Servidores do Samu paralisam 25% da frota em protesto
Publicado em 16 de fevereiro de 2018
Por Jornal Do Dia
Gabriel Damásio
Os condutores de ambulâncias e téc-nicos de enfermagem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) fizeram ontem uma paralisação de advertência durante 24 horas. Segundo informações do Sindicato dos Condutores de Ambulância e Servidores do Samu (Sindiconam), o movimento comprometeu cerca de 25% do serviço em todo o Estado, pois, das 59 ambulâncias componentes da frota, 15 ficaram paradas – sendo quatro em Aracaju – e outras dez já estavam sem circular por problemas mecânicos. Estima-se que pelo menos 12 cidades do interior ficaram sem atendimento.
As categorias protestam contra a indefinição quanto ao futuro dos servidores vinculados à Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), que a partir de março de 2019, terá extinto o seu contrato de gestão com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), conforme determinação de um acordo firmado na Justiça Federal. O presidente do Sindiconam, Adilson Ferreira Melo, diz que o impasse vem prejudicando a categoria e pode resultar na demissão de mais de 7 mil servidores. "A paralisação quer chamar a atenção do governo do Estado para que resolva de uma vez por todas a situação destes servidores da Fundação, Isso já vem se arrastando há muito tempo e a cada dia, esses pais e mães de família vão dormir sem saber o que acontece amanhã, o que vai acontecer com seus empregos.
Os servidores também criticam a falta de reposição das perdas salariais, que não são pagas há pelo menos cinco anos, e o atraso e parcelamento nos pagamentos dos salários, principalmente dos servidores contratados pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que devem receber até o quinto dia útil de cada mês. "O governo de Sergipe não cumpre a Constituição, que obriga a dar pelo menos a reposição da inflação. Acho que é um descaso muito grande, uma falta de zelo, de cuidado e de respeito para com os servidores e também para a população, porque nós prestamos serviços para a população", criticou o sindicalista.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde disse ter recebido "com surpresa" a paralisação dos servidores do Samu, pois já promoveu uma reunião com representantes das categorias para discutir as reivindicações. O órgão informou que já garantiu o atendimento dos pedidos das categorias e está trabalhando para resolver as questões apresentadas.