Motorista de Valadares Filho é preso em Brasília
Publicado em 07 de fevereiro de 2018
Por Jornal Do Dia
Um motorista lotado no gabinete do deputado federal sergipano Valadares Filho (PSB) foi preso ontem de manhã durante a ‘Operação Delivery’, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Daniel Lourival de Azevedo é acusado de envolvimento com uma quadrilha que revendia drogas para usuários de classe alta e média alta de Brasília (DF). Ele foi alvo de um dos 23 mandados de prisão temporária expedidos pela justiça brasiliense, sendo preso juntamente com uma ex-estagiária da Procuradoria Geral da República.
Segundo informações do 5º Distrito Policial de Brasília (5º DP), Daniel é apontado como responsável por recolher e transportar drogas como maconha, cocaína e LSD, revendidas a viciados que, geralmente, eram servidores públicos e pessoas de alta renda que trabalhavam na Esplanada dos Ministérios e na Asa Sul. A compra acontecia através de uma "tele-entrega", isto é, as pessoas ligavam para os membros da quadrilha e pediam que um motoboy entregasse a quantia encomendada a ele, inclusive nas imediações de órgãos públicos federais e do Governo do Distrito Federal (GDF). De acordo com o delegado responsável pelo caso, Rogério Henrique Oliveira, o motorista fazia uso de um dos carros alugados pela Câmara dos Deputados para fazer a compra das drogas, sem o conhecimento do deputado.
O grupo tinha ainda uma ‘assessoria jurídica’ que era fornecida pela ex-estagiária da PGR. Segundo a polícia do DF, o papel dela era instruir como a droga deveria ser transportada, avisar sobre a quantidade e alertar aos criminosos sobre os entendimentos jurisprudenciais a cerca do tráfico de drogas. A ideia era dificultar a configuração do crime de tráfico de entorpecentes. Os envolvidos devem ser processados por associação ao tráfico e tráfico de drogas, com penas previstas de 15 a 30 anos de prisão.
Exoneração – Em nota, Valadares Filho informou que "não tinha conhecimento de qualquer comportamento ilícito do servidor Daniel Lourival de Azevedo" e que "assim que tomou conhecimento do fato, determinou a exoneração imediata do servidor, deixando a cargo da justiça os procedimentos de investigação cabíveis para o caso". O deputado sergipano esclareceu ainda que "a relação que mantinha com servidor era restritamente profissional". (Gabriel Damásio)