Quarta, 22 De Janeiro De 2025
       
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IRRIGAÇÃO E PRODUTIVIDADE DA TERRA (II)


Publicado em 07 de dezembro de 2018
Por Jornal Do Dia


 

* Pedro Abel Vieira e Manoel Moacir Costa Macêdo
Os resultados destacados da agricultura brasileira mascaram a produtividade desigual dos fatores de produção. Esta constatação revela a necessidade de um novo padrão tecnológico para o processo produtivo da agricultura tropical no Brasil. Destaque para a irrigação na produtividade da terra. Esta nova trajetória pode ser constatada na região dos Cerrados, que representa cerca de 35% da área plantada com lavouras temporárias, cerca de um quarto do PIB agrícola nacional. 
Com a introdução da segunda safra de milho a produtividade da terra nessa região mudou significativamente o padrão produtivo. Além da soja cultivada em cada hectare, foi adicionada a produção do milho numa segunda safra. Esse paradigma tecnológico aumentou a produtividade da terra na região Centro Oeste, a partir de uma lógica produtiva reconstruída, com a introdução da irrigação. Apesar da área irrigada no Brasil ter crescido mais de 5% ao ano na última década, o Brasil conta com cerca de seis milhões de hectares irrigados, menos de 10% da área cultivada com grãos, aproximadamente 2% da área agrícola total. Nessa contingência, sobressai a seguinte questão: quais os entraves para o crescimento da área irrigada no Brasil?
A resposta inicial questiona a própria irrigação, a seguir a disponibilidade de área adicional irrigável, e o custo de áreas novas irrigáveis. A área irrigada existente, a parcialmente subutilizada, a aptidão agrícola e a disponibilidade de água, substantivam as respostas. Considerando esses fatores, estudos realizados pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ da Universidade de São Paulo, estimou existir uma potencial de crescimento de dez vezes a área irrigada no Brasil. 
Associando as variáveis socioeconômicas, ambientais e áreas de expansão da irrigação, o estudo revela à imperiosa intervenção pública no Sertão e Agreste nordestinos; diferente do Sul do Rio Grande do Sul e entornos de regiões metropolitanas, onde a área irrigável está próxima de sua máxima capacidade de uso. As áreas de interesse compartilhado de intervenção pública, abrigam o Leste de Tocantins, Maranhão, Piauí; o Norte e Leste de Minas Gerais, a região central do Paraná e parte do centro do Rio Grande do Sul, porém, de menor ocorrência a região Norte e a parte central da região Centro-Oeste. A intervenção pública se justifica pelo interesse coletivo do desenvolvimento, ineficácia do atual modelo produtivo e a promoção do desenvolvimento da agricultura irrigada. Entendimento relevante à integridade ambiental na qualidade da vida da população. Nas áreas classificadas como de interesse privado, a parte central da região Centro-Oeste; São Paulo; Oeste baiano; Norte do Paraná e Rio Grande do Sul, apesar das condições físicas favoráveis, não houve desenvolvimento expressivo da irrigação. A prioridade é expandir a agricultura irrigada com participação da intervenção privada.
Os estudos sobre o uso e gestão da água per se, realizados com recortes espaciais na realidade regional, não promoverão o aumento da área irrigada no Brasil, mas, sem eles, é impossível estabelecer qualquer política para o desenvolvimento da agricultura irrigada. Apesar da irrigação remontar o antigo Egito, esse poderá ser o novo paradigma da produção agrícola brasileira, mormente para aumentar a produtividade da terra. Mesmo com o "Programa de Incentivo à Irrigação e Armazenagem" e o "Programa de Financiamento à Agropecuária Irrigada", a irrigação, ainda não recebeu a devida atenção das políticas públicas, em parte, por carecer de relevantes conhecimentos empíricos. 
Na era do big data, da internet das coisas, e do sensoriamento remoto, entre outras inovações tecnológicas, o Brasil carece de um sistema eficiente e em tempo real sobre a oferta e a demanda de água, para que no curto prazo, possibilite um salto da produtividade agrícola com sustentabilidade e equilíbrio dos fatores na produção agropecuária.
* Pedro Abel Vieira e Manoel Moacir Costa Macêdo são Engenheiros Agrônomos

* Pedro Abel Vieira e Manoel Moacir Costa Macêdo

Os resultados destacados da agricultura brasileira mascaram a produtividade desigual dos fatores de produção. Esta constatação revela a necessidade de um novo padrão tecnológico para o processo produtivo da agricultura tropical no Brasil. Destaque para a irrigação na produtividade da terra. Esta nova trajetória pode ser constatada na região dos Cerrados, que representa cerca de 35% da área plantada com lavouras temporárias, cerca de um quarto do PIB agrícola nacional. 
Com a introdução da segunda safra de milho a produtividade da terra nessa região mudou significativamente o padrão produtivo. Além da soja cultivada em cada hectare, foi adicionada a produção do milho numa segunda safra. Esse paradigma tecnológico aumentou a produtividade da terra na região Centro Oeste, a partir de uma lógica produtiva reconstruída, com a introdução da irrigação. Apesar da área irrigada no Brasil ter crescido mais de 5% ao ano na última década, o Brasil conta com cerca de seis milhões de hectares irrigados, menos de 10% da área cultivada com grãos, aproximadamente 2% da área agrícola total. Nessa contingência, sobressai a seguinte questão: quais os entraves para o crescimento da área irrigada no Brasil?
A resposta inicial questiona a própria irrigação, a seguir a disponibilidade de área adicional irrigável, e o custo de áreas novas irrigáveis. A área irrigada existente, a parcialmente subutilizada, a aptidão agrícola e a disponibilidade de água, substantivam as respostas. Considerando esses fatores, estudos realizados pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ da Universidade de São Paulo, estimou existir uma potencial de crescimento de dez vezes a área irrigada no Brasil. 
Associando as variáveis socioeconômicas, ambientais e áreas de expansão da irrigação, o estudo revela à imperiosa intervenção pública no Sertão e Agreste nordestinos; diferente do Sul do Rio Grande do Sul e entornos de regiões metropolitanas, onde a área irrigável está próxima de sua máxima capacidade de uso. As áreas de interesse compartilhado de intervenção pública, abrigam o Leste de Tocantins, Maranhão, Piauí; o Norte e Leste de Minas Gerais, a região central do Paraná e parte do centro do Rio Grande do Sul, porém, de menor ocorrência a região Norte e a parte central da região Centro-Oeste. A intervenção pública se justifica pelo interesse coletivo do desenvolvimento, ineficácia do atual modelo produtivo e a promoção do desenvolvimento da agricultura irrigada. Entendimento relevante à integridade ambiental na qualidade da vida da população. Nas áreas classificadas como de interesse privado, a parte central da região Centro-Oeste; São Paulo; Oeste baiano; Norte do Paraná e Rio Grande do Sul, apesar das condições físicas favoráveis, não houve desenvolvimento expressivo da irrigação. A prioridade é expandir a agricultura irrigada com participação da intervenção privada.
Os estudos sobre o uso e gestão da água per se, realizados com recortes espaciais na realidade regional, não promoverão o aumento da área irrigada no Brasil, mas, sem eles, é impossível estabelecer qualquer política para o desenvolvimento da agricultura irrigada. Apesar da irrigação remontar o antigo Egito, esse poderá ser o novo paradigma da produção agrícola brasileira, mormente para aumentar a produtividade da terra. Mesmo com o "Programa de Incentivo à Irrigação e Armazenagem" e o "Programa de Financiamento à Agropecuária Irrigada", a irrigação, ainda não recebeu a devida atenção das políticas públicas, em parte, por carecer de relevantes conhecimentos empíricos. 
Na era do big data, da internet das coisas, e do sensoriamento remoto, entre outras inovações tecnológicas, o Brasil carece de um sistema eficiente e em tempo real sobre a oferta e a demanda de água, para que no curto prazo, possibilite um salto da produtividade agrícola com sustentabilidade e equilíbrio dos fatores na produção agropecuária.

* Pedro Abel Vieira e Manoel Moacir Costa Macêdo são Engenheiros Agrônomos

 

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