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DILMA DE LA PAZ A GRAÇA FOSTER
Publicado em 19 de janeiro de 2015
Por Jornal Do Dia
A presidente (a ) Dilma faz questão de demonstrar suas idiossincrasias. Essa palavra um tanto estranha, cujo sinônimo poderia ser manias, era comum em Sergipe quando o exemplar homem público Jose Carlos Teixeira a ela recorria muito, tipificando atitudes estranhas , inadequadas, que estariam a prejudicar a evolução política do estado e do país.
As idiossincrasias de Dilma originam-se no apego às suas próprias convicções, mesmo que as circunstancias estejam a sugerir a necessidade de um agiornamento.
A um estadista não é dado o privilégio de ter motivações pessoais, idéias exclusivas . A responsabilidade complexa com o governo impõe, até mesmo, o sacrifício das próprias convicções, desde que assim se proceda em função do interesse público. A História deu passos enormes e até então insuspeitados, e o que parecia sólido desmanchou-se no ar, metáfora que Marx e Engels utilizam no Manifesto Comunista antecipando a dissolução do sistema capitalista. Todavia. a hidra tem mais de 7 cabeças, e resiste, muda, se renova. O capitalismo não cultiva idiossincrasias, até porque é destituído de sentimentos. Mas não foi em vão a luta, porque a hidra transformou-se, exibiu cara nova nas sociais- -democracias, apegou-se às liberdades públicas, fez do pluralismo a sua plataforma, entendeu que problema social não é caso de polícia.
Pensar moderno, hoje, é procurar compatibilizar a ecologia com o sistema produtivo, e isso significa realizar mudanças radicais na economia de mercado, todavia, sem idiosincrasias, sem um açodamento que nos levaria a uma crise insolúvel. Um exemplo: Automóvel polui, envenena o ar, mas não se podem fechar montadoras porque isso geraria um monumental desemprego uma crise sem precedentes. Mas há como se buscar alternativas, e esse exemplo serve para todas as demais atitudes, para todos os comportamentos políticos, que, em primeiro lugar, devem ser destituídos de idiossincrasias. Sem idiosincrasias a presidente Dilma teria evitado essa capitulação que se tornou inevitável: um banqueiro para devolver credibilidade à economia.
Sem idiossincrasias Dilma já deveria ter exonerado Graça Foster do comando da Petrobrás, mesmo que ela seja a mais sacrossanta dos gestores públicos. Como proclamaram no Senado romano: "Não basta que a mulher de Cezar seja honesta, ela tem de parecer honesta".
Dilma, neste instante crucial em que os capitais fogem do Brasil e a Petrobras se dissolve, sem idiossincrasias, não deveria estar em La Paz, teria de ir a Davos, ( pronuncia-se Davôs) e por lá desfilar, com simpatia, se possível, usando o mesmo discreto e elegante modelito que vestiu na segunda posse, substituindo o outro, o da primeira vez, evidenciando, assim, que ‘modelitos’ são sempre renováveis.
Entre La Paz e Davos, de um modelito ao outro, 4 anos se passaram, e na capital boliviana o modelito de Dilma também perdeu o charme. E a oportunidade.
Lula, metalúrgico e homem, entendia muito mais de ‘modelitos’ do que a mulher e economista Dilma, nossa pétrea, idiossincrática gerente.