Domingo, 12 De Janeiro De 2025
       
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A Semana Maior


Publicado em 26 de março de 2018
Por Jornal Do Dia


 

* Raymundo Mello
(publicação de Raymundinho Mello, seu filho)
 
Nesta edição de hoje o assunto não po-
deria ser outro senão a ‘Semana Santa’, 
a ‘Semana Maior’, para os cristãos. Praticamente todos os anos, meu pai, o ‘Memorialista Raymundo Mello’, escreveu sobre o tema, normalmente resgatando alguma ‘memória’ de sua vida de cristão-católico praticante, consciente e engajado na vida da Igreja. Tive que escolher um destes textos para esta publicação e, tão somente por predileção pessoal, optei pelo artigo publicado em 15/03/2016, aqui mesmo no ‘Jornal do Dia’, intitulado "Renovando a Fé".
Assim escreveu Raymundo Mello:
"Nos idos dos anos 40, Aracaju – com cerca de 80 a 90.000 habitantes – durante a ‘Semana Santa’, após a ‘Quaresma’ e até o ‘Domingo de Páscoa’, era uma cidade silenciosa e solene. Pouca algazarra, sustada, apenas, pelos cânticos religiosos nas igrejas e procissões e pelo ‘soar das matracas’ que substituíam os sinos.
Com o feriado escolar, que ia do sábado da semana anterior ao domingo de Páscoa – às vezes, até a segunda-feira subsequente -, a cidade parecia ficar vazia. É que os (as) estudantes internos (as) nos colégios tradicionais – ‘Nossa Senhora de Lourdes’, ‘Patrocínio de São José’, ‘Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora’, ‘Tobias Barreto’ e ‘Educandário Jackson de Figueiredo’ -, além dos vários pensionatos que também hospedavam jovens estudantes vindos (as) do interior do estado e de estados vizinhos, liberavam esses (essas) internos (as) e hóspedes para visitarem seus pais e demais familiares. A convivência entre estudantes fazia com que alguns (algumas) internos (as) convidassem colegas para acompanhá-los (as) nesse pequeno período de "férias" e lá se iam mais alguns (algumas) jovens aproveitar os feriados, e com isso esvaziava-se Aracaju; marinetes e trens saíam lotados, além dos carros de passeio – como se dizia – de pais e parentes.
Os tempos mudam os hábitos. Aracaju dos anos 2000, nesses dias enche-se de visitantes, turistas, que vêm descansar, tomar banho de mar e deliciar-se com os caranguejos e outras especiarias que a cidade oferece, durante esse período de fé e oração para os que são religiosos, cristãos.
As solenidades [católicas] concentravam-se na Igreja Matriz, então Catedral Diocesana, com as celebrações eucarísticas, onde as leituras bíblicas eram feitas em Latim. Eram solenidades bonitas, mas a maioria das pessoas não entendia quase nada. Felizmente as homilias eram feitas em Português e nos ajudavam a entender o conteúdo das leituras. Na verdade, celebrava-se tudo que ainda celebra-se hoje, só que concentrado na área da Catedral; uma ou outra igreja fazia celebrações particulares, mas os momentos mais importantes, somente na Catedral.  
Hoje, apenas um ato solene é celebrado ‘unicamente’ na Catedral – a ‘Missa dos Santos Óleos’ [este ano, como a nossa Catedral está sendo restaurada, o ato realizar-se-á na ‘Igreja Nossa Senhora de Lourdes’, no bairro Siqueira Campos], onde o clero, em uníssono com seu Arcebispo, renova seus compromissos sacerdotais e recebe, das mãos ungidas do Bispo, os óleos santos destinados às cerimônias do Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos. É, de fato, solenidade de importância especial, porque sela a unidade da Igreja.
Todos os demais atos da Semana Santa são celebrados na Catedral e na matriz de cada sede paroquial. E aí se incluem atos especiais, dentro dos preceitos eclesiais, mas que oferecem reflexões sobre a ‘Vida, Paixão, Morte e Ressurreição do Cristo Jesus’. Esses atos são celebrados na Catedral Metropolitana e nas sedes paroquiais, como citado.
Lembrando as solenidades do meu tempo de jovem católico, repasso o nome de cada ato, ainda celebrado pela Igreja Católica em todo o mundo: Domingo de Ramos, segunda, terça e quarta-feira, Missas, Via Sacra, Procissão do encontro e do fogaréu (a critério de cada pároco); quinta-feira, além da Missa dos Santos Óleos, na Catedral, Ceia do Senhor (Missa) com Lava-pés, e, após, adoração; sexta-feira, proclamação da Paixão do Senhor e procissão do Senhor morto; sábado, proclamação da Ressurreição do Senhor (sábado de Aleluia); o encerramento da Semana Santa acontece no Domingo de Páscoa, com Missas festivas em todas as igrejas.
São feitos esforços especiais para a Celebração do Sacramento da Penitência (Confissões), objetivando que todos os cristãos católicos cumpram, em clima de fé, o ‘sacramento da reconciliação’ com Deus e consigo mesmo, como pede a Santa Mãe Igreja em seus mandamentos.
Todos esses atos eu acompanho desde meus primeiros anos (e já são tantos!) e a Igreja Católica Apostólica Romana no mundo inteiro os celebra há 2000 anos.
Se cada ato desse for celebrado com espírito de fé, esta mesma fé nos diz que dias melhores virão. As perseguições à Igreja Católica existem desde sua fundação, mas ela permanece firme, é a Santa Igreja de Jesus Cristo, de Maria Santíssima e do Papa.
Concluo dizendo que nos meus anos de jovem (há bastante tempo, repito), os (as) colegas regressavam com os (as) acompanhantes após a Semana Santa, e Aracaju era repovoada e enriquecida com a alegria dos (as) estudantes.
Feliz Páscoa!!!".
* * *
E.T. – 1) Nunca é demais lembrar que, para os cristãos, a Semana Santa não é um feriado prolongado para atividades de lazer. Muito pelo contrário: é um período para o silêncio, a reflexão, o encontro com Deus, consigo mesmo e com os irmãos. É muito importante participar de todos os atos litúrgicos, e com muito espírito de oração. E, uma atitude recomendável é a leitura de textos que enriqueçam a Fé. O livro "A Profissão da Fé: Catequeses sobre o Credo", uma coletânea de reflexões do Papa Bento XVI continuadas pelo Papa Francisco, lançamento (2018) da Editora Paulus, constitui-se um excelente roteiro de reflexões para quem desejar fazer seu ‘retiro espiritual pessoal’ nesta Semana Santa. Li, vou reler nestes dias – agora lentamente, meditando – e recomendo a leitura.
2) No próximo dia 30, sexta-feira, completa-se 1 ano que meu pai, titular deste artigo semanal das terças-feiras, sofreu o acidente que lhe ceifou a vida. Dia 02 de abril de 2017 ele fez sua Páscoa definitiva. Celebraremos duas Missas por sua alma neste ‘1 ano de seu encontro com Deus’ (02/04, segunda-feira próxima): às 7 horas da manhã, no espaço celebrativo da Catedral (Rua Propriá, 222 – anexo à Rádio Cultura) e às 19 horas, na Igreja dos Salesianos (Nossa Senhora Auxiliadora). Venham rezar conosco! 
* Raymundo Mello é Memorialista
raymundopmello@yahoo.com.br

* Raymundo Mello

(publicação de Raymundinho Mello, seu filho)

 

Nesta edição de hoje o assunto não po- deria ser outro senão a ‘Semana Santa’,  a ‘Semana Maior’, para os cristãos. Praticamente todos os anos, meu pai, o ‘Memorialista Raymundo Mello’, escreveu sobre o tema, normalmente resgatando alguma ‘memória’ de sua vida de cristão-católico praticante, consciente e engajado na vida da Igreja. Tive que escolher um destes textos para esta publicação e, tão somente por predileção pessoal, optei pelo artigo publicado em 15/03/2016, aqui mesmo no ‘Jornal do Dia’, intitulado "Renovando a Fé".Assim escreveu Raymundo Mello:
"Nos idos dos anos 40, Aracaju – com cerca de 80 a 90.000 habitantes – durante a ‘Semana Santa’, após a ‘Quaresma’ e até o ‘Domingo de Páscoa’, era uma cidade silenciosa e solene. Pouca algazarra, sustada, apenas, pelos cânticos religiosos nas igrejas e procissões e pelo ‘soar das matracas’ que substituíam os sinos.
Com o feriado escolar, que ia do sábado da semana anterior ao domingo de Páscoa – às vezes, até a segunda-feira subsequente -, a cidade parecia ficar vazia. É que os (as) estudantes internos (as) nos colégios tradicionais – ‘Nossa Senhora de Lourdes’, ‘Patrocínio de São José’, ‘Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora’, ‘Tobias Barreto’ e ‘Educandário Jackson de Figueiredo’ -, além dos vários pensionatos que também hospedavam jovens estudantes vindos (as) do interior do estado e de estados vizinhos, liberavam esses (essas) internos (as) e hóspedes para visitarem seus pais e demais familiares. A convivência entre estudantes fazia com que alguns (algumas) internos (as) convidassem colegas para acompanhá-los (as) nesse pequeno período de "férias" e lá se iam mais alguns (algumas) jovens aproveitar os feriados, e com isso esvaziava-se Aracaju; marinetes e trens saíam lotados, além dos carros de passeio – como se dizia – de pais e parentes.
Os tempos mudam os hábitos. Aracaju dos anos 2000, nesses dias enche-se de visitantes, turistas, que vêm descansar, tomar banho de mar e deliciar-se com os caranguejos e outras especiarias que a cidade oferece, durante esse período de fé e oração para os que são religiosos, cristãos.
As solenidades [católicas] concentravam-se na Igreja Matriz, então Catedral Diocesana, com as celebrações eucarísticas, onde as leituras bíblicas eram feitas em Latim. Eram solenidades bonitas, mas a maioria das pessoas não entendia quase nada. Felizmente as homilias eram feitas em Português e nos ajudavam a entender o conteúdo das leituras. Na verdade, celebrava-se tudo que ainda celebra-se hoje, só que concentrado na área da Catedral; uma ou outra igreja fazia celebrações particulares, mas os momentos mais importantes, somente na Catedral.  
Hoje, apenas um ato solene é celebrado ‘unicamente’ na Catedral – a ‘Missa dos Santos Óleos’ [este ano, como a nossa Catedral está sendo restaurada, o ato realizar-se-á na ‘Igreja Nossa Senhora de Lourdes’, no bairro Siqueira Campos], onde o clero, em uníssono com seu Arcebispo, renova seus compromissos sacerdotais e recebe, das mãos ungidas do Bispo, os óleos santos destinados às cerimônias do Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos. É, de fato, solenidade de importância especial, porque sela a unidade da Igreja.
Todos os demais atos da Semana Santa são celebrados na Catedral e na matriz de cada sede paroquial. E aí se incluem atos especiais, dentro dos preceitos eclesiais, mas que oferecem reflexões sobre a ‘Vida, Paixão, Morte e Ressurreição do Cristo Jesus’. Esses atos são celebrados na Catedral Metropolitana e nas sedes paroquiais, como citado.
Lembrando as solenidades do meu tempo de jovem católico, repasso o nome de cada ato, ainda celebrado pela Igreja Católica em todo o mundo: Domingo de Ramos, segunda, terça e quarta-feira, Missas, Via Sacra, Procissão do encontro e do fogaréu (a critério de cada pároco); quinta-feira, além da Missa dos Santos Óleos, na Catedral, Ceia do Senhor (Missa) com Lava-pés, e, após, adoração; sexta-feira, proclamação da Paixão do Senhor e procissão do Senhor morto; sábado, proclamação da Ressurreição do Senhor (sábado de Aleluia); o encerramento da Semana Santa acontece no Domingo de Páscoa, com Missas festivas em todas as igrejas.
São feitos esforços especiais para a Celebração do Sacramento da Penitência (Confissões), objetivando que todos os cristãos católicos cumpram, em clima de fé, o ‘sacramento da reconciliação’ com Deus e consigo mesmo, como pede a Santa Mãe Igreja em seus mandamentos.
Todos esses atos eu acompanho desde meus primeiros anos (e já são tantos!) e a Igreja Católica Apostólica Romana no mundo inteiro os celebra há 2000 anos.
Se cada ato desse for celebrado com espírito de fé, esta mesma fé nos diz que dias melhores virão. As perseguições à Igreja Católica existem desde sua fundação, mas ela permanece firme, é a Santa Igreja de Jesus Cristo, de Maria Santíssima e do Papa.
Concluo dizendo que nos meus anos de jovem (há bastante tempo, repito), os (as) colegas regressavam com os (as) acompanhantes após a Semana Santa, e Aracaju era repovoada e enriquecida com a alegria dos (as) estudantes.
Feliz Páscoa!!!".
* * *
E.T. – 1) Nunca é demais lembrar que, para os cristãos, a Semana Santa não é um feriado prolongado para atividades de lazer. Muito pelo contrário: é um período para o silêncio, a reflexão, o encontro com Deus, consigo mesmo e com os irmãos. É muito importante participar de todos os atos litúrgicos, e com muito espírito de oração. E, uma atitude recomendável é a leitura de textos que enriqueçam a Fé. O livro "A Profissão da Fé: Catequeses sobre o Credo", uma coletânea de reflexões do Papa Bento XVI continuadas pelo Papa Francisco, lançamento (2018) da Editora Paulus, constitui-se um excelente roteiro de reflexões para quem desejar fazer seu ‘retiro espiritual pessoal’ nesta Semana Santa. Li, vou reler nestes dias – agora lentamente, meditando – e recomendo a leitura.
2) No próximo dia 30, sexta-feira, completa-se 1 ano que meu pai, titular deste artigo semanal das terças-feiras, sofreu o acidente que lhe ceifou a vida. Dia 02 de abril de 2017 ele fez sua Páscoa definitiva. Celebraremos duas Missas por sua alma neste ‘1 ano de seu encontro com Deus’ (02/04, segunda-feira próxima): às 7 horas da manhã, no espaço celebrativo da Catedral (Rua Propriá, 222 – anexo à Rádio Cultura) e às 19 horas, na Igreja dos Salesianos (Nossa Senhora Auxiliadora). Venham rezar conosco! 
* Raymundo Mello é Memorialistaraymundopmello@yahoo.com.br

 

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