Segundo a própria artista, 'Patuá' percorre um caminho de encontro consigo mesma
O mergulho ancestral de 'Patuá'
Publicado em 24 de maio de 2018
Por Jornal Do Dia
Camila Campos está contando os dias para o lançamento de ‘Patuá’, um disco autoral, repleto de elementos da cultura popular, orientado pelo respeito à natureza. Segundo a própria artista, a sua música percorre um caminho de encontro consigo mesma.
O mar e os seus fenômenos naturais estão presentes nas canções de ‘Patuá’, assim como a mata, pela qual ela passeia e encontra o povo caboclo na aldeia dos índios Kariri Xocós. As viagens e a estrada que revelam o povo cigano em suas andanças também serviram de inspiração, bem como a poeira da terra que sobe na batida do tamanco do Samba de Pareia, grupo do povoado quilombola Mussuca, fundado há mais de 300 anos por escravos que trabalhavam nos canaviais da região.
Gravado no Studio Waves, entre 2016 e 2018, sob a produção musical de Rodrygo Besteti, o álbum aposta em letras que são um reflexo das experiências vivenciadas em uma jornada de introspecção, um processo iniciado em 2013, quando a artista se encontrava em uma espécie de encruzilhada. Largar tudo o que havia construído e recomeçar do zero foi o caminho que a artista decidiu pegar e desemboca agora no seu primeiro disco.
A força da natureza e seus elementos dão forma e vida ao sentimento que carrega a obra, como em ‘Ressaca’, referência ao fenômeno que ocorre no mar, pondo para fora aquilo que não lhe cabe mais. Já a serenidade das águas está presente em ‘Encontro de Oyá’.
"Acredito que as pessoas cruzam os nossos caminhos com algumas missões, estas podem durar ou apenas ser pontuais. ‘Encontro de Oyá’ foi a forma que encontrei de agradecer a alguém muito especial para mim durante este processo", diz.
Inspirada no samba de Pareia, Camilla compôs a canção ‘Versus Ego’, definido como um "duelo-dueto entre a gente e o nosso ego". Nesta faixa, a cantora fez um convite para a participação da colega Héloa. "A sua presença foi muito importante para mim, pois ela chegou no momento quando eu iria gravar a voz final e me deu colo e segurança, colaborando para a experiência de um universo feminino ainda não vivenciado nas gravações".
Para Camilla Campos, ‘Patuá’ é uma tentativa de se encontrar na pluralidade do povo brasileiro, na sua diversidade cultural e costumes. Trata-se do início de um caminhar para dentro, mas sentindo o que está lá fora.
"Este trabalho representa uma cura, uma resposta ao vazio, agora um pouco mais preenchido, àquilo que me incomodava. Representa a descoberta daquilo que alimenta a minha alma, a conexão comigo mesma e o divino, a composição e a música, nesta ordem", finaliza.
Camilla Campos lança ‘Patuá’:
01 de junho, nas principais plataformas de streaming