Tereza Campello contesta os críticos do Bolsa Família
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Bolsa Família mantém 434 mil pessoas fora da extrema pobreza em Sergipe
Publicado em 15 de abril de 2014
Por Jornal Do Dia
Dois anos e meio depois de sua criação, em 2011, o Plano Brasil Sem Miséria conquistou seu principal e mais imediato objetivo, a superação da extrema pobreza. Hoje, 22 milhões de brasileiros se mantêm acima da linha da miséria, das quais mais de 434,6 mil vivem no estado de Sergipe.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, explica que a superação da extrema pobreza, do ponto de vista da renda, só foi possível graças a inovações e melhorias realizadas no Programa Bolsa Família, sendo a principal delas a criação de um complemento que varia de acordo com a intensidade da pobreza de cada família: quanto menor a renda, maior o valor pago.
"Com a mudança, os beneficiários que ainda viviam na extrema pobreza superaram a linha da miséria, que é de R$ 70 mensais por pessoa. "Foi o fim da miséria, do ponto de vista da renda, para o público do Bolsa Família", destacou a ministra.
Tereza Campello reafirma que o Bolsa Família não é apenas um programa de transferência de renda. Ele faz parte de um novo projeto de desenvolvimento que se estabeleceu no Brasil a partir de 2003 e que mudou o destino de milhões de brasileiros. "Esse novo projeto político aliviou a pobreza, empoderou as mulheres, melhorou as condições de vida no Nordeste, levou as crianças para a escola e impactou positivamente na saúde das crianças e das gestantes."
Ela reforça que a transformação social vivida pelo país na última década deve-se a três fatores: a valorização do salário mínimo, a política de incentivo ao emprego formal e o programa de transferência de renda condicionada do governo federal. "A renda dos mais pobres cresceu 6,4% com relação à dos mais ricos, o salário mínimo teve um aumento de 72% acima da inflação e foram criados mais de 20 milhões de empregos formais nesses 10 anos", disse a ministra. "São dados estatísticos robustos, comprovados por pesquisadores, estudiosos e cientistas, que provam a transformação do Brasil e derrubam mitos e preconceitos sobre o Bolsa Família."
Economia – "Os recursos não beneficiam apenas os participantes do Bolsa Família, mas toda a economia", comenta a ministra, ao citar estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com esse trabalho, cada R$ 1 investido no Programa estimula um crescimento de 78% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e um efeito multiplicador de R$ 2,40 sobre o consumo final das famílias.
O estudo Efeitos macroeconômicos do Programa Bolsa Família – uma análise comparativa das transferências sociais revela ainda que o impacto do Bolsa Família na redução das desigualdades é 369% maior em relação aos benefícios previdenciários em geral e 86% maior se comparado ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que é pago a idosos e pessoas com deficiência.
"O programa é o principal símbolo na busca da igualdade", destacou o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri. "Sem ele, a pobreza subiria 36% no mesmo período e poderia ser maior por causa do efeito multiplicador."
Já o coordenador do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste, Francisco Diniz Bezerra, apresentou em dezembro passado um estudo que apresentou os impactos do Bolsa Família no desenvolvimento recente do Nordeste. "É patente a importância do Bolsa Família pelos seus relevantes resultados na área social, considerando que o público-alvo do programa estava marginalizado em suas necessidades básicas, principalmente quanto à questão de acesso a alimentação e produtos de primeira necessidade."
Trabalho – Tereza Campello contesta os críticos do Bolsa Família, que insistem no mito de que o beneficiários do programa são desestimulados a trabalhar já que recebem dinheiro do governo. "Isso não existe. Os brasileiros mais pobres trabalham muito. A taxa de participação dos adultos beneficiários do Bolsa Família no mercado de trabalho está em linha com a média nacional", comenta. Ela aponta que o problema é a baixa qualificação das pessoas mais pobres, que têm dificuldade para se inserirem no mercado de trabalho. "Quando conseguem trabalhar, na maior parte das vezes, é de maneira precária", explica.
Para mudar esse quadro, um dos maiores trunfos do Brasil Sem Miséria é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que oferece cursos de qualificação profissional gratuitos, ministrados por instituições de qualidade reconhecida pelo MEC e pelo mercado. Apenas o Pronatec Brasil Sem Miséria já recebeu mais de 1 milhão de matrículas em todo o país desde 2012. "O estado de Sergipe acumula quase 26 mil matrículas, com destaque para cursos como auxiliar administrativo, costureiro, operador de computador, cabelereiro, recepcionista e vendedor", informa.
Para o primeiro semestre deste ano, estão sendo abertas mais de 763 mil vagas no Pronatec Brasil Sem Miséria em todo o Brasil. Em Sergipe, estão sendo ofertadas 18.309 vagas em 61 municípios.