2013, responsável pela contratação da eletricidade que abastecerá o mercado consumidor do país em 2018. Esta será a primeira vez que estado concorrerá a dois projetos, sendo estes: uma termoelétrica de Carvão (600 MW) e uma termoelétrica de Gás Natural (713 MW). Para estes projetos, o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) e da Subsecretária de Desenvolvimento Energético, vem negociando há aproximadamente um ano com um forte grupo empresarial do Rio de Janeiro, dentro dos devidos sigilos que o assunto requer.
A expectativa é de que a termoelétrica de carvão seja implantada no município da Barra dos Coqueiros, com um investimento de R$ 1,2 bilhão, e a termelétrica de gás natural, será instalada no município de Laranjeiras, com um investimento de R$ 1 bilhão. O grupo em negociação com o Estado é composto por empresas que atuam na geração de energia elétrica, logística de combustíveis fósseis e alternativos, e contam com equipe de executivos da área de energia térmica.
Neste ano, no mês de maio, o governador Marcelo Déda recebeu, em audiência, executivos de uma empresa – que compõem o Grupo, que atua no Nordeste e em outras regiões do país. Eles apresentaram ao governador o projeto que criou a possibilidade de construir uma usina termelétrica a gás natural em Sergipe, dando início a negociações que possibilitarão a ampliação, ainda mais, da diversidade de matrizes energéticas existentes em Sergipe. Para o governador Marcelo Déda, esta iniciativa é um fator determinante para atração de novos empreendimentos industriais.
O secretário da Sedetec, Saumíneo Nascimento, ressalta que o Estado tem participação ativa no Fórum Nacional de Secretários de Assuntos de Energia. "A representatividade do Sergipe no Fórum é no sentido de contribuir para o aperfeiçoamento da política energética brasileira, articulando e fortalecendo a atuação das secretarias estaduais de energia, e estabelecendo canais de comunicação com o governo federal", conta o secretário, ao destacar os esforços realizados pelo Governo para o desenvolvimento econômico do estado.
Energia sergipana – "Atualmente, Sergipe possui capacidade de produção superior a sua demanda, o que nos dá possibilidade de trabalhar esse fator aliado ao crescimento econômico, face à chegada de novos investimentos produtivos. A melhoria da renda da população sergipana, ampliação da oferta de crédito, combinada aos hábitos e costumes, proporciona maior acesso a bens de consumo duráveis de utilidade doméstica como televisores, máquinas de lavar, condicionadores de ar, computadores, microondas, dentre outros. A classe ‘C’ hoje – a que mais cresce, aumentou o seu consumo de energia", explica Saumíneo, acrescentando que o setor industrial vem ampliando a sua capacidade instalada e também consumindo mais energia.
O grupo que está em negociação com Sergipe é responsável por desenvolver projetos vencedores nos leilões de A-3 de 2005 – UTE Brentech e A-3 de 2006 – UTE Muricy e UTE Camaçari, A-5 de 2007 – UTE Suape, tendo participação societária em todos os projetos. Além disso, o grupo fez parte do consórcio vencedor de 21 UTES nos Leilões A-3 e A-5 de 2008 e atua também no fornecimento de grupos geradores movidos à GN, HFO e Diesel, soluções energéticas com sistema alternativo de energia para indústrias, grandes centros comerciais, mineradoras e locação do tipo "BOT" e projetos especiais. Estas empresas participaram ainda da implantação de dezenas de usinas térmicas com potência instalada da ordem de 2.500 MW, com participação de mais de 47% nos projetos vencedores dos Leilões de Energia Nova Por Disponibilidade já realizados; e já desenvolveram projetos de implantação de plantas de Cogeração e Geração de energia elétrica.
Termelétrica – Uma usina termelétrica utiliza combustível fóssil, como petróleo, gás natural ou carvão, para gerar energia elétrica. Assim como na energia hidrelétrica, em que um gerador, impulsionado pela água, gira, transformando a energia potencial em energia elétrica, nas termelétricas a fonte de calor aquece uma caldeira com água gerando vapor d’água em alta pressão, e o vapor move as pás da turbina do gerador.
A vantagem de sua instalação é logística, já que podem ser construídas próximas a centros urbanos, diminuindo as linhas de transmissões e desperdiçando menos energia. Também são usinas que produzem uma quantidade constante de energia elétrica durante o ano inteiro, ao contrário das hidrelétricas, que têm a produção dependente do nível dos rios. No Brasil, as térmicas complementam a matriz energética de hidrelétricas, sendo ligadas apenas quando há necessidade (como em períodos de estiagem).
Nesta edição, o leilão que é coordenado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), teve um total de 929 empreendimentos, perfazendo uma capacidade instalada também recorde de 35.067 megawatts (MW), e atingiu o maior número de empreendimentos cadastrados, desde que o Governo Federal passou a realizar leilões públicos para contratação de energia elétrica, em 2005. A elevação do consumo exprime, além da necessidade de ampliação da infraestrutura energética, o resultado do ciclo de crescimento econômico mais sustentado que o país experimentou desde a década de 1980.