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Clima de desolação
Publicado em 06 de dezembro de 2014
Por Jornal Do Dia
Como é do conhecimento de todos, no dia 2 de dezembro o governador Jackson Barreto (PMDB) baixou decreto exonerando todos os comissionados da administração direta sem vínculo efetivo com o Estado. O mesmo decreto determinava que apenas 30% deviam ser reconduzidos aos cargos até o dia 04 de dezembro.
Assim sendo, no final da tarde de quinta-feira a relação dos 30% dos comissionados sem vínculos efetivos que devem ser reconduzidos ao local de trabalho foi encaminhada ao Palácio. Os três primeiros dias da semana foram de muito tormento para os secretários e, principalmente, para os comissionados exonerados e que não sabiam se retornariam ao trabalho, pois a lista de Schindler estava sendo preparada pelos gestores.
Mesmo exonerados, todos os comissionados estavam comparecendo normalmente a sua secretaria na esperança de permanecer exercendo suas atividades. O clima era de velório, com choros nos corredores daqueles que só tinham como fonte de renda o cargo comissionado que ocupava desde o início do governo Marcelo Déda e, com o qual, sustentava a família.
Com o comunicado dos que permaneceriam exonerados, o clima foi de desolação nos órgãos do primeiro escalão do governo na quarta e quinta-feira. E ontem, o que se via nas repartições públicas era um cemitério, com muitas cadeiras e birôs vazios usados por aqueles que não voltaram e tristeza dos que permaneceram pelos colegas que não voltaram.
Os exonerados que trabalhavam normalmente não entenderam porque tinham ido para a guilhotina e em pleno mês de dezembro, principalmente os que vestiram a camisa do então candidato a governador Jackson Barreto e foram espontaneamente às ruas durante a campanha eleitoral pedir votos para ele. Achavam que deviam ser exonerados apenas os que não trabalhavam.
No próximo mês, estes 30% dos comissionados sobreviventes voltarão a passar pela mesma agonia com a chegada dos novos gestores. Poucos auxiliares da administração direta devem permanecer nos cargos, pois neste mês de dezembro estará acabando o ciclo de governo do PT e iniciando o do PMDB.
A oposição está calada por conveniência, mas está dando risada com a exoneração de 70% dos comissionados, correspondente a quase três mil pessoas, e, principalmente, os servidores efetivos que vão perder direitos com os projetos de reforma administrativa e previdenciária que serão encaminhados para a Assembleia Legislativa.
Nas redes sociais, nos grupos vinculados ao senador Eduardo Amorim (PSC), todos estão dando risada e comentando ter sido bem feito a exoneração dos "puxa-sacos" que foram às ruas pedir votos para Jackson, derrotando Amorim.
A chacota é grande, mesmo sabendo que se eleito o senador Eduardo Amorim iria adotar grande parte das medidas que estão sendo tomadas. Chegou a falar isso na campanha eleitoral.
Ficou para terça
Como a coluna já tinha antecipado ontem, o governo só vai encaminhar na próxima terça-feira para a Assembleia Legislativa os projetos de lei de reforma administrativa e previdenciária, que prevê a fusão e extinção de secretarias e empresas, extinção do cargo de secretário-adjunto e das incorporações salariais. Aproveitará esses três dias de final de semana prolongado para dar um polimento ao projeto, acatando algumas sugestões dadas pelos presidentes de partidos aliados, com quem se reuniu anteontem à tarde.
Agenda
Na terça-feira pela manhã JB volta a se reunir com deputados da base aliada visando apresentar as novas alterações feitas aos projetos, acatando sugestões deles e dos líderes partidários. À tarde, o governador apresentará os projetos à imprensa e depois os encaminhará à Assembleia para análise e votação. A expectativa é que os projetos sejam votados e aprovados no dia 18 de dezembro.
Lamúria
Um ex-parlamentar aliado do governador Jackson Barreto (PMDB) lamenta que diante da crise econômica só estejam sendo adotadas medidas que prejudicam os mais fracos: os comissionados que trabalham e os servidores. "Ninguém fala em fazer modelo de gestão diferente, em melhorar a arrecadação. A corda só arrebenta do lado mais fraco", lamenta.
Ponto de vista 1
Segundo ele, o que existe de grave na administração pública do Estado é a má gestão. "Auditores do Estado já pegaram contratos de milhões na contratação de serviço de consultoria e informática. A maternidade de Capela, por exemplo, gasta mensalmente R$ 1 milhão para fazer uma média de 60 partos por mês. Isso corresponde a pouco mais de R$ 16 mil por parto. Nem no Hospital Sírio Libanês um parto custa esse valor. É por isso que o dinheiro não dá", avalia, enfatizando que o problema do Estado está na forma de gestão e de gastos com custeio.
Ponto de vista 2
Na sua concepção, o governador "devia ouvir menos os quatro secretários que estão ditando as normas e tomar as decisões de acordo com a sua consciência, que sempre foi voltada para os mais pobres". Citou o nome dos quatro gestores: Zezinho Sobral, João Augusto Gama, Jeferson Passos e Benedito Figueiredo. "Jackson não pode fazer como Déda, que só ouvia Oliveira Junior, Pedro Lopes e Silvio Santos", disse.
Na Câmara
Chegaram ontem à Câmara Municipal de Aracaju dois projetos de lei do Poder Executivo. Um sobre a previdência social e outro sobre antecipação dos royalties. Com o projeto dos royalties, o prefeito João Alves Filho (DEM) copia o que fez o governador Jackson Barreto, visando pagar o salário dos servidores.
CQC 1
O presidente da Câmara, Vinícius Porto, disse ontem que não recebeu nenhum telefonema do CQC dizendo que viria a Aracaju gravar para o programa sobre o episódio da "calcinha", cuja vereadora Lucimara Passos (PCdoB) exibiu em plenário em protesto ao vereador Agamenon Sobral (PP), que incitou uma "surra" a uma mulher que supostamente teria ido casar sem calcinha.
CQC 2
Revela o presidente, que seria o maior prazer receber os jornalistas do CQC. "Qualquer jornalista que nos procurar vou receber muito bem", garante o presidente, enfatizando que gosta do CQC e assiste toda semana, sempre que pode.
Mendonça 1
Com relação à crise política entre o deputado federal Mendonça Prado (DEM) e o seu partido, Vinícius Porto disse que espera que o parlamentar não deixe a legenda. "Ele é um quadro de muitos anos. Está no DEM desde que deixou o PL. Torço para que continue".
Mendonça 2
De Vinícius Porto ao ser questionado se acredita que seja superada a desavença política entre Mendonça e o líder do DEM, o prefeito João Alves, por conta das eleições deste ano onde o partido ficou com Eduardo Amorim: "Política é a arte do diálogo. No passado Albano Franco não teve conflitos com Jackson Barreto? Mendonça Prado não teve com Jackson e se uniram? Almeida Lima não teve com Jackson Barreto e hoje são aliados?".
PT
Acontece neste sábado pela manhã, mais uma reunião do Diretório Estadual do PT. Na pauta, balanço das eleições deste ano, agenda 2015 e uma discussão de agenda para preparar o partido para as eleições municipais de 2016.
O nome
Ontem, no programa de Gilmar Carvalho, o presidente estadual do PT, o deputado federal Rogério Carvalho, declarou que ele não será candidato a prefeito de Aracaju, mas o partido terá candidato. Disse que a legenda tem vários nomes como os das deputadas estadual Ana Lúcia e Conceição Vieira, e do deputado federal Márcio Macedo, mas acha que o nome melhor posicionado é o de Ana Lúcia, pela sua história e por ter sido a única reeleita, entre os três.
Governo
Com relação à participação do PT no governo Jackson Barreto, o presidente Rogério Carvalho disse que ainda não houve uma conversa nesse sentido. Todavia, declarou que os nomes que vão compor serão indicados pela legenda e que se o governador quiser indicar algum petista que não seja o nome petista, que seja na sua cota pessoal. Foi uma indireta a Márcio Macedo e Eliane Aquino.
Veja essa…
De um ex-parlamentar aliado do governador Jackson Barreto sobre as medidas de contenção de despesas que estão sendo adotadas: "O governador tem de ouvir menos os secretários que demonstram insensibilidade e incapacidade de apresentar alternativas que não causem tanto sofrimento aos pais de família".
Curtas
O governador Jackson Barreto acompanhou ontem o ministro Aldo Rebelo (Esportes) na visita a Lagarto, para o lançamento da pedra fundamental para construção do Centro de Iniciação ao Esporte (CIE), um dos primeiro do país.
JB almoçou rapidamente na casa do ex-prefeito e ex-deputado federal Jerônimo Reis, com o ministro, e retornou a Aracaju para cumprir agenda administrativa.
O secretário Genival Nunes (Meio Ambiente e Recursos Hídricos) lançou ontem a Base de Dados Geoespacial do Estado de Sergipe, que é uma nova versão Atlas Digital e Estudos sobre Recursos Hídricos de Sergipe com mais de 12 mil informações na área; a Coletânea dos Encontros de Recursos Hídricos, e a Revista Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O presidente do PT, Rogério Carvalho, admite que já foi sondado pelo governo federal para assumir o Instituto Nacional do Câncer. Mas que tem vontade de permanecer em Sergipe, após concluir seu mandato na Câmara Federal.
Como a coluna já noticiou, é muito provável que Rogério venha assumir a direção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Sergipe. No próximo dia 9 ele tem reunião com ministros em Brasília para discutir a montagem do novo governo de Dilma Rousseff.