Controladoria-Geral do Estado faz um gol de letra
Publicado em 15 de junho de 2018
Por Jornal Do Dia
* Eduardo Angelus de Almeida
Em tempos de Copa do Mundo no país do futebol, a Controladoria-Geral do Es- tado de Sergipe se destaca e emplaca literalmente um gol de letra com a inovação em realizar um Concurso Literário agregado ao lançamento de uma Antologia realizado no Museu da Gente Sergipana.
Mesmo alguns achando não ser o foco principal da CGE, o concurso surgiu inicialmente com o intuito de efetivar as propostas da Convenção Internacional da ONU(Organização das Nações Unidas) Contra a Corrupção onde os países signatários devem promover ações, através dos seus entes governamentais, de prevenção e combate à corrupção, informação essa que poucos conhecem, o que gerou questionamentos.
Seguindo ainda a proposta da ONU, além do concurso literário e sempre inovando, a CGE também realiza já há 10 anos, o Passeio Ciclístico Contra a Corrupção, levando centenas de ciclistas pelas ruas da capital, chamando a atenção para a necessidade da ética e da transparência no serviço público e o combate à corrupção.
A CGE então uniu essa proposta ao objetivo de levar ao conhecimento dos estudantes o funcionamento e a importância da Controladoria do estado, o significado do controle interno, da transparência pública, bem como elencar temas tão atuais como os que foram ofertados para os trabalhos dos estudantes.
Com o surgimento de diversas Academias Literárias, concursos, encontros de escritores e seletas, Sergipe tornou-se um verdadeiro pólo de escritores e novos talentos até então não revelados, despertando o interesse geral pelas oportunidades que surgem, sendo este feito encabeçado pelo escritor Domingos Pascoal, escritor, ativista cultural e fundador de diversas academias em Sergipe e no Brasil. Academias essas que Eliziário Sobral teve a sensibilidade e a atenção de convidar quatro delas para serem avaliadoras, prestigiando e fortalecendo-as. O I Concurso Literário de Conto, Crônica, Cordel e Poesia da Controladoria-Geral do Estado, idealizado pelo Secretário-Chefe Eliziário Sobral, foi um sonho realizado e um acalanto para jovens estudantes que participaram e que um dia sonharam em ser escritores e ter sua obra publicada em um livro, coisa que muitos deles julgavam impossível. Direcionado aos níveis médio, fundamental e EJA das escolas públicas e particulares de todo o estado, o concurso contemplou uma vasta gama de estudantes. Ofertou como temas para os trabalhos ‘Transparência na Gestão Pública’ e ‘A Participação do Cidadão no Combate à corrupção’, contando já de início com mais de 300 participantes de várias regiões do estado, com textos nas quatro categorias literárias oferecidas, sendo poesia a mais procurada. Do resultado do certame, surgiu a I Antologia Literária da CGE, uma belíssima obra reunindo os textos dos jovens e orgulhosos novos escritores, sendo 24 vencedores e 76 convidados a participarem da obra. O livro contou com prefácios do Governador do estado, Belivaldo Chagas e do Secretário-chefe da CGE, orelha do presidente da Academia Sergipana de Letras Anderson Nascimento, além de mensagem do Secretário de Cultura, João Augusto Gama.
Para garantir a lisura, foram criadas 7 comissões julgadoras com 3 representantes cada, totalizando 21 avaliadores, sendo convidadas acadêmicos de academias literárias, além de membros da própria CGE, Secult e Seed, todos com notório saber literário. Participaram ainda como avaliadores membros da Academia Sergipana de Letras, Academia de Letras Estudantil de Sergipe, Academia Maçônica de Letras e Academia de Cordel.
O evento, coroado de emoção, ainda proporcionou aos alunos e presentes, a exibição de um vídeo surpresa com fotos de cada município de alguns participantes do livro além de mensagem de alguns alunos, relatando a emoção de participarem do concurso. Na oportunidade foi realizada ainda uma noite de autógrafos dos jovens escritores que trocaram autógrafos entre si e os presentes à cerimônia.
Emocionado, Eliziário Sobral semostrou satisfeito com o resultado. "Ficamos felizes com as estatísticas finais do concurso, pois percebemos a participação de alunos de várias regiões do estado, além do que, muito importante(!), o engajamento dos professores, diretores, pais e parentes dos alunos que incentivaram os jovens a se inscreverem no concurso e acompanharam o desenvolvimento dos textos. Esse foi um fator de muita alegria, pois se o nosso objetivo era de levantar temas atuais, proporcionar cultura e levar ao conhecimento do público a função da Controladoria, também conseguimos unir famílias em prol de um objetivo comum e alcançamos com isso todo o estado. O Concurso da CGE e a Antologia estão consagrados logo na primeira edição. Com certeza, a partir desse concurso, os alunos não serão mais os mesmos, nada será como antes, tamanha a empolgação e os insistentes pedidos de realizarmos uma segunda edição do concurso.
Um fato que muito nos tocou, foi recebermos telefonemas e e-mails carregados de emoção de pais, professores e pessoas humildes, lavradores, que se esforçaram para sair dos povoados e ligaram para a CGE agradecendo por tornarmos seus filhos ‘doutores das letras’ e que agora enxergavam um futuro para eles e para isso não há recompensa que pague.
No evento de lançamento da obra pudemos perceber o orgulho e a emoção dos alunos e dos pais e professores ao receber de autoridades do nosso estado seus diplomas, medalhas e troféus, além de verem seus textos e suas fotos em uma obra impressa. Se para os pais foi indescritível o momento, para nós foi inesquecível e enriquecedor. Esse concurso foi uma grande experiência de vida para todos nós da CGE e acreditamos que fomos a primeira Controladoria de Estado no Brasil a realizar um evento dessa natureza com o lançamento de uma obra impressa.
Aproveito para agradecer publicamente a todos que tornaram essa nossa iniciativa uma realidade: o Governo do estado, que abraçou a ideia, Secretaria de Cultura, Secretaria de Educação, Segrase, os patrocinadores, apoiadores, as Academias Literárias, pais, professores, diretores das escolas e principalmente aos alunos que se inscreveram, sendo eles a razão maior do nosso sucesso. Nosso objetivo foi atingido. Nós conseguimos isso!".
Muitos desconhecem a função de uma Controladoria do Estado, sendo precipuamente o controle das contas públicas, a transparência, correição, o aconselhamento e o acompanhamento dos gestores, além de auditorias especiais onde se checa a veracidade de denúncias, etc..
Segundo Eliziário Sobral, é verdadeira a informação do desconhecimento, até mesmo pelas suas características, já que é um órgão de controle interno, voltado assim para o interior da administração pública no poder executivo e suas quatro macro-funções entre auditoria, correição, controladoria e ouvidoria. Assim sendo, não são assuntos que levam a uma maior divulgação das atividades da controladoria, mas é necessário que a cada dia a população entenda o papel da CGE como de qualquer outra secretaria do estado, do município ou da união, entendendo que suas ações são voltadas para a transparência, a ética e o combate à corrupção, e, por ser um órgão técnico está menos sujeito a ingerências políticas.
As funções da CGE são desenvolvidas através dos órgãos internos da Controladoria mediante assessorias técnicas que cuidam da parte de correição, auditorias ordinárias e extraordinárias, que são feitas obedecendo um calendário, ouvidoria, transparência pública e uma que cuida do controle e do acompanhamento de dados da administração pública.
Filho de Manoel Conde Sobral, um dos grandes e respeitados nomes da política sergipana, Eliziário Silveira Sobral é um homem arguto, de apurada sensibilidade e tarimbado na vida pública. Além de Deputado estadual por 3 mandatos e Secretário de estado em algumas secretarias, exercendo cargos no Banese, Detran, Câmara dos Deputados, TRT, TCE, agora comanda a Controladoria do Estado. Um ‘divisor de águas’, como dizem os colaboradores da CGE. Recebe a todos com gentileza, escuta opiniões e as põe em prática.
Posso afirmar que conhecer Eliziário Sobral é um deleite de raro bom gosto para os que gozam de sua companhia. Tive o prazer de conhecê-lo quando recebeu em seu gabinete a Ordem ParaMaçônica DeMolay, da qual faço parte, formada exclusivamente por jovens, quando fizemos uma visita institucional à Controladoria e ele nos explicou todo o funcionamento da CGE, levando-nos pessoalmente para conhecer todos os setores e, para nosso espanto e alegria, de forma bastante gentil e atenciosa, lançou a visita como notícia no site da secretaria.
A pluralidade e a inovação das ações que verificamos em secretarias de estado como a CGE, mostra que nem tudo está perdido em terras tupiniquins e em Sergipe DelRey, pois, em um país amoral e deseducado, a busca pela cultura e pelo pensamento crítico nos jovens sobre temas tão atuais, fortalece a democracia e a governabilidade, a sede do pensar e do escrever e eleva a autoestima dos alunos.
Os estudantes sergipanos muito devem a Eliziário Sobral pela sua iniciativa e agora torcem ansiosos pela segunda edição do concurso, melhorando sensivelmente suas notas em português, redação e nos estudos em geral, gerando uma saudável curiosidade sobre os mais diversos temas, afim de participarem do certame que ainda os presenteia com seu texto e fotos publicados na Antologia, elevando sua autoestima.
O Governo do estado escolhendo para suas pastas homens com sensibilidade e dinamismo de ações, com certeza fará uma gestão mais interessante e benéfica para o cidadão, levando o conhecimento das suas atividades através da cultura e da participação popular, além de construir uma geração de jovens cônscios dos seus deveres como cidadãos e conhecedores da vida pública e da máquina administrativa.
Tal qual o deus mitológico Hefesto, que era o arquiteto, o forjador, o construtor de todas as obras do Olimpo, Eliziário Sobral não poderia ter escolhido caminho melhor para sua ação, pois a cultura é um caminho de enriquecimento sem volta. Com certeza Eliziário Silveira Sobral será lembrado como alguém que, além das ações primordiais da CGE, com esse Concurso e a Antologia, colocou a Controladoria como agente ativo de cultura, unindo o estado através do escrever e do saber, assinando de forma indelével seu nome na história da Controladoria e de Sergipe.
Os deuses escritores devem estar felizes, lançando luzes, abençoando-o. Dr. Manoel Conde Sobral idem.
Um verdadeiro e literal gol de letra. Show de bola.
Ave, Eliziário! Ave, CGE!
* Eduardo Angelus de Almeida é escritor, Acadêmico n.33 da Academia de Letras Estudantil de Sergipe, 1º Conselheiro da Ordem DeMolay Cap. Sergipe DelRey e Avaliador do I Concurso Literário da CGE