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PROMETEU ACORRENTADO E OS NOSSOS ZEUS QUE CASTIGAM
Publicado em 28 de janeiro de 2018
Por Jornal Do Dia
A mitologia grega elaborada lá nos fundos da História, permeia, em alegorias ou metáforas, esses tempos ditos de pós-modernidade. Não é sem motivos que a tragédia Prometeu Acorrentado, escritapor Esquilo no século quinto antes de Cristo, continua lotando os teatros. A peça, que é toda ela fundamentada na mitologia, trata de temas que serão recorrentes, enquanto sobre o planeta terra existirem os humanos, que pensam, amam, odeiam, traem, sacrificam-se pela honra, ou a negociam descaradamente, havendo os que se julgam deuses, e os que os abominam, ou adoram; também os falsos, hipócritas, avarentos, trapaceiros, cruéis, e os justos, virtuosos, honrados, leais, desprendidos , bondosos, beligerantes, pacificadores, mas, todos humanos, demasiadamente humanos, como diria o filósofo um tanto cético, um tanto moralista, um tanto desesperançado, talvez, daquela espécie da qual era parte.
Prometeu acorrentado, o mito, tem alguma similitude com aquelas correntes nos pés de Sergio Cabral, o condenado, correntes afrontosas à civilidade, também, ao que se presume ser um Estado Democrático de Direito. Exibição desmesurada de poder, atitude negativado coator, a Policia Federal ,representante do Estado, que é um ente necessariamente a pairar acima das paixões, que não pode deixar-se contaminar pelo sentimento mesquinho de vingança, ou do ódio. O sentido da punição é o de conter o crime, afastar o criminoso da sociedade, e na pena prescrita não consta a humilhação do condenado.
Prometeu, o herói mitológico, foi acorrentado a um rochedo, por Zeus, e todos os dias uma águia lhe devorava o fígado, que se regenerava, e o suplicio deveria repetir-se eternamente. Sérgio Cabral, a pessoa, o ser humano decaído, em nada se assemelha ao Titã Prometeu, que alimentava sonhos benfazejos. Zeus,estava na escala hierárquica do Olimpo bem acima de Prometeu, que era apenas um Titã. No caso dodescarado Sérgio Cabral, não há similitudes a aproximá-lo de Prometeu, que era, ao seu modo, um idealista. Mas a fúria de Zeus está presente na ação da PF, e isso é negativo para uma instituição na qual os brasileiros confiam, aliás, uma das poucas que ainda merecem essa confiança. Essa confiança sofreu um abalo quando o novo dirigente declarou, em relação à mala de Loures com 500 milque, sendo somente uma, não provava nada. Presumindo que ficaria incógnitofoi ter a suspeita conversa no Planalto, quando Temer mais uma vez cumpria a tarefa indigna para um presidente, de responder às perguntas formuladas pela Policia Federal, a mesma que ele tentou desqualificar, quando lançou suspeitas sobre um laudo técnico emitido, comprovando a autenticidade daquela vergonhosa fita em que Temer transmite a Joesley Batista o nome do seu homem de confiança, Loures, para substituir Geddel , que estava preso. E pouco depois Loures recebia a mala e o dinheiro de um executivo de Joesley. Essa relação mafiosa de Temer com Joesley é antiga, tanto assim, que já estão no STF as investigações realizadas pela PF, comprovando que na conta aberta por Temer em seu próprio nome, para receber doações eleitorais, Joesley chegou com seis milhões, do total de vinte milhões recebidos. Nesse episodio, nem Zeus nem Prometeu estão presentes, mas o mito tudo explica com a caixa sinistraque Pandora abriu para liberar as iniquidades que nela estavam contidas. Desde então, os farsantes, os cínicos, os cafajestes, os mentirosos, os desonrados, os criminosos, espalharam-se pelo mundo.
Mas então voltamos a Prometeu, agora sim, para simbolizaraquele ódio que se voltou contra Lula, e contribuiu, em parte, para a sua condenação. Antes, contudo, para deixarmos bem claro que nesses episódios que vive o Brasil não acreditamos em inocências nem em imparcialidades, citamos uma frase de Albert Camus,escrita no livro O Homem Revoltado, publicado em 1951, nove anos antes da sua morte trágica: ¨No dia em que o crime se enfeitar com os despojos da inocência, por uma curiosa reviravolta própria do nosso tempo, a inocência é que será intimada a fornecer suas justificativas¨.
Prometeu , apenas um Titã, bem abaixo da potestade dos deuses, ousou desafiá-los. Ele tinha o dom da vidência, e entendeu que precisava descer aos homens, lá embaixo, no entorno do Olimpo, a morada etérea,onde tranquilos e sem perturbações seus habitantes privilegiados gozavam as delicias inerentes à sua condição de imortais e poderosos. Prometeu desce e vai ao meio dos homens, simples e mortais criaturas, e do Olimpo rouba o fogo, privilégio dos deuses, e o leva aos humanos. Com o fogo os homens começam a cozinhar, a aquecer-se nos invernos rigorosos,também a forjar as armas para caçar , defender-se e fazer a guerra.
Os deuses se sentem ameaçados e decidem punir aquele que levou força e ousadias à raça humana, aos inferiores mortais lá embaixo. Nesse sentido, a metáfora se aplica exatamente ao Lula condenado. Metaforicamente, também, poderíamos afirmar que levar o fogo e a comida para que as pessoas cozinhassem, desagradou a muitos, tanto assim, que hoje, o pobre nem mais cozinha, depois que Temer levou o botijão de gás a 80 reais.
O problema em relação a Lula é que ele, o Prometeuagora quase acorrentado, se deixou contaminar, e que se contaminassem seus companheiros ou aliados com a carga nefasta de iniquidades saídas da ¨Caixa de Pandora¨, e ai, houve mensalão, petrolão, favores do BNDES para as ¨empresas campeãs¨, farras inéditas com dinheiro público . É por isso que deveria ser julgado, e para isso seria necessário um arsenal contundente e indesmentível de provas. Mas forambuscar em um tríplex de mau gosto e num sítio que encheram de idiotices supérfluas, a prova maior para a condenação. Ai, Lula ameaçado de ser até acorrentado, como já foi Sérgio Cabral, contra quem choveram escandalosas evidencias, perde o passaporte por obra e graça de um juiz de primeira instancia que atropela decisão do Tribunal Federal gaúcho, e quando ouve um promotor dizer que o sitio é dele,porque ele até dormia lá, responde que já dormiu no Palácio de Buckingham, e nem é o rei da Inglaterra.
Lula, o nosso Prometeu semi-acorrentado deve ficar a perguntar-se: Por que essa fúria de Zeus contra mim, enquanto dormem os deuses do Olimpo, tranquilos, flanam soltos Temer, Aécio, Rocha Loures, e se preparam depois da assepsia contra o PT, para construir, agora, um país honesto, finalmente livre da corrupção, com Temer nos governando, ao lado de Padilha, Moreira Franco, Romero Jucá, Marun, e da cadeia, em Curitiba, Eduardo Cunha, mandando seus conselhos, ou ordens.
Voltando à mitologia grega, vem à memória o personagem Sísifo, que gerou um mito. Ele era um rei,todavia mortal, e seu reino era carente, mas ele desafiava os deuses, usava de mil jeitinhos, ganhava na lábia, enganava à própria morte, e ia sobrevivendo, até que um dia Zeus o apanhou, foi levado ao Hades, o inferno, e colocado a rolar uma rocha até o topo de uma montanha. Depois, a pedra enorme rolava morro abaixo, e Sísifo outra vez repetia a tentativa, e assim pela eternidade afora.
Será que esse destino trágico de Sísifo teria alguma semelhança com a luta árdua do trabalhador brasileiro pela dura sobrevivência, desafiando os deuses do Olimpo, que até lhe reduzem o salário já mínimo?
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A LAVAGEM MORAL OU UM
BOMBRIL NA CARA DE PAU
Temer anunciou em entrevista na Folha de S. Paulo, que este ano, seria o da sua recuperação moral. Preparava, para isso, duzentos e sessenta milhões de reais, já alocados ao orçamento para engordarem as verbas publicitárias com as quais vem amansando a grande mídia. Livre de acusações, tranquilo em relação aos escândalos que já estão sendo tratados cada vez com menor ênfase, ou ate retirados da pauta, Temer,também aquietando as Centrais Sindicais com algo em torno de 500 milhões, imaginava um make-up na sua imagem, e surgir como um presidente injustiçado pelas calunias. Em Davos depois de falar para um auditório quase vazio, contundente mostrado desdém que dele faz o mundo, o desconsiderado presidente brasileiro ficou sabendo, surpreso, que a verba que engordaria o orçamento da mídia governista fora retirado para outras finalidades, com o aval do seu líder no congresso André Moura, e de outros aliados. Não desistirá porém da operação já denominada ¨Bombril na Cara de Pau¨ e vai garimpar recursos num orçamento onde estoura um rombo de 160 bilhões de reais. Para essa recuperaçãode algo que é inexistente, bilhões de reais não conseguirão fazer a mágica impossível.
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LUCIANO BISPO, ITAMAR FRANCO
PASSANDO POR GILVAN ROCHA
Luciano Bispo, hoje presidente da Assembleia Legislativa , era então prefeito de Itabaiana. Estava no gabinete do deputado federal Jerônimo Reis à cata de recursos para o seu município. Com ele o prefeito de Pirambú, Cezar Rocha, e o prefeito de Lagarto, Zezé Rocha. Chega então Daniel Tourinho, que era um empresário baiano com raízes em Sergipe e fama de rico, que tivera muito prestigio no governo de Fernando Collor, por ter-lhe cedido a legenda partidária para que ele fosse candidato à presidência. Tourinho fora candidato a deputado federal em Sergipe, mas não eleito. No governo do vice que sucedeu a Collor após o impeachment, Itamar franco, ele parecia desfrutar da mesma intimidade, tanto assim, que convidou o grupo a ir ao palácio do Planalto para uma audiência com o presidente. Chegaram todos um tanto descrentes, à sede do poder, que estava lotada. Tourinho conversou com uns assessores do presidente, e logo, mesmo sem audiência marcada, foram chamados ao gabinete presidencial. Itamar Franco,é bom recordar, fez um governo rigorosamente ético, e o seu Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso com uma brilhante equipe, elaborou e colocou em prática o Plano Real, que livrou o país de desabar ao fundo do calamitoso poço da hiperinflação. Itamar chegou muito afável, e lembrou ao grupo que tinha uma ministra sergipana, a advogada Leonor Franco, então esposa de Albano. Perguntou o nome de todos, e quando o jovem Cezar Rocha declinou o seu, Itamar assumiu um ar entre respeitoso e comovido e perguntou-lhe: ¨Você é filho de Gilvan Rocha?¨ Cezar respondeu positivamente, então, o presidenteo abraçou e lhe disse: ¨Meu jovem, tenha muito orgulho do seu pai, ele foi um dos mais brilhantes senadores que já passaram naquela casa, onde fui seu colega e companheiro na luta oposicionista. Gilvan Rocha Foi um dos maiores tribunos em toda a existência do Senado¨.
Éa esse sergipano que o governo de Sergipe agora homenageia, dando seu nome ao Complexo Administrativo da Saúde, que Almeida Lima deve deixar pronto até março.
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O VELHO ¨MARAJÁ¨ E
AS SUAS QUATRO FILHAS
Cleonâncio Fonseca ganhou seu primeiro mandato eletivo aos 18 anos, tornando-se vereador em Boquim, a sua terra. Dai em diante não parou mais. Foi prefeito, deputado estadual, e recordista em mandatos na Câmara. Mais de cinqüenta anos percorrendo os caminhos da política, que tantas alegrias lhe deram, e também dissabores. Fez amigos, quase todos conservou, e também adversários, alguns acérrimos, figadais. Cleônancio faz o estilo durão, alguns, até mesmo amigos,dizem que ele foi um ¨coronel¨ um tanto retardatário no seu tempo. Mas, os seus adversários, até mesmo aqueles situados no terreno onde só se cultivam animosidades, e com frequência o ódio, não desdenhavam da capacidade, do jeito de Cleonâncio fazer política, e até lhe reconheciam qualidades, lembrando que ninguém conquista tantos mandatos sem ter pelo menos, diziam, ¨algum tipo de virtude¨. Pois é, de adversários não se poderia esperar uma avaliação mais gratificante.
Mas o ser humano Cleônancio Fonseca, que se distancia do político, do ¨coronel¨, só os que conviveram com ele mais intimamente conhecem. Aqueles, que chegaram um dia ao seu aconchego, a Fazenda Lagamar, para encontrá-lo todo serelepe, empinando-se numa poltrona com o rosto sumido numa nuvem branca, e as quatro filhas, quase meninas, Carmen, Honorina, Jussara e Tereza, cada uma com um pincel de barba à mão fazendo crescer a espuma, o indispensável ritual para barbear o rosto e esculpir o bigodão. Aqueles que tiveram a gratificante oportunidade de assistir aquela cena, descobriam o Cleonâncio que se sentia um ¨marajá¨, feliz e pacificado ¨dono¨ daquela riqueza rara: as filhas carinhosas que o rodeavam e paparicavam, sob o olhar feliz de Dolores, a esposa, a mãe.
Agora,o ¨marajᨠque possuía o tesouro das quatro filhas, cruelmente ficou menos rico: Carmen se foi. O ¨marajᨠCleonâncio e a sua ¨marani¨ Dolores, tentarão reencontrar-se com a felicidade possível , ao lado das riquezas que ainda têm: as três filhas, os netos, os irmãos solidários, os amigos.
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ANA LUCIA SE DESPEDE
E IRAN É ANUNCIADO
A deputada Ana Lúcia após décadas elegendo-se e reelegendo-se, anuncia que encerrará a vida pública no campo eleitoral. Não será mais candidata, mas terá um candidato que será tanto dela como do SINTESE, o sindicato que é, por assim dizer, o seu enorme comitê eleitoral. De Ana Lúcia se pode considerar que ela e o seu sindicato se extremaram em radicalismos, que pouco resultaram em benefícios reais para os professores, e, menos ainda, em conquistas para o evoluir do processo educacional . Mas ela tem um diferencial que a qualifica: esteve sempre na trincheira da defesa das suas ideias. É possível contestar a validade atual de posições políticas que o passar do tempodeixou-as assim, com um visível mofo que precisa ser de tempos em tempos retirado, para que não se perca o essencial. E o essencial, na esquerda, não é a imposição de valores ou de programas, ou costumes, mas aquela cotidiana faina de remover as cracas do comodismo passadista, sem se deixar contaminar pela intolerância. Isso, a deputada Ana Lúcia não teve a clarividência para fazer. Se o fizesse, teria uma trajetóriaquase tão luminosa como foi a de Marcelo Déda. Em todo caso, a boa Política não se viu afrontada pela atuação da deputada que, nesses anos todos, ao que se sabe, não se deixou contaminar pela febre descolorida do patrimonialismo.
Iran Barbosa, hoje vereador, já foi deputado federal. É igualmente um político nascido das lutas sociais. É leal a Ana Lúcia, mas tem um comportamento que lhe abre maiores horizontes, indo além dos guetos que limitam as alternativas que a politica virtuosamente oferece.
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POVOADOS QUERENDO CÂMARAS
E UM VEREADOR MARGINAL
Por quase todos aqueles povoados que começam a exibirtraços de progresso , aumentando a população, libertando-se um pouco da precariedade da pobreza sem perspectivas, e passam a exibir algo novo, uma atividade que se destaca, um empreendimento que abre portas para que a juventude possa encontrar trabalho, em todos esses povoados assim, ¨progressistas ¨, logo chega aquela ambição de tornar-se município. Começa então a ganhar corpo aquela palavra, emancipação. Etão logo aparece, políticos em busca de votos a ela logo aderem. Não se procura saber como irá existir o novo município, a quanto irá o custo da sua instalação. Todos os novoscom o ¨status¨ alcançado ganham o direito (ou seria a desgraça ?) de ter uma Câmara com um mínimo de nove vereadores , prefeito, vice – prefeito, secretários, cargos em comissão, carros com motoristas, e mais algumas mordomias que se incluem no normal, que a lei acoberta, e aquelas extras, absolutamente não previstas em lei. Por causa dessas ¨extras¨ é que quase sempre se movimentam os interessados na tese tão acalentada da emancipação salvadora. Essa repartição continuada de um exíguo território que é Sergipe , só resulta em despesas inúteis , e no agravamento da nossa antiga e até agora insuperável indigência. Dividir pobreza não é uma providência razoável, muito menos salvadora. A Constituição, a mais nova delas, e já tão remendada como todas, estabelece rigorosas regras para a emancipação de povoados ou distritos, e até lista alguns deles dos quais se poderia cogitar em fazê-los sedes, com todos os aparatos que tal condição impõe. Um mestrando ou doutorando da UFS, cujo nome o escrevinhador não guardou, elaborou uma dissertação, ou tese,sobre essa multiplicidade de municípios, e demonstrou, teorizando e enumerando com didática precisão, o erro calamitoso de elevar a municípios coisas assim , tais como Telha, Pedra Mole, São Francisco, Malhador, e mais uns vinte assemelhados. Ele, o acadêmico tão eficientemente prospectivo,sugere, aliás, algo que seria racional, todavia politicamente improvável : a reorganização do quadro dos municípios sergipanos, reduzindo-se à metade o numero dos que agora existem, ou sobrevivem.
O que ganhou a populaçãodesses distritos elevados a municípios, qual os benefícios que efetivamente chegaram à população?
Mas os municípios maiores, até um vistoso polo turístico e agora pacificado município como Canindé do São Francisco, tambémcorrem o risco de elegerem, algum truculento marginal, que age até quando a consciência vigilante da cidadania não se manifesta.
Em Canindé foi eleito um analfabeto que andou mais longe e tornou-se presidente da Câmara de onde acabou afastado preventivamente quando se preparava para mais um golpe, avançando sobre recursos do INSS, dinheiro descontado dos servidores, do qual se apropriava.
Ele não consegue pronunciar exatamente a palavra Câmara, e repete com frequência: ¨Eu sou o presidente, mando na cama¨. Isso apenas acrescentaria mais um episódio humorístico ao folclore politico, não fosse o ¨presidente da cama¨, também fraudador, peculatário, e invasor de terras públicas, entre outros copiosos crimes definidos no Código Penal. E dos quais ele até agora se vangloria.
Mas a multiplicação de municípios sempre entra na pauta politica. Semana passada, Jackson, Belivaldo e secretários, estavam em Santa Rosa do Ermírio, uma entusiasmante área no semiárido onde era lançado um programa de inseminação artificial para produtores de leite, pequenos e médios. Santa Rosa é hoje a bacia leiteira que mais se expande em Sergipe, por isso, foi o lugar escolhido para começar o programa. Na plateia havia grupos reivindicando a emancipação. Se vier a acontecer, apenas se dividirá a pobreza de Poço Redondo, há décadas lutando para superar os índices calamitosos de desenvolvimento humano, que o colocam no extremo da miséria.
Para Santa Rosa do Ermírio, Déda fez estrada asfaltada, Jackson levou escola de segundo grau, normalizou o abastecimento de água, está instalando uma unidade do SAMU, e até asfaltando ruas. Na Câmara do município há vereadores representando o povoado, e o prefeito Junior Chagas apresentou reivindicações especificas, de Santa Rosa. Com a emancipação, a população é fracionada, da mesma forma as verbas federais que chegam para a educação e a saúde. Por sua vez, a representatividade politica é dissolvida. Qual então o efeito prático desse desejo de ter prefeitura e câmara de vereadorespróprias, todavia frágeis e dispendiosas? E mais ainda, centenas de funcionários, quase todos comissionados, além de uma frota de veículos, e as mordomias corriqueiras de viagens, a Brasília, a Aracaju, com uma atraente diária.
E ainda o risco de eleger um vereador marginal, tipo aquele analfabeto e ousado devastador do patrimônio público, que responde pelo nome de Caloi.
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ENTRE A BANDA MARCIAL
E O ¨PIFE¨ QUE APARECEU
Venâncio Fonseca, experiente deputado, tantas vezes líder de governos, tantas vezes líder da oposição, entendeu agora que liderar pode dar espaços na mídia, mas raramente produz votos. Não quer mais ser líder nem de quem está de cima nem de quem está por baixo. Quer fazer apenas uma politica voltada para as suas bases, quando necessário defender os interesses de Sergipe, mas transitando livre por todas as esferas, dialogando com todos, para disso formar convicções. Ele lembra, contudo, sem melancolias, mas com humor, de tantos episódios que viveu como protagonista nos dois lados da cena politica. Quando líder de João Alves o acompanhou na derrota até o final do mandato, e compareceu à transmissão do poder ao eleito Marcelo Déda. Recorda, a atitude elegante e civilizadíssima que teve Déda no ato de transmissão, fazendo uma homenagem ao governador que saía e à sua esposa senadora, que estava ao seu lado, e ainda sufocou uma vaia que a plateia que lotava o teatro Tobias Barreto havia ensaiado contra João. Quando João saiu do teatro Venâncio o acompanhou, e passaram em frente à banda militar agora muda, que antes lhe prestara as ultimas honras de estilo.
Eram poucos os amigos que o acompanhavam até o seu apartamento na 13 de Julho. Pelo caminho apareceu uma Banda de Pifanos, ou de Pife, como popularmente chamadas, e integrou- se ao cortejo fazendo soar as suas flautas. Ai João disse: ¨Estão vendo, não fiquei muito tempo sem banda¨.
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NA ROUBALHEIRA DA CAIXA SE
FOI O QUE SERIA DE SERGIPE
O governo de Sergipe contratou um empréstimo na Caixa Econômica Federal da ordem de 580 milhões. Todos os tramites estavam concluídos e a operação aprovada, Aí entra em cena o truculento e inescrupuloso Marun, e diz que os empréstimos tanto a Sergipe como aos demais estados interessados, seriam usados como moeda de troca, um tome lá dê cá, dinheiro em troca de votos a favor da agora finalmente abortada reforma da previdência, que, aliás, em outros termos é necessária, mas, desde que tocada por um governo com a legitimidade do voto, e não acusado de ser uma Organização Criminosa. Jackson foi a Temer, voltou a Marun,e a conversa era sempre a mesma, e o empréstimo contratado era ilegalmente travado pelo governo, finalmente denunciado por intervir em áreas exclusivas de competência dos bancos estatais. Mas ai o imbróglio já estava formado, com a procuradoria Geral da República exigindo a demissão dos vice- diretores, todos indicados por gente como Eduardo Cunha, Geddel, Henrique Eduardo Alves, todos presos e um diretamente por Temer, solto e presidente. O escândalo ficou evidente, os vices foram hesitantemente afastados por quinze dias por Temer, mas apenas quatro. Depois,a própria Caixa pressionada pelo Banco Central e Tribunal de Contas decidiu exonerar todos os vices; são 12, exatamente, porque a coisa era dividida entre vários políticos e partidos, Era, por assim dizer, o assalto organizado.
Finda a farra a caixa anuncia que só libera os empréstimos que receberem o aval do Tesouro Nacional. Nessa condição não se incluem Sergipe, e mais ainda Alagoas , e Acre. Alagoas tem contratados com a Caixa 320 milhões e com o Banco do Brasil 300 milhões. Resta saber se em consequência da roubalheira, esses três estados ficarão prejudicados, tendo inclusive obras já projetadas, licitações prontas, e agora, traídos pela irresponsabilidade de um governo central que vai à deriva com um presidente que já não mais governa.
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UMA POSSE EM SALVADOR
O coronel Joseluci Prudente,chegaria certamente a general, não fosse um erro médico numa cirurgia de emergência em hospital famoso de Nova Iorque, que o obrigou a pedir a reforma
Da vida militar Joseluci, conserva muitas amizades de colegas de turma e contemporâneos, e de alguns dos seus ex-comandados, ainda na ativa.
Vez por outra comparece à solenidades em que generais, cadetes no seu tempo, ou por ele comandados, assumem postos militares. Nessa sexta ele foi em companhia do fraterno amigo, o conselheiro do TC e acadêmico Carlos Pinna, à posse na 6 ª região Militar em Salvador do novo comandante, o general de divisão Marcos André da Silva Alvim, que substituiu o general Juarez Pereira Junior.
Detalhe: saíram rápido da solenidade para o retorno breve pela Linha Verde a Aracaju. Joseluci que já foi comandante até hoje lembrado da PM sergipana, sabe bem dos perigos que correm os que por ali trafegam à noite.