Quarta, 15 De Janeiro De 2025
       
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PT, ZÉ ALENCAR E MICHEL TEMER


Publicado em 08 de janeiro de 2018
Por Jornal Do Dia


Quando Lula partiu para o que seria a quarta tentativa de chegar ao Planalto, já tinha garantido na sua chapa a presença do empresário mineiro Jose de Alencar. Ele o conhecera há pouco tempo. Impressionou-se com a simplicidade do homem pobre que montara um poderoso complexo de indústrias têxteis, e demonstrava ter a visão moderna de um capitalismo com viés social.

Com Alencar sendo candidato a Vice a chapa petista aliviava o vermelho amedrontador das ruas, e levava tranquilidade ao conservadorismo da FIESP, que ainda não se tornara a prostituta capaz de deitar-se com todos os interesses escusos, fornicando nas camas para aonde lhe leve o proxeneta político Paulo Skaf.

Zé de Alencar, além de tudo, era um homem que cultivava os rigores hoje tão esquecidos da dignidade pessoal. Sobre aquele empresário mineiro, um outro grande empresário e político sergipano, Augusto Franco, nos anos setenta já dizia que se tratava de um cidadão a quem se podia vender sem precisar de cheque ou duplicata, ou dele comprar, sem antes conferir o produto. Uma das fábricas de Augusto Franco vendia tecidos para as lojas de Zé de Alencar, que começava também a instalar as suas primeiras fábricas têxteis.

Como vice de Lula, ele atravessou, sem suspeitas de deslealdade, todas as turbulências do ¨mensalão¨. Naquele instante ele poderia ter imaginado um impeachment, buscado apoio nos meios empresariais, mas, com certeza, se por outro motivo qualquer viesse a substituir Lula, não levaria com ele pessoas indignas para o Governo.

O lameiro nele não salpicou, e assim, sacrificando a saúde já devastada por um câncer indomável, Zé de Alencar topou a reeleição, renovando a Lula o aval que o fortalecia no instante em que o tapete do poder quase escorria aos seus pés. O segundo mandato foi um passeio franco pela popularidade. Lula consolidava a imagem interna e externa de acionador virtuoso d as turbinas do desenvolvimento econômico com inclusão social. Os ricos ganhavam fortunas maiores, e os pobres o direito comer todo dia. Mas a crise agravada pelos rombos da corrupção e insólitas facilidades, já toldava o horizonte. Meireles, o mesmo ¨salvador ¨de hoje, instalado no Banco Central, nem se deu conta do desmazelo. Veio a imponderável Dilma, uma aposta pessoal de Lula a favor do impossível. E para ganhar a aposta ele foi buscar, na irrelevância de poucos votos, o deputado federal paulista Michel Temer, todavia poderoso, inigualável manipulador chefe dos múltiplos interesses dos Geddeis, que povoavam a sólida estrutura eleitoral do maior partido brasileiro, o PMDB. Na eleição, consagramos a incompetência e escapamos da ousadia do gangster das Minas Gerais.

Sem Temer e o PMDB dos ¨Geddeis¨, Lula perderia feio a aposta. As afinidades eram sólidas, bem lastreadas. Geddel foi ministro, Padilha, Jucá, Moreira Franco, Henrique Eduardo Alves, estiveram no topo dos governos petistas. Diante da fraqueza inerte de Dilma, encontraram na possibilidade do impeachment o momento da metamorfose coletiva. Geddel foi visto nas ruas bradando contra a corrupção, indignado com o assalto aos cofres públicos. Sua macilenta papada balançava de indignação cívica.

Eram os velhos camundongos virando coelhinhos de Páscoa.

Dessa falseada metamorfose surgiu o governo do vice que se tornou presidente.

Passará à História como um Vice que substituiu uma presidente inepta para repartir o poder entre os integrantes de uma organização criminosa.

 

DE UM SAXOFONE NA BARRIGA

A KAFKA NO BANCO DO BRASIL

 

Ezequiel Monteiro era um intelectual inquieto, uma cabeça fervilhante. No Sergipe del`Rey miudinho, atrasadinho, o pasto extenso onde também existiam canaviais e engenhos, pensar adiante do bacharelesco convencional, ou do conservadorismo cheirando a ranço e mofo, era coisa que só os ousadamente desafiadores faziam. Ezequiel era um desses avant-garde correndo disparado na frente do seu tempo. Queria inovar na literatura, nos costumes, até, durante certo tempo na indumentária. Advogado, submetendo-se às exigências de terno e gravata nos tribunais, chegou certa vez ao foro sobraçando uma volumosa quantidade de processos, com paletó e gravata impecavelmente compostos, e uma bermuda lhe chegava um pouco abaixo dos joelhos. Não se poderia dizer que não cumpria às exigências. Aos 16 anos foi preso e trazido de Laranjeiras até a Capitania dos Portos em Aracaju, onde o radical almirante Penna Boto comandava em 1952, uma operação repressiva contra tudo onde ele enxergava comunismo. Ezequiel, trazido amarrado nos fundos de um Jeep, entrou na Capitania cantando a Marselhesa, o hino francês. Foi o bastante para o almirante concluir: ¨Estão vendo, tão jovem e já doutrinado pelos comunistas¨. E tome pau. Note-se que em 1952, o regime era democrático.

Ezequiel, jornalista, era também primoroso ficcionista, e escreveu um conto a que deu o nome de O Saxofone. A trama: uma mocinha moderna, que amava os Beatles e os Rolling Stones, adorava também o jazz, e passava longas horas estirada na cama ouvindo a musica nascida nas comunidades negras do sul dos Estados Unidos, e que ganhou o mundo. Engravidou, não sabia exatamente quem poderia ser o pai da criança. Aos nove meses fez um parto cesariano. Surpresa: pariu um saxofone.

Nesse tempo, Ezequiel era leitor voraz de Franz Kafka e Merleau Ponty, não parando de recomendar a todos que lessem o francês Ponti e o tchecoeslovaco Kafka.

Semana passada, um sujeito foi ao Banco do Brasil para solucionar velha pendenga de um empréstimo rural, novela iniciada na agência do Siqueira Campos, onde houve uma intervenção saneadora para detectar um monte de irregularidades. As primeiras parcelas do pagamento foram temporariamente suspensas, até que se investigasse a licitude de todas as operações contratadas. O caos fora gerado por pecuaristas em conluio com funcionários corruptos, mas as consequências recaiam sobre quem nada tinha a ver com as tramoias. Vivia-se o tumulto financeiro do governo Sarney. Depois, veio o Plano Collor, e estabeleceu-se o absurdo. Por fim, a dívida que as circunstancias vigentes no próprio banco impediram de começar a ser liquidada, rolava do banco para outros setores, e moldava-se à tantas formas e fórmulas, cada vez aumentando mais.

Finalmente, tudo resolvido, o sujeito recebeu de um atencioso funcionário do banco o cálculo final e razoável do conturbado débito. Emocionado, o devedor agora com a alternativa de por fim a uma interminável pendenga, disse ao funcionário que se sentia após 28 anos percorrendo labirintos, passando por constrangimentos, decepções e ameaças ao patrimônio, como aquele senhor K, personagem central do livro O Processo, de Franz Kafka. O funcionário cuja formação não indicava que fosse um apreciador de literatura, ainda mais de um autor tão hermético, disse que já havia lido vários livros de Kafka, entre eles, A Metamorfose, Carta ao Meu Pai, mas, nunca lera o que consagrara Kafka, O Processo. O devedor tornado adimplente, disse que tinha o livro, e iria trazê-lo para que ele o lesse. No dia seguinte chegou ao BB, e na recepção pediu a uma atendente que fizesse a gentileza de entregar ao funcionário que nominou, um livro que, além de O Processo, condensava mais dois outros da obra do escritor Tcheco. A moça olhou a capa e disse que gostava de Kafka, mas não lera tudo; uma outra atendente junto, disse que dos três gostara mais de A Metamorfose, por considerar sensacional a história daquele cara que dorme gente , e acorda mosca .

Quem imagina que o Brasil é só esse pesadelo de um governo que libera quase 900 mil reais da Lei Rouanet destinada ao apoio à cultura para que Sérgio Malandro faça, pelo país afora as suas calhordices; ou que supõe que um Deizinho Novais representa o gosto musical do povo, esses, sem duvidas, irão quebrar a cara.

No tempo em que Ezequiel descobria Franz Kafka, só ele, Alberto Carvalho, Jackson Silva Lima, e no máximo uns 200 sergipanos aqui na província, sabiam de quem se tratava.

Nos horizontes cinzentos é possível sim, enxergar alguma luz. Nesses trópicos caniculares, surgiria uma aurora boreal?

DOS COMUNISTAS NA PONTE

AO ANIVERSARIO DE PRESTES

 

Depois do golpe em 1964, o governo militar dissolveu os partidos após a fragorosa derrota que sofrera em Minas Gerais e no Rio de Janeiro a primeira experiência eleitoral que fizera após o 31 de março. Criaram então a ARENA governista e o MDB, com direito restrito a fazer alguma oposição. Desde que fosse ¨construtiva¨, evidentemente. Em Sergipe o jovem deputado federal recém eleito, Jose Carlos Teixeira batia em todas as portas tentando encontrar quem se dispusesse a filiar-se ao MDB. Tarefa ingrata numa época de medos e forçadas acomodações.

No dia da fundação do MDB em Sergipe, reuniram-se no cine-teatro Rio Branco, pouco mais de cem pessoas.

O patriarca da família Teixeira, o empresário Oviedo , foi o corajoso financiador das despesas, e o segundo a assinar, depois do filho Jose Carlos, a filiação ao MDB. Os outros filhos, principalmente Luiz e Tarcísio, se encarregariam de viabilizar o partido durante os anos seguintes, inclusive cobrindo os custos das eleições de quase todos os candidatos. Não era tarefa fácil, nem destituída de riscos para empresários da construção civil, que dependiam em grande parte de financiamentos da Caixa Econômica.

 (Aqui, cabe o parêntese para uma observação: Não houve vetos dos militares aos financiamentos  “da Caixa à NORCON”, que, com trabalho e competência cresceu muito naquele período. Fazemos esse parêntese para lembrar que hoje, na democracia inaugurada pela dupla MARUN- TEMER, o governo federal interfere na Caixa Econômica de forma acintosamente inconstitucional, chantageando governadores do nordeste, inclusive o de Sergipe, que foram impedidos de receber os créditos já contratados com a Caixa no curso de uma chantagem escandalosa que a Justiça já começou a por fim. )

Os comunistas, lembra o ex- militante Marcélio Bonfim, não apareceram no Rio Branco para não causar embaraços ao partido que nascia sob férrea vigilância. Eram poucos os recentemente saídos das cadeias que por aqui ainda estavam. Os outros caíram na clandestinidade ou foram morar em outros estados, livrando-se do ¨dedo-durismo¨ que por aqui os acompanhava. Ficaram então na Ponte do Imperador, Marcélio, Milton Coelho, (que em 1976 seria torturado e ficaria cego) e Serivaldo Pereira. O deputado federal Doutel de Andrade, que viera para o ato de fundação em Aracaju, avisou a Jose Carlos que queria conversar com o pessoal do proscrito PCB. Finda a solenidade, lá pelas dez da noite, Jose Carlos levou Doutel no seu carro até as proximidades da Ponte do Imperador. Ele desceu e encontrou-se com os militantes que não estavam na clandestinidade, mas eram muito vigiados.

Tantos anos depois, no último dia três, os remanescentes do PCB reuniram-se no restaurante Confraria, para comemorarem a passagem do aniversário de nascimento do ¨Cavaleiro da Esperança ¨, ( ele faria 119 anos ) o capitão Luiz Carlos Prestes. Líder da Coluna combatente à qual foi dado o seu nome, Prestes, junto com tantos outros que teriam grande projeção depois na política brasileira, como os generais Cordeiro de Farias e Juarez Távora , fizeram, percorrendo o Brasil à frente de uns mil e quinhentos soldados, a maior marcha militar da história, ( mais de 25 mil quilômetros) combatendo e sublevando o povo, sem êxito, contra o governo central de Artur Bernardes. Prestes tornou-se comunista depois, já no exílio em Buenos Aires. Quando o ex-companheiro de jornada Siqueira Campos foi convidá-lo para liderar a revolução de 1930, Prestes já dominava a filosofia de Marx e Engels, tendo lido o pacote de livros que lhe foi levado por Astrogildo Pereira. Disse então a Siqueira que não participaria de uma revolução burguesa e voltaria ao Brasil para comandar a ¨verdadeira revolução popular e socialista.¨ Siqueira Campos, decepcionado, retornou ao Brasil. Na volta o avião caiu ao mar, num ponto onde avistavam –se as luzes de Montevidéu, a capital uruguaia. Era um excelente nadador, mas supõe-se que tenha sido atacado por tubarões.

Na Confraria estavam, entre outros, Marcélio Bonfim, Welington Mangueira, professor Afonso Nascimento, Margarida Rollemberg, Antônio Samarone, Delmo Naziazeno, Margarida Azevedo.

Marcélio traduz o sentimento dos velhos companheiros como um misto de decepção e alguma esperança. Decepção pelos caminhos ínvios por onde se meteram as esquerdas, não só no Brasil , mas no mundo todo. Esperança, numa retomada de rumo, com a ideia clarificadora

de que não vale fazer política tendo como objetivo final uma ditadura, seja ela de qualquer natureza, como descobriram, ainda na década dos anos 60 os partidos comunistas europeus que renegaram a ideia da ditadura do proletariado. Inaugurando por lá o chamado ¨eurocomunismo ¨, aqui tão combatido como desvio burguês, inclusive por Prestes, ainda um estalinista não conformado com a desconstrução da imagem do ¨guia genial dos povos ¨, como era exaltado no auge do culto à personalidade dominante na extinta União Soviética.

Caberia certamente às esquerdas pensar sobre o Brasil, sobre uma nova formatação de ideias e programas, na linha da sua responsabilidade histórica que sempre foi a busca de uma sociedade mais justa. Todavia, entendendo que o campo da democracia não poderá restringir-se a uma só vertente ideológica, e que o leque perfeito, virtuosamente democrático, sempre será formado por esquerda, centro, e direita, cabendo à esquerda o papel de vasculhar, ao longo do tempo, toda a poeira que o conservadorismo deixa acumulada como legado de desatualização e atraso. Hoje, a complexidade da pós-modernidade faz com que em muitos pontos a esquerda e a direita, que não são estagnadas, se descubram em algumas sintonias, e devem até juntas buscar soluções híbridas, para problemas como a segurança pública, a corrupção institucionalizada, a manutenção do Estado laico, a dimensão do Estado, entre outros temas objeto agora de investidas desarrazoadas, saídas dos extremos da ignorância pura ou de fanáticos de todos os naipes. Para que possam dialogar no espaço da tolerância que é preciso construir no Brasil em crise e agora devastado pelo governo Marun – Temer, a direita deveria evitar o atrelamento à incivilidade fanática de um Bolsonaro, enquanto a esquerda que sai facilmente a apoiar excentricidades amalucadas de gente como o venezuelano Maduro, só porque ele se diz anti-imperialista, deveria criar juízo.

A CAIXA ECONOMICA PRÓDIGA E

O VETO À MIXARIA DE SERGIPE

 

Jackson volta à Brasília. Desta vez espera deixar finalmente assinado o contrato de financiamento com a Caixa Econômica, nos moldes daqueles também em vias de contratação por mais 6 estados nordestinos. Esses empréstimos foram condicionados pelo ministro Carlos Marun, à cooptação pelos governadores de votos favoráveis dos deputados à reforma da previdência. O que Sergipe quer tomar são 57O milhões de reais. Se destinariam à conclusão de estradas em andamento, recuperação da rede viária , e utilização em alguns outros setores da infraestrutura. O governo Marun – Temer teria recuado diante da reação dos governadores nordestinos, e da constatação de que, se o caso for judicialisado como já fez a Bahia, a vitória dos estados é quase certa. O pleito total dos governadores não chega a 4 bilhões de reais, recursos que a Caixa tem disponíveis, sem afetar o colchão de segurança exigido pelas normas do sistema financeiro. Quase uma ¨mixaria ¨diante dos gastos que o governo tem ultimamente feito para aquietar a avidez da sua base. E, frise – se, não é recurso que sai do cofre do governo, é dinheiro emprestado, numa negociação licita e clara com um banco estatal, que não difere dos outros privados, e esse tipo de operação independe da boa ou da má vontade do presidente da República.

Mas a Caixa receberá agora um vultoso aporte de recursos, 15 bilhões de reais, quantia que, segundo os cálculos do hoje mandatário do Planalto, Carlos Marun, dará para cobrir plenamente todo o complicado custeio das campanhas de todos os candidatos atrelados ao governo Temer. Mas como ? Esse dinheiro será liberado para obras públicas realizadas pela União, governos e prefeituras ?

Marun já mediu e calculou tudo. O grupo Temer, Marun, Jucá, Padilha, Moreira, Geddel, Eduardo Cunha, terá também os seus candidatos à Presidência, aos parlamentos aos governos dos estados. E nesse desgaste enorme que sofrem, os candidatos apoiados pelo Temer terão de ¨superar ¨muitas dificuldades. Desses 15 bilhões sairão, pelos mesmos métodos tão conhecidos, e que não param de acontecer, algo que poderá chegar a um bilhão e meio de reais. Assim, os candidatos do governo não irão queixar-se de que ficaram à míngua de recursos, mesmo que acabem todos à mingua de votos. A dupla Temer – Marun, ou vice versa, planeja lançar candidatos próprios, tanto a presidente como a governadores, senadores e deputados. Os 15 bilhões que serão retirados do Fundo do Trabalhador, representam, apenas, o primeiro passo desse esforço de sobrevivência política e pessoal , do grupo palaciano. Afinal, todos, a começar pelo presidente irão parar nas mãos de Juízes federais que já os esperam, assim que perderem o foro privilegiado. A manobra inclui também outras ações muito mais heterodoxas, que aliás estão em curso, ou já foram concretizadas, como a desoneração tributária de todas as petroleiras estrangeiras que virão explorar o pré-sal .

A desnacionalização da EMBRAER e a consequente liquidação de projetos essenciais para as nossas forças armadas, será, para o grupo do Planalto, uma forma indireta de obter uma enormidade de recursos.

Agora, é o dólar ou a vida.

Em Sergipe a dupla Marun – Temer já tem candidato ao governo: Será o deputado federal André Moura.

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DA ¨MINISTRINHA DO PAIZÃO¨

AO PROSTÍBULO DO DEPUTADO

 

Presume-se, ou melhor, presumia-se, que para alguém chegar ao elevado cargo de Ministro de Estado, deveria exibir uma biografia impecável, notório saber, experiência administrativa, moral ilibada. Tudo isso, além de demonstrar afinidade e respeito à natureza das atribuições com as quais terá de lidar . Dai , ser inimaginável que a um delinquente ou a um contraventor se entregue um Ministério da Justiça, a um devastador de florestas, um Ministério do Meio Ambiente. Nessa linha lógica de raciocínio, será que seria admissível nomear para um Ministério do Trabalho justamente uma pessoa condenada pela Justiça do Trabalho ?

Mas, nesses tempos de desconstrução de valores o que se tem assistido é a indicação de ratos para protegerem depósitos de queijos suculentos.

Os Ministérios se transformaram em comitês eleitorais e em poderosos centros de captação de recursos para os seus ocupantes.

Não é por outro motivo que se tornam tão disputados. Seriam as joias da coroa, se isso aqui já não fosse a sonhada república dos malfeitores. O homem que divide com Jose Dirceu a ¨gloria ¨ de ter impulsionado o ¨mensalão ¨, o ex -presidiário Roberto Jeferson, foi recebido com honras no Palácio do Jaburú, onde um outro ex-presidiário Valdemar Costa Neto, há dias lá estivera, ambos merecendo as mesmas deferências.

Os dois comandam partidos. Roberto Jeferson consumado mestre na arte da desfaçatez e do cinismo exigiu de Temer a nomeação da sua filha deputada federal para o Ministério do Trabalho. Naquele ministério já estiveram nomes ilustres e lapidares da vida pública brasileira. Isso, quando a República ainda era cuidada com algum respeito.

A ¨ ministrinha do paizão¨ é uma deputada apagadíssima, medíocre, sobre a qual pesam acusações diversas, e é vezeira em desrespeitar a legislação trabalhista, e os direitos dos seus empregados.

O suplente que assumirá em seu lugar é irmão do ex-governador fluminense Anthony Garotinho, que faz pouco tempo saiu da cadeia com a esposa também ex-governadora, liberados pelo Ministro Gilmar Mendes. Assim, entrará na Câmara Federal mais um bandido. Sua Excelência, o nosso mais novo legislador foi condenado a sete anos e quatro meses de cadeia por crime de lenocínio. Era o proxeneta chefe de uma rede de prostituição integrada por mocinhas com menos de dezoito anos.

A ETHOS EM ITABAIANA

E O DESAFIO DE INOVAR

 

Diante da conturbação e consequente desumanização das cidades, a busca por novos modelos, novas formas de morar, tornou-se uma quase obsessão na indústria da construção civil. A tendência para os que têm recursos foi o afastamento das cidades, e o refúgio em condomínios distantes, marcados, todos, pela excessiva sofisticação. Agora, em busca da solução de Cingapura, que se tornou exemplo, se quer também encontrar a fórmula para trazer o trabalhador para mais perto da cidade, e assim eliminando um outro problema, a mobilidade urbana, Cingapura não tem espaços fora do Estado – Cidade, assim, as diferenças sociais se reduzem, com a proximidade de todas as classes. Os problemas urbanos se interligam com as questões sociais e isso gera um debate que vai além do mercado e se estende ao terreno especifico das políticas públicas.

Em Itabaiana o empresário e arquiteto, Edson Passos, através de projetos singulares que vem fazendo a sua empresa, a ETHOS, coloca no mercado uma proposta que vem mexendo com os paradigmas tradicionais do mercado imobiliário. O que ele faz é reformular o conceito de morar, construindo condomínios onde o luxo ou o tamanho do investimento em cada residência é substituído pela amplitude de espaços verdes, de equipamentos à disposição, a segurança e a valorização do ambiente, o tratamento adequado de esgotos, proteção do solo, áreas de absorção, que evitam enchentes, em consequência, a ampliação do conforto que não se obteria apenas com a suntuosidade, digamos assim, de cada unidade habitacional .

A inovação tem se revelado um poderoso fator de vendas.

Edson também tem uma outra característica que mais ainda o deixa sintonizado com a modernidade. Ele desenvolve iniciativas na área social que, se fossem imitadas por todas as empresas, em maior ou menor escala, certamente reduziriam a mancha da pobreza que ainda nos envergonha como cidadãos.

DRONES ¨VENDO¨ CANOS E

UM INSTITUTO AMBIENTAL

 

Carlos Melo, o presidente da DESO quer ampliar a frota de Drones da empresa para que os equipamentos voadores e espiões de tudo possam ser utilizados noutros setores do governo, como a Policia, o DETRAN, o Corpo de Bombeiros, as Secretarias da Fazenda, do Meio Ambiente dos Transportes e até chegaria a ir mais longe, colocando-os a serviço da iniciativa privada. Tudo dependerá de ideias que ainda está colocando no papel, ou melhor, no computador. Mas os Drones da DESO já estão voando. Fiscalizam as redes urbanas, as adutoras, flagram possíveis piratarias, localizam vazamentos. Com isso a eficiência da DESO no controle das perdas de água poderá ampliar-se consideravelmente.

Andando na linha ambiental da empresa que foi inaugurada virtuosamente pelo ex-presidente o engenheiro Luiz Carlos Rezende, ainda nos anos setenta, o engenheiro Carlos Melo quer, no decorrer deste ano reflorestar nascentes, arborizar áreas de captação de água e criar na represa do Poxim, um parque e um núcleo de pesquisas ambientais e de preservação da água. A DESO tem uma parceria com o Instituto Vida Ativa, instalado em Canindé do São Francisco, que fornece mudas gratuitamente. Nos últimos anos, com essa parceria, já foram plantadas mais de trinta mil mudas, inclusive na recuperação das matas no entorno da barragem do Poxim, um planejamento efetuado pela geógrafa Lílian Wanderley, quando esteve à frente da diretoria ambiental da empresa. Carlos quer iniciar a arborização em março, com o plantio de seis mil mudas nas margens do São Francisco em Telha, onde fica o sistema de bombas e a captação de água para a adutora, Telha-Aracaju.

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