Homem que matou adolescente na cidade de Aquidabã é preso
Publicado em 13 de março de 2015
Por Jornal Do Dia
A polícia de Aquidabã (Baixo São Francisco) confirmou que houve crime passional no assassinato da estudante Bruna Micaela Alves da Costa, 17 anos, morta com um tiro na cabeça na tarde desta quarta-feira, no conjunto Santa Terezinha, sede do município. O ex-companheiro dela, Reginaldo Cardoso da Silva, o ‘Naldinho’, 50, que fugiu do local logo após o crime, foi preso por volta das 21h no povoado Arranhento, zona rural de Aquidabã, junto à rodovia que dá acesso a Graccho Cardoso.
O acusado, que confessou o crime, namorava a vítima há dois anos e, nos últimos cinco meses, passou a conviver com ela. "A vítima morava em um residência com Naldinho, mas há 15 dias aconteceu o rompimento do relacionamento e ela foi morar novamente com a mãe. Porém, desde o dia da separação ele tentou reatar o relacionamento sem sucesso e passou a ameaçar a ex-companheira", explicou o delegado Fábio Santana.
A polícia apurou que, na tarde do crime, Naldinho foi à casa da ex-sogra e teve permissão para entrar na residência, após dizer que iria deixar um dinheiro com Bruna. A vítima estava no quarto e ambos começaram a discutir. "Nesse momento, ele sacou um revólver calibre 38 e desferiu um único tiro na face da vítima, que morreu no local. Naldinho entrou no seu carro, um veículo Audi A3, e fugiu em direção a Graccho. Na altura do povoado Jurema, ele bateu o carro e destruiu dois pneus, o celular e alega que perdeu a arma do crime", disse Santana.
Após o acidente, o suspeito apresentou escoriações leves pelo corpo e acabou preso no povoado Arranhento. Ele disse à polícia que matou Bruna porque ela teria feito um aborto, mas, aos jornalistas, alegou ter matado por ciúmes da jovem, pois teria encontrado fotos e conversas dela com outros homens em um telefone celular.
Em depoimento ao delegado, o suspeito disse que se mantém na cidade com o dinheiro que recebe de sua aposentadoria pelo INSS devido a ter sido classificado com deficiente mental. Além disso, alega receber uma ajuda de custo de sua mãe, que é pensionista do fisco estadual. "Até o momento não recebemos nenhum documento que atesta a insanidade mental de Reginaldo, porém essa preocupação será de responsabilidade do juiz na fase de dosimetria da pena", disse Santana.
Reginaldo foi indiciado por homicídio qualificado previsto na Lei 13.104/2015, conhecida como Lei do Feminicídio, sancionada na última segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff. A lei agrava a pena de homicídios cometidos contra mulheres por motivo de discriminação de gênero ou violência doméstica. O crime passou a ser hediondo e sua pena varia entre 12 a 30 anos de prisão.