O CONFRONTO É ENTRE CIVILIZAÇÃO E BARBÁRIE
Publicado em 27 de setembro de 2018
Por Jornal Do Dia
* Rômulo Rodrigues
Faltando dez dias para as eleições gerais mais decisivas da história do País, não há como fugir do que o óbvio, mais que ululante já existente em nossa vivência republicana, que é um segundo turno entre o candidato da civilidade e o da barbárie.
Sintetizando; será o embate mais explícito entre a Democracia e o autoritarismo moralista de uma burguesia sem moral.
No time da democracia estão com certeza, os intelectuais mais renomados do Brasil e do Mundo, os Agentes Culturais mais comprometidos com a Cultura brasileira e universal, toda a sociedade civil organizada, todos os partidos de esquerda, todos os movimentos sociais, o movimento sindical combativo, os movimentos de trabalhadores do campo e das cidades que lutam pela vida, toda a Igreja Católica que segue a Cartilha do Papa Francisco, torcidas civilizadas dos grandes times de futebol, enfim, quem está do lado certo da história e defende a Democracia como marco civilizatório. Do outro lado, apenas e tão somente os que defendem a barbárie.
Um atestado do que define o comportamento do time da barbárie está estampado na carroceria de um caminhão do Exército que trafegava numa estrada do Rio Grande do Sul, carregando apoiadores do Tenente Coronel Luciano Zucco, apoiador de Bolsonaro, candidato a Deputado Estadual pelo PSL, exibindo um enorme banner com seu nome e número.
O Tenente Coronel já foi chefiado pelo truculento Mourão, vice de Bolsonaro, em um comando do Exército.
Dois fatos relevantes servem para diagnosticar quem está com quem neste embate. 1) Lula, preso político em Curitiba, cujo único objetivo é tira-lo da disputa eleitoral; recebe visitas , as mais ilustres do mundo, que vão de: Prêmios Nobel da Paz; Monja Budista; representante direto do Papa, com um terço a presenteá-lo; Ex Primeiros Ministros europeus, os mais conceituados intelectuais e artistas do Brasil e alguns do Mundo; lideranças políticas das mais conceituadas, sem contar com expressivos apoios internacionais; o representante do Fascismo, acamado após sofrer um atentado de um maníaco, recebeu as visitas de Lobão e Alexandre Frota.
Esta comparação, só prova o grande abismo civilizatório entre a esquerda e a direita. A direita prendeu Gandhi, matou os irmãos Kennedy, o Pastor Martin Luther King; prendeu Mandela; levou Vargas e o Reitor Cancellier ao Suicídio; fez duas Guerras Mundiais; fez a Guerra do Vietnã; a Guerra do Golfo, do Iraque e do Afeganistão; explodiu duas Bombas Atômicas matando milhões de inocentes; e depois de tudo isso, bota nas cabeças dos imbecis, que a esquerda é violenta.
Não para por aí. A função da Esquerda é convencer o escravo a lutar contra a escravidão; a função da direita é convencer o escravo a aceitar a escravidão.
Só para esquentar mais o debate; a esquerda combate a exclusão social, o analfabetismo, a segregação humana, todos os preconceitos, a xenofobia, a homofobia, a misoginia, o trabalho escravo, o fim dos direitos dos trabalhadores, a desigualdade de salário e tratamento entre homens e mulheres e tudo que represente o abismo social; a direita combate a esquerda.
O fim próximo desse primeiro tempo do embate eleitoral identifica um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro, que representam os dois projetos em disputa no Brasil.
Um dado relevante é que há sinais de que no enfrentamento com Haddad no segundo turno, Bolsonaro terá muito menos votos que no primeiro; fenômeno que já aconteceu em eleição passada.
Um fator determinante é que ele elegerá uma das menores bancada federal da história da República, menor que a de Collor em 1990.
É neste contexto que vai o alerta sobre as eleições legislativas de Sergipe, para não acontecer o desastre da eleição de uma bancada como a de 2014.
Na coligação identificada como time de Lula e Haddad, única que tem candidato a Presidente da República, há perigo na esquina com as eleições de Fábio Reis e Laercio Oliveira; dois golpistas assumidos e inimigos da classe trabalhadora.
O antídoto mais eficaz contra este veneno se chama João Daniel e, a esquerda sergipana tem que ter esta consciência e seguir o chamamento da Presidenta do PT, Senadora Gleisi Hoffmann e do líder da bancada Deputado Federal Paulo Pimenta.
Houve um erro crasso das lideranças do PT nas duas coligações proporcionais, mas, é passado. A correção pode e deve ser feita agora, sem tergiversação, reelegendo João Daniel, que tem chances reais de ser reeleito; acrescentando como avanço da esquerda a eleição de Esmeraldo Leal para a Assembleia Legislativa como recondução da voz firme do campo, na defesa da Reforma Agrária, da Agricultura Familiar, do Pequeno Agricultor e dos movimentos sociais, que se encontram órfãos desde a eleição de João Daniel em 2014.
O desafio está colocado para o MST, Via Campesina, MPA e movimentos sociais como Motu, Levante, Consulta Popular, UGT e Juventude em geral.
Para os que teimam em não enxergar o óbvio; vai o recado de um velho assentado da Barra da Onça: “Teimosia com prejuízo, só tem quem não tem juízo”.
* Rômulo Rodrigues é militante político