Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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Comentários a respeito de "O quintal da Bahia"


Publicado em 01 de dezembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

* Luciano Correia
Prezado Rian Santos,
Celebrar a passagem do ano com uma 
banda ou outra não é uma atitude sergi-
pana, baiana ou gaúcha. Em Aracaju, vamos celebrar com Chiclete com Banana, uma banda que… o povo gosta. Se eu fosse ouvir meus botões, seguramente teria outros eleitos. Assim seria com muitos de nós. Ao poder público cabe mensurar, num exercício de democracia e sensibilidade, e decidir pelos que vão agradar às maiorias, sem prejuízo das minorais, dos artistas alternativos e daqueles que trazem sempre o frescor da renovação. Disso é feito a vida e o mundo da cultura. Quero crer que as ironias disparadas pela escolha do Chiclete não foi preconceito. A menção ao método da PMA, de contemplar as maiorias, sem culpa, nesse mundo politicamente correto, é ap enas para dizer que, quando não olhamos para fora e focamos só em nossa volta, corremos o risco de legislar em causa própria. Por onde andei, jamais pratiquei a indesejável (e tão comum nessas terras) ação entre amigos. Como aluno brilhante que foi e excelente colega que é agora, você sabe o jornalismo como um serviço público. Jamais uma ação entre amigos, para não incorrer nesse vício tão antirrepublicano. Para você que gosta dos neologismos, eu usaria essa palavra: o patotismo.
Você está reclamando que Fabiano Oliveira é o empresário da banda contratada? É isso mesmo? Bem, se não fosse ele, seria a empresa Y ou Z, mas seria uma empresa, porque é a regra do mercado. Você acha mesmo que a PMA contratou o Chiclete para favorecer o empresário local da banda? Hummm. Por fim, você usa dessa modernidade estilística chamada "línguas venenosas" para estranhar o que supõe ser uma generosidade do Setransp ao patrocinar o cachê dos artistas e, logo em seguida, exercer a bruxaria da adivinhação: que o prefeito vai aumentar a passagem de ônibus. Você esqueceu da generosidade do ano passado, que, a propósito, nem visou nem resultou em aumento de tarifa? Seria então uma má vontade do ana lista? Não seria melhor gastar tempo se informando sobre critérios para esses reajustes, valores de tarifas e a realidade em outras capitais, números, estatísticas e coisas que tais?
Ah, você esqueceu de duas atrações sergipanas da gema. O Samba do Arnesto, essa ideia arejada de um samba revitalizado e o Luanzinho Moraes, um dos príncipes do arrocha. A gente pode não gostar dele, mas as mina pira, hein? Você esqueceu de falar deles, artistas diferentes entre si, mas profissionais, com excelentes músicos, tecnicamente refinados. Agora, não são da patota, né?
À guisa de um post scriptum: você se incomoda com esses baianos que nos chamam de quintal da Bahia? Uma historinha: quando vivi quatro anos Salvador (e foi na Bahia onde busquei regra e compasso para ser quem fui – se é que fui), tinham uns colegas  de UFBa que tentavam me aporrinhar com essa idiotice. Eu fazia cara de paisagem, porque não sou de morder isca de baiano – ademais, dar confiança a quem conta uma piada ruim dessas??!! Como disse Mia Couto, o meu lugar é o que está dentro de mim. Às favas, pois, com pátrias e cadeiras marcadas, ainda mais nós, que um dia nos pensamos anarquicamente livres. Esquecendo os falsos baianos e convidando outro para a conversa, Caetano dizia que "a Bahia tem um jeito". E tem. Nós também temos. E para sermos felizes dentro dele, precisamos ouvir os pracatuns como a alma e a matriz da música, de todo canto e qualquer lugar. Brigar com a Bahia não ajuda a sair do quintal que a esquizofrenia criou para manter cativo nosso espírito. Era isso.
* Luciano Correia, seu ex-professor, hoje secretário do seu fã clube

* Luciano Correia

Prezado Rian Santos,

Celebrar a passagem do ano com uma  banda ou outra não é uma atitude sergi- pana, baiana ou gaúcha. Em Aracaju, vamos celebrar com Chiclete com Banana, uma banda que… o povo gosta. Se eu fosse ouvir meus botões, seguramente teria outros eleitos. Assim seria com muitos de nós. Ao poder público cabe mensurar, num exercício de democracia e sensibilidade, e decidir pelos que vão agradar às maiorias, sem prejuízo das minorais, dos artistas alternativos e daqueles que trazem sempre o frescor da renovação. Disso é feito a vida e o mundo da cultura. Quero crer que as ironias disparadas pela escolha do Chiclete não foi preconceito. A menção ao método da PMA, de contemplar as maiorias, sem culpa, nesse mundo politicamente correto, é ap enas para dizer que, quando não olhamos para fora e focamos só em nossa volta, corremos o risco de legislar em causa própria. Por onde andei, jamais pratiquei a indesejável (e tão comum nessas terras) ação entre amigos. Como aluno brilhante que foi e excelente colega que é agora, você sabe o jornalismo como um serviço público. Jamais uma ação entre amigos, para não incorrer nesse vício tão antirrepublicano. Para você que gosta dos neologismos, eu usaria essa palavra: o patotismo.
Você está reclamando que Fabiano Oliveira é o empresário da banda contratada? É isso mesmo? Bem, se não fosse ele, seria a empresa Y ou Z, mas seria uma empresa, porque é a regra do mercado. Você acha mesmo que a PMA contratou o Chiclete para favorecer o empresário local da banda? Hummm. Por fim, você usa dessa modernidade estilística chamada "línguas venenosas" para estranhar o que supõe ser uma generosidade do Setransp ao patrocinar o cachê dos artistas e, logo em seguida, exercer a bruxaria da adivinhação: que o prefeito vai aumentar a passagem de ônibus. Você esqueceu da generosidade do ano passado, que, a propósito, nem visou nem resultou em aumento de tarifa? Seria então uma má vontade do ana lista? Não seria melhor gastar tempo se informando sobre critérios para esses reajustes, valores de tarifas e a realidade em outras capitais, números, estatísticas e coisas que tais?
Ah, você esqueceu de duas atrações sergipanas da gema. O Samba do Arnesto, essa ideia arejada de um samba revitalizado e o Luanzinho Moraes, um dos príncipes do arrocha. A gente pode não gostar dele, mas as mina pira, hein? Você esqueceu de falar deles, artistas diferentes entre si, mas profissionais, com excelentes músicos, tecnicamente refinados. Agora, não são da patota, né?
À guisa de um post scriptum: você se incomoda com esses baianos que nos chamam de quintal da Bahia? Uma historinha: quando vivi quatro anos Salvador (e foi na Bahia onde busquei regra e compasso para ser quem fui – se é que fui), tinham uns colegas  de UFBa que tentavam me aporrinhar com essa idiotice. Eu fazia cara de paisagem, porque não sou de morder isca de baiano – ademais, dar confiança a quem conta uma piada ruim dessas??!! Como disse Mia Couto, o meu lugar é o que está dentro de mim. Às favas, pois, com pátrias e cadeiras marcadas, ainda mais nós, que um dia nos pensamos anarquicamente livres. Esquecendo os falsos baianos e convidando outro para a conversa, Caetano dizia que "a Bahia tem um jeito". E tem. Nós também temos. E para sermos felizes dentro dele, precisamos ouvir os pracatuns como a alma e a matriz da música, de todo canto e qualquer lugar. Brigar com a Bahia não ajuda a sair do quintal que a esquizofrenia criou para manter cativo nosso espírito. Era isso.

* Luciano Correia, seu ex-professor, hoje secretário do seu fã clube

 

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