Autocaricatura de Belém, que também é pintor e escultor
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Maturidade política
Publicado em 17 de novembro de 2013
Por Jornal Do Dia
Depois de mandatos progressistas como vereador, deputado estadual e deputado federal, Jackson Barreto foi eleito prefeito de Aracaju em 1985 nas primeiras eleições diretas para prefeitos das capitais após a queda do regime militar. Obteve mais de 70% dos votos válidos e foi o mais votado entre os eleitos. No ano seguinte, o primeiro ano da sua administração, enfrentou um desses temporais, como o de 15 dias atrás, que inundou casas e desabrigou os mais pobres, principalmente na zona norte, que não possuía qualquer infraestrutura.
Caiu em campo, socorreu os mais necessitados e buscou recursos junto aos governos federal – era Sarney o presidente – e estadual, onde João Alves Filho concluía o seu primeiro mandato, para a realização de obras necessárias para atender a população mais pobre. Com isso realizou o maior volume de obras na capital num único ano, sempre priorizando as áreas mais necessitadas.
Nos bairros da zona norte asfalto e drenagem só existiam nas avenidas e ruas principais. Na Palestina, 18 do Forte, Santo Antonio, Santos Dumont e outros bairros da região, as ruas eram enlameadas, o sistema de transporte mais precário do que o atual, os jovens iam para a escola, sempre distantes, tentando fugir da lama, os trabalhadores passavam horas esperando o ônibus ou iam a pé ou de bicicleta.
Jackson pavimentou e drenou todas as ruas desses bairros, construiu uma ampla rede de escolas para combater o déficit escolar, realizou concurso para professores e mostrou que era viável administrar a capital. Foi responsável pela eleição de outros dois prefeitos – Wellington Paixão e João Augusto Gama – e voltou a ser prefeito em 1992, renunciando em 1994 para disputar o governo do Estado, deixando no cargo o então vice, José Almeida Lima.
No dia seguinte às chuvas deste mês, o prefeito João Alves Filho visitou algumas áreas afetadas e chegou a culpar a própria população pela gravidade dos efeitos do temporal, em função do entupimento de canais de Aracaju. Dias depois, o secretário de Comunicação da PMA, Carlos Batalha, em entrevista a TV, ao informar que a prefeitura não poderia reconstruir casas e ajudar na compra de mobília, comparou os prejuízos de quem teve suas casas invadidas pela água e perdeu tudo, aos de moradores de mansões da avenida Beira Mar, cujas garagens subterrâneas foram também invadidas pelas chuvas danificando os possantes veículos que estavam estacionados.
Na condição de governador em exercício, Jackson Barreto atendeu ao prefeito João Alves na decretação de emergência na capital com o objetivo de facilitar a liberação de recursos por parte do governo federal, e distribuiu cestas básicas, colchões e outros produtos essenciais a comunidades afetadas.
A sensibilidade social e pujança de Jackson Barreto como administrador são reconhecidas pela população aracajuana que tem mais de 40 anos e hoje passa a ser observada com atenção pelos mais jovens em função da sua ação nas redes sociais. Da mesma forma que o governador licenciado Marcelo Déda, Jackson alimenta pessoalmente o seu perfil no facebook e é um dos mais ativos no twitter, com grande número de seguidores.
As ações de Jackson Barreto como governador em exercício surpreendem até mesmo antigos seguidores em função do dinamismo e da visibilidade. Jackson segue uma extensa agenda diária, atende a todos, dá ordens e determinações, mas reserva sempre um tempo para ir às ruas, ver as necessidades, fiscalizar obras, autorizar outras ou simplesmente conversar com o povo. Isso também é exigido dos secretários e dirigentes de órgãos, que estão tendo que deixar seus gabinetes e gastar a sola do sapato.
Mesmo sendo um político nato, Jackson Barreto age com responsabilidade nas questões financeiras. Num ano pré-eleitoral ele segura os cofres do Estado com mão de ferro e está adotando medidas para equilibrar as despesas à queda de arrecadação, provocada pela redução dos repasses do Fundo de Participação. O pacote anunciado na semana passada prevê o corte mensal de R$ 80 milhões, o necessário a adequação do Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal.
As ações sociais na época de prefeito de Aracaju e a desenvoltura e dinamismo como governador em exercício mostram amadurecimento administrativo e maturidade política.
Disputa no PT
O Processo de Eleição Direta do Partido dos Trabalhadores, o PED 2013, realizado no domingo passado teve a participação em Sergipe de 7.152 filiados do PT dos 11.509 habilitados a votar em todo o Estado por estarem em dias com contribuição partidária. Dos 7.152 votantes, o deputado federal Rogério Carvalho obteve 2.960 votos, o correspondente a 44% dos votos válidos. O deputado federal Márcio Macedo conquistou 2.559 votos, o equivalente a 38%, assegurando seu passaporte para o segundo turno junto com Rogério, que são da mesma tendência, Construindo um Novo Brasil (CNB). A deputada estadual Ana Lúcia, da Articulação de Esquerda, ficou em terceiro lugar com 1.066 votos, o equivalente a 16% dos votos válidos.
Não votaram
A secretária de Desenvolvimento Urbano, Lúcia Falcón, e o subscretário de Energia, José de Oliveira Júnior, não puderam votar na eleição do PT. Esqueceram de pagar as mensalidades. Também estão fora do segundo turno, a ser realizado no próximo domingo.
Segundo turno
Apesar de minimizar o resultado do primeiro turno, será muito difícil para Márcio Macêdo superar os 401 votos de frente obtidos por Rogério Carvalho no domingo passado. Como o segundo turno será realizado em apenas quatro municípios, a tendência é que o número de votantes seja menor, o que sempre favorece quem saiu na frente.
Força
Constatação: Rogério Carvalho mostrou uma grande força dentro do PT. Ele ganhou a eleição em 35 municípios, inclusive em Aracaju, onde teve 370 votos contra 262 de Márcio, que contava com o apoio do governador Marcelo Déda e do ex-senador José Eduardo Dutra. Sem poder votar, em função do tratamento em São Paulo, Déda não deixou de manifestar a sua preferência através do twitter, muito utilizado pelo deputado Márcio Macêdo. Aliás, Rogério chegou a acusar o adversário de usar a doença do governador para cabalar votos.
Aracaju
Enquanto Rogério e Ana Lúcia buscaram quadros representativos do partido para a disputa em Aracaju, Márcio Macêdo optou por um burocrata, Usiel Rios, que tenta se reeleger presidente do diretório municipal. Vai disputar o segundo turno com o candidato apoiado por Rogério, o deputado estadual Francisco Gualberto, que por muitos anos foi líder do governo Déda na Assembleia Legislativa. O candidato do grupo de Ana foi o vereador Iran Barbosa.
Decisão
Até o fechamento desta edição a tendência Articulação de Esquerda, da deputada Ana Lúcia e do vereador Iran Barbosa, ainda não havia decidido em quem vai votar no próximo domingo. Eles passaram quase todo o dia reunido na sede da CUT, depois de encontros com os dois candidatos. Os dirigentes possuem restrições tanto em relação a Rogério quando a Márcio Macêdo. O apoio do grupo pode ser decisivo na definição de quem vai presidir o PT pelos próximos quatro anos.
Liberar
A tendência do grupo seria liberar os filiados para que votassem no seu candidato preferido. A deputada Ana Lúcia não queria uma decisão a favor de Rogério Carvalho, porque ele foi o relator do programa Mais Médicos e o seu marido, Antonio Menezes, é vice-presidente do Sindicato dos Médicos. A categoria é contra o programa do governo federal.
Acompanha
Aliados de Rogério Carvalho monitoravam a reunião da Articulação de Esquerda de um bar nas proximidades da sede da CUT. Informaram que Rogério pretende pedir o voto diretamente aos próprios filiados do grupo.
13 de Julho
Deve sair ainda esta semana decisão da Justiça Federal sobre ação movida pelos ministérios público federal e estadual que pede a suspensão das obras de contenção iniciadas pela Prefeitura de Aracaju na 13 de Julho. Os promotores entendem que a PMA não poderia realizar a obra de aterro do rio Sergipe sem o devido estudo de impacto ambiental, exigência da Adema e outros órgãos ambientais para o licenciamento da obra. Até ontem a empresa responsável pela obra continuava descarregando carretas de pedras no leito do rio.