Protesto dos caminhoneiros aumenta no Estado

Uma mobilização uni- ficada orquestrada  por caminhoneiros e marchantes resultou na manhã de ontem no bloqueio da BR 101 em dois pontos. Coligados, porém com pleitos diferentes, enquanto caminhoneiros seguiam intensificando as lamentações iniciavas na última segunda-feira, 21, contra o reajuste no valor do diesel na altura do KM 77, marchantes protestavam no trevo que dá acesso ao município de Cedro de São João. Estes trabalhadores lamentavam a decisão judicial oficializada na semana passada a qual determinava a interdição do matadouro da cidade de São Francisco. Por mais de duas horas a via expressa ficou bloqueada nos dois sentidos.
Na tentativa de minimizar o caos gerado no fluxo de automóveis, agentes da Polícia Rodoviária Federal foram encaminhados até os pontos de conflitos para dialogar com os manifestantes. Por volta das 10h uma das pistas foi liberada. Sobre a ação judicial que determinou o fim dos trabalhos no matadouro clandestino, o processo teve início após profissionais da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) – coordenada pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual com apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), terem identificado uma série de irregularidades no local. Os manifestantes buscam reverter a decisão, já que a demolição da estrutura está prevista para amanhã.Se apresentando como representante do grupo, Rivando Alves Filho garantiu que o ato público serve para chamar a atenção dos gestores públicos contra uma possível falará de diálogo junto aos trabalhadores. Ele garante que o grupo estaria disposto a dialogar com o poder público municipal, bem como ajudar financeiramente com a reforma do espaço, caso fossem previamente comunicados sobre a possibilidade de suspensão das atividades, interdição e posterior demolição do imóvel. A partir de agora, todos estes profissionais terão que se deslocar para o frigorífico Nutrial, que fica na cidade de Propriá, sendo o mais próximo de São Francisco.
"A gente foi pego de surpresa porque era de conhecimento nosso a situação ruim do local, mas nada tão grave ao ponto de ter que interditar. Essa manifestação é para mostrar a indignação não somente dos trabalhadores, mas também das pessoas que acabam se sustentando e se alimentando dos abates realizados em São Francisco. Não chamaram a gente para conversar, apenas disseram que o local seria fechado", protestou. Em diálogo por telefone com o Jornal do Dia, Rivando Filho não informou se o grupo pretende realizar novas rodadas de manifestações na região. Cerca de 70 pessoas participaram deste ato.
Caminhoneiros – Já no km 77, no povoado Pedra Branca, em Laranjeiras, mais de 200 caminhoneiros decidiram estacionar os veículos no acostamento e iniciar mais uma série de manifestações contra o arrocho imposto sobre o valor dos combustíveis, aprovado pelo Governo Federal, através da Petrobras. A contabilidade do número de profissionais aderidos ao movimento foi feita por membros da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), a qual coordena os atos no Estado de Sergipe. Desde que a Petrobras começou com o aumento de preços, em 1º de julho do ano passado, a elevação de preços nas refinarias, até a primeira quinzena de maio, já chegou a casa dos 42,25%.
Estamos bloqueando ainda o acesso de caminhões aos postos de combustíveis para travar o país e mostrar que não aceitamos esse tipo de decisão lastimável imposta pelo poder administrativo superior. As manifestações seguem até que algo sensato seja adotado", informou o caminhoneiro Wellington Andrade. Nas regiões mais críticas, apenas carros pequenos, ônibus escolares e ambulâncias eram liberadas para reabastecer.