assassino da turista mineira durante apresentação
Morador de rua que é foragido do DF é preso por morte de turista mineira
Publicado em 31 de março de 2015
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
A Polícia Militar pren-deu neste domingo o principal suspeito pelo assassinato da turista mineira Cleuza Lourenço Machado, 49 anos, cujo corpo foi encontrado em 15 de março, na Praia de Aruana (zona de expansão de Aracaju), entre o "Banho Doce" e o antigo Hotel Parque dos Coqueiros. O flanelinha Ernandes Marcelino da Silva, 42, foi detido por soldados do Serviço Reservado da PM (PM-2) e do Grupamento Especial Tático de Ações com Motos (Getam), após ser encontrado na Orla de Atalaia (zona sul), próximo aos Arcos. Ao ser preso, Ernandes confessou o crime e admitiu que é foragido da Justiça do Distrito Federal, onde foi condenado a 90 anos de prisão por vários crimes de estupro e assalto à mão armada.
Os policiais apuraram que, além de lavador de carros, Marcelino é viciado em drogas, mora na rua e costumava dormir em uma área de matagal que fica próxima ao local onde o corpo foi encontrado. Ali, Cleuza foi esganada e abandonada sem roupas na areia da praia. A polícia suspeita que a vítima foi estuprada antes de ser assassinada. O delegado-geral da Polícia Civil, Everton Santos, confirmou que amostras orgânicas do acusado, como saliva, sangue ou cabelo, serão comparadas com os genes do esperma encontrado pelo Instituto Médico-Legal (IML) no cadáver da turista.
Em um vídeo gravado pelos policiais, o acusado admitiu que fez sexo com a turista, mas alegou que fez isso de forma consensual. "Não puxei ela. Nós conversamos, ela gostou de mim e eu dela, e a gente acabou transando. No começo, ela quis, mas depois ela teve raiva e resistiu. Depois de matar eu fiquei pela rua mesmo. Não vou mentir: peguei as roupas dela, mas eu nem lembro mais onde eu botei (sic)", falou o morador de rua, que foi frio ao ser perguntado se estava arrependido do crime. "Se se arrepender (sic), a pessoa não acredita, não é verdade? Então é até duro chegar e falar que se arrepende", disse Marcelino.
Segundo o tenente-coronel Paulo César Paiva, porta-voz da PM, a identificação do suspeito foi passada à polícia por uma testemunha que chegou a ver o flanelinha atacando a turista. "Uma pessoa aqui de Aracaju testemunhou parte da dinâmica do homicídio acontecido naquela data. Essa pessoa contou detalhes da parte do crime que ele assistiu e passou informações sobre características físicas do elemento, que se tratava de um morador de rua, um flanelinha que atuava naquela região. Deste então, as equipes da inteligência do Getam vêm trabalhando no levantamento destas informações", disse o coronel.
Levado para a Delegacia Plantonista, o flanelinha não portava nenhum documento e chegou a dar vários nomes falsos, mas a identidade de Ernandes foi logo descoberta após uma consulta ao Infoseg, sistema de dados do Ministério da Justiça. O porta-voz da PM informou que Ernandes recebeu um benefício de saída temporária e não se apresentou de volta ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília (DF), onde cumpria pena. Em seguida, ele foi levado à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Santos Dumont (zona norte), onde voltou a confessar, com detalhes, a morte da mineira. O delegado Antônio Sérgio Pinto, responsável pelo caso, já formalizou à Justiça um pedido de prisão preventiva contra Ernandes, que não foi julgado até o fechamento desta edição.
Outros detalhes do caso serão apresentados hoje, em entrevista coletiva a ser dada hoje de manhã pela Polícia Civil. Cleuza Machado era técnica de enfermagem, morava em Sete Lagoas (região metropolitana de Belo Horizonte), e estava de férias em Aracaju com uma amiga. No dia em que morreu, por volta das 17h30, ela saiu do hotel onde estava hospedada, na Orla, dizendo que iria tomar um banho de mar e ver o pôr-do-sol, e não mais voltou. No dia seguinte, ela foi encontrada morta – segundo o IML, a morte foi causada por asfixia mecânica.