Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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A família santificadora


Publicado em 22 de novembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

* Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SDB
O tema "família" está sempre no centro 
das preocupações da Igreja no mo-
mento atual. Por isso, volto a tratá-lo aqui, agora sob o prisma da Família – Igreja doméstica, santificadora.
Entre os deveres dessa Igreja doméstica, assume particular relevância o da educação dos filhos na fé. Tal dever é assumido formalmente no ato do Batismo. Aliás, esse compromisso os pais o assumem como condição necessária para a admissão da criança ao Batismo na idade infantil, sem a qual ela não poderia sequer ser batizada. É nos joelhos da mãe, sempre se disse, que a criança aprende a amar a Deus. Os pais cristãos devem bem cedo dar aos filhos, juntamente com o exemplo da prática da fé, os primeiros rudimentos da doutrina cristã, com um conhecimento singelo de Deus, de Jesus e da Virgem Maria. Na idade oportuna, os pais devem preocupar-se de levar os filhos ao catecismo e acompanhá-los na preparação aos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.
O exemplo dos pais é decisivo na preservação dos valores morais da família. Vou tentar citar alguns que me parecem mais urgentes no mundo de hoje, na sociedade atual.
São eles:
– a fidelidade mútua dos esposos é o exemplo mais lúcido, o apelo mais forte para a unidade e a harmonia do lar, junto com o carinho e a delicadeza no trato dos esposos entre si: fator de serenidade e educação, movido pela razão e pela compreensão;
– o apreço pela virgindade, condição para a reta formação dos filhos, sobretudo das jovens, inspirada nos ideais cristãos da pureza e da valorização da mulher, pessoa humana, sujeito de direitos e deveres;
– a apreciação crítica, à luz da fé, dos espetáculos televisivos e dos acontecimentos do dia a dia, divulgados pelos meios de comunicação, hoje principalmente pelas redes sociais, e comentados pelos filhos;
– o sadio e equilibrado relacionamento entre os jovens dos dois sexos, evitando, de um lado, excessiva liberdade e promiscuidade, e de outro, mentalidade doentia e desequilibrada, contrária à própria natureza, que nos fez homens e mulheres para conviverem harmonicamente;
– o culto da verdade e da sinceridade, a honestidade nos negócios, que sejam de modelo e padrão na formação da consciência dos filhos.
Além desses exemplos vivos dos pais, gostaria de acrescentar aqui a formação dada por eles sobre o valor e a importância da reta escolha do companheiro ou companheira para toda a vida, não por razões econômicas ou de prestígio social – tão enganadoras -, junto com a serenidade do namoro e do noivado, etapas de preparação para um matrimônio estável e feliz.
Namoro e noivado devem ser entendidos como uma serena e suficientemente longa e profícua aprendizagem de uma vida a dois. A grande pergunta que cada um dos namorados deve fazer a si próprio é esta: "Dá para eu viver a vida toda com essa pessoa, com seus defeitos, falhas e limitações, somadas às minhas?". Não há namorado perfeito, como não existe ser humano perfeito. Mas é bom atentar que os defeitos leves no namoro às vezes tornam-se insuportáveis no casamento.
Mais uma palavra ainda quero deixar, e é sobre a aventura sexual pré-matrimonial com gravidez. Nesse caso, a moça sempre fica na pior situação. E os pais insistem em realizar, a toda pressa, um casamento de emergência, sem futuro, sem amadurecimento no amor, só para salvar as malditas aparências sociais. É mil vezes preferível que a moça permaneça na casa dos pais, mesmo grávida, e se prepare devidamente para uma escolha livre, tranquila e consciente do companheiro de toda a sua vida.
Que as verdadeiras mães cristãs, no exemplo das santas mães de São Luiz de França e de São João Bosco, Branca de Castela e Margarida Occhiena, velem atentamente pela expressão da vida religiosa de seus filhos, na convicção cristã e na prática de uma autêntica vivência cristã dos valores da fé.    
* Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SDB é Arcebispo Emérito de Maceió (foi Bispo Auxiliar de Aracaju – 1975 a 1980)
dedvaldo@salesianorecife.org.br 

* Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SDB

O tema "família" está sempre no centro  das preocupações da Igreja no mo- mento atual. Por isso, volto a tratá-lo aqui, agora sob o prisma da Família – Igreja doméstica, santificadora.
Entre os deveres dessa Igreja doméstica, assume particular relevância o da educação dos filhos na fé. Tal dever é assumido formalmente no ato do Batismo. Aliás, esse compromisso os pais o assumem como condição necessária para a admissão da criança ao Batismo na idade infantil, sem a qual ela não poderia sequer ser batizada. É nos joelhos da mãe, sempre se disse, que a criança aprende a amar a Deus. Os pais cristãos devem bem cedo dar aos filhos, juntamente com o exemplo da prática da fé, os primeiros rudimentos da doutrina cristã, com um conhecimento singelo de Deus, de Jesus e da Virgem Maria. Na idade oportuna, os pais devem preocupar-se de levar os filhos ao catecismo e acompanhá-los na preparação aos sacramentos da Reconciliação e da Eucaristia.
O exemplo dos pais é decisivo na preservação dos valores morais da família. Vou tentar citar alguns que me parecem mais urgentes no mundo de hoje, na sociedade atual.
São eles:
– a fidelidade mútua dos esposos é o exemplo mais lúcido, o apelo mais forte para a unidade e a harmonia do lar, junto com o carinho e a delicadeza no trato dos esposos entre si: fator de serenidade e educação, movido pela razão e pela compreensão;
– o apreço pela virgindade, condição para a reta formação dos filhos, sobretudo das jovens, inspirada nos ideais cristãos da pureza e da valorização da mulher, pessoa humana, sujeito de direitos e deveres;
– a apreciação crítica, à luz da fé, dos espetáculos televisivos e dos acontecimentos do dia a dia, divulgados pelos meios de comunicação, hoje principalmente pelas redes sociais, e comentados pelos filhos;
– o sadio e equilibrado relacionamento entre os jovens dos dois sexos, evitando, de um lado, excessiva liberdade e promiscuidade, e de outro, mentalidade doentia e desequilibrada, contrária à própria natureza, que nos fez homens e mulheres para conviverem harmonicamente;
– o culto da verdade e da sinceridade, a honestidade nos negócios, que sejam de modelo e padrão na formação da consciência dos filhos.
Além desses exemplos vivos dos pais, gostaria de acrescentar aqui a formação dada por eles sobre o valor e a importância da reta escolha do companheiro ou companheira para toda a vida, não por razões econômicas ou de prestígio social – tão enganadoras -, junto com a serenidade do namoro e do noivado, etapas de preparação para um matrimônio estável e feliz.
Namoro e noivado devem ser entendidos como uma serena e suficientemente longa e profícua aprendizagem de uma vida a dois. A grande pergunta que cada um dos namorados deve fazer a si próprio é esta: "Dá para eu viver a vida toda com essa pessoa, com seus defeitos, falhas e limitações, somadas às minhas?". Não há namorado perfeito, como não existe ser humano perfeito. Mas é bom atentar que os defeitos leves no namoro às vezes tornam-se insuportáveis no casamento.
Mais uma palavra ainda quero deixar, e é sobre a aventura sexual pré-matrimonial com gravidez. Nesse caso, a moça sempre fica na pior situação. E os pais insistem em realizar, a toda pressa, um casamento de emergência, sem futuro, sem amadurecimento no amor, só para salvar as malditas aparências sociais. É mil vezes preferível que a moça permaneça na casa dos pais, mesmo grávida, e se prepare devidamente para uma escolha livre, tranquila e consciente do companheiro de toda a sua vida.
Que as verdadeiras mães cristãs, no exemplo das santas mães de São Luiz de França e de São João Bosco, Branca de Castela e Margarida Occhiena, velem atentamente pela expressão da vida religiosa de seus filhos, na convicção cristã e na prática de uma autêntica vivência cristã dos valores da fé.    

* Dom Edvaldo Gonçalves Amaral, SDB é Arcebispo Emérito de Maceió (foi Bispo Auxiliar de Aracaju – 1975 a 1980)dedvaldo@salesianorecife.org.br 

 

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