Três policiais são presos por extorquir anotadores do bicho
Publicado em 03 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia
Um agente da Polícia Civil e dois policiais militares, sendo um da ativa e outro da reserva, foram presos em flagrante no final da manhã de ontem, acusados de ameaçar e extorquir pessoas que atuavam como anotadores do jogo do bicho em bancas do Mercado Virgínia Leite Franco, no Centro de Aracaju. O incidente aconteceu depois de um tumulto ocorrido entre os policiais e os comerciantes que os acusavam de terem supostamente agredido uma mulher que teve um filho recentemente. A Guarda Municipal foi chamada e manteve os três homens detidos na base do órgão, até a chegada de outros policiais.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que os militares e o agente foram autuados em flagrante pelo crime de concussão – quando um servidor público exige vantagem indevido para terceiros em função do cargo. O caso foi registrado na Corregedoria de Polícia Civil, onde os três acusados e cerca de 12 testemunhas prestaram depoimento durante toda a tarde. Em seguida, o agente foi levado para uma delegacia e os dois PMs transferidos para o Presídio Militar (Presmil). Hoje, os três serão apresentados em audiência de custódia no Fórum Gumercindo Bessa.
Comerciantes do mercado e testemunhas denunciam que os três policiais estariam agindo há pelo menos 15 dias na região, identificando-se como policiais e exigindo dinheiro das pessoas que trabalhavam nas bancas com jogo do bicho, apostas eletrônicas e outros jogos de azar. Segundo os relatos, os responsáveis pelas bancas eram obrigados a entregar pelo menos R$ 50 em dinheiro. Se a ordem fosse recusada, os acusados tomavam a renda, os celulares e as rifas, ameaçando-os de prisão. Uma destas abordagens, na qual um dos acusados tomou o celular da comerciante, despertou revolta nos colegas e estes decidiram cercar os três homens, que estavam à paisana.
Por meio da nota divulgada pela SSP, a Delegacia Geral da Polícia Civil afirmou que "repudia o comportamento do policial e salienta que a Corregedoria já se posicionou, em um anterior procedimento disciplinar, pela exclusão deste servidor dos seus quadros, cujo processo já está à disposição do Poder Judiciário e do Poder Executivo, que decidem sobre a expulsão ou não do servidor público". O órgão diz ainda que "tomará as medidas necessárias para que seja dada uma resposta justa e respeitável sobre o caso". A Corregedoria Geral da Polícia Militartambém acompanha o caso.