Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Roberto Caldas renuncia ao cargo de juiz da Corte de Direitos Humanos


Publicado em 16 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia


Juiz Roberto Caldas renunciou no sábado, depois que vieram a público denúncias de sua ex-mulher de violência e assédio

 

Helena Martins 
Agência Brasil 
 
A Corte Interamericana de Direitos Humanos confirmou, nesta terça-feira (15), o afastamento do magistrado brasileiro Roberto Caldas, que renunciou ao cargo de juiz da instituição, após denúncias de violência, ameaça e constrangimento contra a ex-mulher, Michella Marys.
Em nota, a Corte informou que Caldas solicitou, na sexta-feira (11), uma licença indefinida, pedido convertido em renúncia formal no sábado (12). "Tal como é de conhecimento público, Roberto F. Caldas foi denunciado por supostos atos de violência intrafamiliar em instâncias judiciais brasileiras. Quanto a estas acusações, o Presidente da Corte Interamericana, Juiz Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot, ressaltou a importância que se investiguem os fatos de maneira diligente, rápida e oportuna no âmbito do devido processo. Não obstante o acima exposto, condena todos os tipos de violência contra as mulheres", diz a nota.
Indicado pelo governo brasileiro em 2013, com o apoio de entidades de classe e organizações sociais, Caldas, que tem trajetória marcada pela defesa dos direitos trabalhistas, foi eleito juiz titular daquela Corte, tornando-se o segundo brasileiro a ocupar o posto desde a criação do órgão, em 1979. Após ocupar a vice-presidência do tribunal, chegou a presidir a CIDH entre 2016 e 2017. Entre as principais atribuições da corte está zelar pela correta aplicação e interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos por todos os países que ratificaram o tratado, de 1969.
As denúncias vieram a público na semana passada, primeiro por meio de reportagem da revista Veja. Depois, o jornal Metrópoles divulgou gravações feitas por Michella, nas quais o juiz e ex-marido usa contra ela palavras como "cachorra", "safada", "filha da puta", "burra" e "gorda".
Quase trinta gravações feitas ao longo de seis dos treze anos de relacionamento subsidiam a denúncia feita à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). A Agência Brasil procurou a delegacia para obter esclarecimentos sobre o caso, mas foi informada de que "não haverá atendimento sobre este caso específico, uma vez que trata-se de ocorrência de Lei Maria da Penha, motivo pelo qual está sob sigilo".
Em nota, a defesa de Caldas afirmou, na segunda-feira (14), que "reconhece serem graves as inúmeras ofensas verbais feitas pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público. A sua ex-esposa o gravou por 6 anos, o que demonstra uma relação doentia por parte dela, repleta de inconfessáveis motivos, mas, de qualquer maneira, as ofensas verbais são injustificáveis. O Dr. Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física."

A Corte Interamericana de Direitos Humanos confirmou, nesta terça-feira (15), o afastamento do magistrado brasileiro Roberto Caldas, que renunciou ao cargo de juiz da instituição, após denúncias de violência, ameaça e constrangimento contra a ex-mulher, Michella Marys.
Em nota, a Corte informou que Caldas solicitou, na sexta-feira (11), uma licença indefinida, pedido convertido em renúncia formal no sábado (12). "Tal como é de conhecimento público, Roberto F. Caldas foi denunciado por supostos atos de violência intrafamiliar em instâncias judiciais brasileiras. Quanto a estas acusações, o Presidente da Corte Interamericana, Juiz Eduardo Ferrer Mac-Gregor Poisot, ressaltou a importância que se investiguem os fatos de maneira diligente, rápida e oportuna no âmbito do devido processo. Não obstante o acima exposto, condena todos os tipos de violência contra as mulheres", diz a nota.
Indicado pelo governo brasileiro em 2013, com o apoio de entidades de classe e organizações sociais, Caldas, que tem trajetória marcada pela defesa dos direitos trabalhistas, foi eleito juiz titular daquela Corte, tornando-se o segundo brasileiro a ocupar o posto desde a criação do órgão, em 1979. Após ocupar a vice-presidência do tribunal, chegou a presidir a CIDH entre 2016 e 2017. Entre as principais atribuições da corte está zelar pela correta aplicação e interpretação da Convenção Americana sobre Direitos Humanos por todos os países que ratificaram o tratado, de 1969.
As denúncias vieram a público na semana passada, primeiro por meio de reportagem da revista Veja. Depois, o jornal Metrópoles divulgou gravações feitas por Michella, nas quais o juiz e ex-marido usa contra ela palavras como "cachorra", "safada", "filha da puta", "burra" e "gorda".
Quase trinta gravações feitas ao longo de seis dos treze anos de relacionamento subsidiam a denúncia feita à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). A Agência Brasil procurou a delegacia para obter esclarecimentos sobre o caso, mas foi informada de que "não haverá atendimento sobre este caso específico, uma vez que trata-se de ocorrência de Lei Maria da Penha, motivo pelo qual está sob sigilo".
Em nota, a defesa de Caldas afirmou, na segunda-feira (14), que "reconhece serem graves as inúmeras ofensas verbais feitas pelo casal ao longo de uma tumultuada relação, reveladas em gravações que vieram a público. A sua ex-esposa o gravou por 6 anos, o que demonstra uma relação doentia por parte dela, repleta de inconfessáveis motivos, mas, de qualquer maneira, as ofensas verbais são injustificáveis. O Dr. Roberto Caldas nega peremptoriamente qualquer agressão física."

 

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