Segunda, 20 De Janeiro De 2025
       
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A SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA


Publicado em 29 de setembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

* Manoel Moacir Costa Macêdo
O conceito de sustentabilidade, incorpora amplas interpretações. No caso em apreço, quer dizer um sistema em equilíbrio, que respeita os seus limites e a capacidade de suporte. Não é uma especificidade para a agricultura e o meio ambiente, mas alcança as funcionalidades da vida social. A sustentabilidade histórica, fator de identidade e alicerce de uma nação. A sustentabilidade política, capacidade do tecido social e suas estruturas, suportarem as turbulências e incertezas no tempo. A sustentabilidade social, a solidariedade entre as pessoas. A sustentabilidade a ser prospectada na "modernidade líquida", nos seus medos, desigualdades, e pairas sociais.  
A sustentabilidade da agricultura brasileira, destaque nacional, pela sua importância econômica, social, e ambiental. Um quarto da riqueza do País advém desse setor. A movimentação financeira, aproxima de R$ 600 bilhões. Supera o petróleo e o minério de ferro. Emprega mais de 32 milhões de trabalhadores. Exporta comida para 140 países, e alimenta 1,5 bilhão de pessoas, num mundo com quase oito bilhões de pessoas. Em dez anos serão 10 bilhões para serem alimentadas. Inexoravelmente, no lapso temporal razoável, seremos o maior produtor e exportador de alimentos do planeta. Um destino que coloca o Brasil como um protagonista mundial. Quem produz comida, produz paz.
Longe de ser uma unanimidade no contexto da realidade pátria, o setor agropecuário brasileiro, mormente o chamado agronegócio, gera dilemas entre a produção e o ambiente, o moderno e o tradicional, a familiar e a comercial, e a distribuição e a acumulação. Aplausos e críticas, reconhecimentos e contestações permeiam a operabilidade dos seus modos de produzir. Contradições numa complexa equação que incorpora variáveis sustentáveis e produtivistas. De um lado, a substantiva riqueza gerada pela criatividade científica e o arrojado empreendedorismo dos produtores. Lucros e tributos impulsionam a renda, o emprego, e os programas sociais e compensatórios, relevantes às classes sociais vulneráveis. De outro, as denúncias ambientalistas quanto as consequências das inovações tecnológicas da chamada agricultura convencional e moderna. 
Na perspectiva produtivista os dados são destacados e conhecidos. Carece de ampliar o entendimento, da responsabilidade com os ecossistemas, num sentido amplo da sua sustentabilidade. Informações suportadas pela ética da pesquisa, oriundas de organizações acreditadas no contexto nacional e internacional, a exemplo da Embrapa e da NASA, demonstram que nenhuma nação dedica mais território à proteção da vegetação nativa e da biodiversidade que o Brasil. O quinto País em extensão territorial, e o primeiro em áreas protegidas, a exemplo das unidades de conservação, e terras de uso tradicional ou nativa, as chamadas terras indígenas. As primeiras representam 154.433.280 hectares, equivalente a 18% do país. A segunda compreende 117.956.054 hectares, equivalente a 14% do país. As duas reúnem 2.471 áreas, num total de 257.257.508 hectares, corresponde a 30,2% do território nacional. O Brasil ocupa 7% das terras continentais do mundo, enquanto as suas áreas protegidas representam mais de 14% das existentes no planeta. A soma de áreas brasileiras protegidas é maior do que qualquer território de qualquer país da União Europeia ou da América Latina.
Qualquer que seja o lado, independente das paixões dos ambientalistas e do furor dos produtivistas, impossível não reconhecer a agricultura como a principal fonte de prosperidade do Brasil. Graças as inovações na agricultura tropical, em algumas contingências, inéditas no estado da arte, avançaram muito em sustentabilidade. A fotossíntese é a base da vida e da agricultura. O pastoreio natural qualifica e distingue a pecuária nacional. Um País que preserva 66% do seu território num cenário de acirrada competição internacional na produção e exportação de alimentos, merece aplausos, sem acatar desvios no cumprimento da legislação trabalhista e no cuidado responsável com o meio ambiente, patrimônio de gerações presentes e futuras. O desafio é incluir e massificar as inovações e os seus usos, principalmente para os produtores rurais pobres, e que o progresso e a sustentabilidade caminhem juntos na perspectiva preservacionista e distributivista.
Manoel Moacir Costa Macêdo
Engenheiro Agrônomo, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

Longe de ser uma unanimidade no contexto da realidade pátria, o setor agropecuário brasileiro, mormente o chamado agronegócio, gera dilemas entre a produção e o ambiente, o moderno e o tradicional, a familiar e a comercial, e a distribuição e a acumulação

* Manoel Moacir Costa Macêdo

O conceito de sustentabilidade, incorpora amplas interpretações. No caso em apreço, quer dizer um sistema em equilíbrio, que respeita os seus limites e a capacidade de suporte. Não é uma especificidade para a agricultura e o meio ambiente, mas alcança as funcionalidades da vida social. A sustentabilidade histórica, fator de identidade e alicerce de uma nação. A sustentabilidade política, capacidade do tecido social e suas estruturas, suportarem as turbulências e incertezas no tempo. A sustentabilidade social, a solidariedade entre as pessoas. A sustentabilidade a ser prospectada na "modernidade líquida", nos seus medos, desigualdades, e pairas sociais.  
A sustentabilidade da agricultura brasileira, destaque nacional, pela sua importância econômica, social, e ambiental. Um quarto da riqueza do País advém desse setor. A movimentação financeira, aproxima de R$ 600 bilhões. Supera o petróleo e o minério de ferro. Emprega mais de 32 milhões de trabalhadores. Exporta comida para 140 países, e alimenta 1,5 bilhão de pessoas, num mundo com quase oito bilhões de pessoas. Em dez anos serão 10 bilhões para serem alimentadas. Inexoravelmente, no lapso temporal razoável, seremos o maior produtor e exportador de alimentos do planeta. Um destino que coloca o Brasil como um protagonista mundial. Quem produz comida, produz paz.
Longe de ser uma unanimidade no contexto da realidade pátria, o setor agropecuário brasileiro, mormente o chamado agronegócio, gera dilemas entre a produção e o ambiente, o moderno e o tradicional, a familiar e a comercial, e a distribuição e a acumulação. Aplausos e críticas, reconhecimentos e contestações permeiam a operabilidade dos seus modos de produzir. Contradições numa complexa equação que incorpora variáveis sustentáveis e produtivistas. De um lado, a substantiva riqueza gerada pela criatividade científica e o arrojado empreendedorismo dos produtores. Lucros e tributos impulsionam a renda, o emprego, e os programas sociais e compensatórios, relevantes às classes sociais vulneráveis. De outro, as denúncias ambientalistas quanto as consequências das inovações tecnológicas da chamada agricultura convencional e moderna. 
Na perspectiva produtivista os dados são destacados e conhecidos. Carece de ampliar o entendimento, da responsabilidade com os ecossistemas, num sentido amplo da sua sustentabilidade. Informações suportadas pela ética da pesquisa, oriundas de organizações acreditadas no contexto nacional e internacional, a exemplo da Embrapa e da NASA, demonstram que nenhuma nação dedica mais território à proteção da vegetação nativa e da biodiversidade que o Brasil. O quinto País em extensão territorial, e o primeiro em áreas protegidas, a exemplo das unidades de conservação, e terras de uso tradicional ou nativa, as chamadas terras indígenas. As primeiras representam 154.433.280 hectares, equivalente a 18% do país. A segunda compreende 117.956.054 hectares, equivalente a 14% do país. As duas reúnem 2.471 áreas, num total de 257.257.508 hectares, corresponde a 30,2% do território nacional. O Brasil ocupa 7% das terras continentais do mundo, enquanto as suas áreas protegidas representam mais de 14% das existentes no planeta. A soma de áreas brasileiras protegidas é maior do que qualquer território de qualquer país da União Europeia ou da América Latina.
Qualquer que seja o lado, independente das paixões dos ambientalistas e do furor dos produtivistas, impossível não reconhecer a agricultura como a principal fonte de prosperidade do Brasil. Graças as inovações na agricultura tropical, em algumas contingências, inéditas no estado da arte, avançaram muito em sustentabilidade. A fotossíntese é a base da vida e da agricultura. O pastoreio natural qualifica e distingue a pecuária nacional. Um País que preserva 66% do seu território num cenário de acirrada competição internacional na produção e exportação de alimentos, merece aplausos, sem acatar desvios no cumprimento da legislação trabalhista e no cuidado responsável com o meio ambiente, patrimônio de gerações presentes e futuras. O desafio é incluir e massificar as inovações e os seus usos, principalmente para os produtores rurais pobres, e que o progresso e a sustentabilidade caminhem juntos na perspectiva preservacionista e distributivista.

Manoel Moacir Costa MacêdoEngenheiro Agrônomo, PhD pela University of Sussex, Brighton, Inglaterra

 

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