Líder de facção cearense é preso em Itabaiana

A Polícia Civil sergipa- na prendeu, no últi- mo feriado, o foragido Francisco Marcilieudo Mesquita da Silva, o ‘Dão’, 38 anos, procurado pela polícia do Ceará e apontado como um dos líderes da facção criminosa Guardiões do Estado (GDE), que atua naquele estado e foi responsável pelos ataques criminosos lá ocorridos em setembro do ano passado. Dão foi encontrado em um loteamento no bairro Chiara Lubich, um dos mais caros e valorizados de Itabaiana (Agreste), onde alugou uma residência e, segundo as investigações, articulava a fuga de detentos ligados à facção em presídios cearenses. 
A operação aconteceu na tarde desta quinta-feira, mobilizando equipes da Delegacia Regional de Itabaiana, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Divisão de Inteligência Policial (Dipol). Os policiais sergipanos agiram juntos com agentes da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará, que apuravam informações sobre a possível presença do foragido na cidade serrana. O Cope confirmou a localização do suspeito na última terça-feira e avisou àDraco, que enviou um grupo de investigadores a Sergipe no dia seguinte. 
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ‘Dão’ estava acompanhado por duas pessoas num imóvel de luxo. Com ele, foram encontrados documentos falsos, já que em Sergipe ele utilizava um nome falso. Depois de preso, ele foi conduzido ao Aeroporto Internacional de Santa Maria, em Aracaju, de onde foi transportado em um avião até Fortaleza, onde, ao desembarcar sob escolta, foi levado para prestar depoimento na sede da Draco.
Marcilieudo tinha dois mandados de prisão em aberto por crimes cometidos no Ceará e é investigado por coordenar a série de ações criminosas ocorridas no Ceará em setembro de 2019, quando vários incêndios criminosos foram deflagrados e várias bases das polícias Civil e Militar foram atacadas a tiros. As investigações apontaram que o foragido é ligado a Ednal Braz da Silva, o ‘Siciliano’, recambiado de uma unidade prisional de Pernambuco, a quem a polícia aponta como líder da GDE e responsável por ordenar os ataques. De acordo com a polícia cearense, ‘Dão’ teria ascendido o posto na hierarquia da facção após a prisão do comparsa.
Nas duas passagens registradas pela Polícia Civil no Ceará, "Dão" foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado, associação criminosa, lesão corporal, resistência, desacato, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas. Os mandados judiciais contra ele são referentes aos crimes de homicídio qualificado e por integrar organização criminosa. Pelo homicídio, "Dão" foi condenado a cumprir pena superior a 24 anos.