Quinta, 09 De Janeiro De 2025
       
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Grave denúncia do Intercept sobre fraude no ensino à distância deve ser apurada com rigor


Publicado em 17 de junho de 2020
Por Jornal Do Dia


 

* Francisca Pereira da Rocha Seixas
Publicada nesta segunda-feira (15), a reportagem "Escola com partido", de Amanda Audi e Pedro Zambarda, no site The Intercept Brasil, faz descambar de vez o ensino remoto de apoio pedagógico de vários estados, dentre eles, São Paulo. O poder público tem obrigação de prestar esclarecimentos para a sociedade, afinal são nossas filhas e filhos que estão envolvidos.
"Uma empresa com sede numa sobreloja sem identificação na Região dos Lagos do Rio de Janeiro é a responsável por aplicativos usados por 7,7 milhões de alunos e professores de São Paulo, Paraná, Amazonas, Pará e Piauí para aulas à distância. A empresa, desconhecida mesmo no meio em que atua, é ligada a políticos bolsonaristas e a um acusado de participar de uma rede de prostituição de menores de idade", afirmam os repórteres.
Cabe perguntar: como governadores tão experientes na vida política caíram numa cilada dessas? Mais ainda, todo o dinheiro gasto com uma empresa totalmente desconhecida não poderia ser melhor aplicado?
Desde o início questionamos a eficácia da instauração do ensino a distância, mesmo que remoto, de maneira tão atropelada, sem diálogo com todos os setores envolvidos e sem nenhuma licitação, no estado de São Paulo.
Pior é entregar esse trabalho para uma "empresa, que em três meses saiu da obscuridade para se tornar a principal fornecedora de tecnologia para aulas à distância da rede estadual do país, entrou no negócio por acaso.
Até a pandemia, que tornou o ensino à distância fundamental, a IP.TV tinha em seu currículo um único produto de sucesso. Trata-se do Mano, um aplicativo de streaming de vídeos criado em 2018 para que a campanha de Jair Bolsonaro a presidente pudesse driblar os vetos de redes sociais a notícias falsas. À época, o garoto-propaganda do Mano foi Flávio Bolsonaro, atualmente senador pelo Republicanos do Rio de Janeiro e enrolado em investigações que o colocam como parceiro de milicianos", mostra a reportagem.
Os governadores dos estados citados devem respostas a sociedade. Não podemos compactuar com uma afronta dessas à educação e à democracia. Os tramites desse contrato precisam ser divulgados e conhecidos por todos, porque estamos expondo nossas crianças e jovens a uma empresa com atitudes suspeitas, não somente de ligações políticas espúrias, mas também de suposto envolvimento com redes de prostituição de crianças e adolescentes, o que é gravíssimo.
Por que faltam recursos para a escola pública e sobram verbas para empresas suspeitas? Quais os interesses por trás de tudo isso? Os governadores foram enganados? Então que desfaçam os contratos com a obscura IP.TV.
Ao Ministério Público cabe buscar essas respostas, investigar, trazer as explicações a público, comprovar responsabilidades e encaminhar os resultados das investigações aos órgãos competentes do Judiciário. Os governos dos estados citados têm obrigação de colaborar com as investigações e romper os contratos imediatamente, para não se tornarem cúmplices.
* Francisca Pereira da Rocha Seixas, Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da APEOESP e secretária de Saúde da CNTE

* Francisca Pereira da Rocha Seixas

Publicada nesta segunda-feira (15), a reportagem "Escola com partido", de Amanda Audi e Pedro Zambarda, no site The Intercept Brasil, faz descambar de vez o ensino remoto de apoio pedagógico de vários estados, dentre eles, São Paulo. O poder público tem obrigação de prestar esclarecimentos para a sociedade, afinal são nossas filhas e filhos que estão envolvidos.
"Uma empresa com sede numa sobreloja sem identificação na Região dos Lagos do Rio de Janeiro é a responsável por aplicativos usados por 7,7 milhões de alunos e professores de São Paulo, Paraná, Amazonas, Pará e Piauí para aulas à distância. A empresa, desconhecida mesmo no meio em que atua, é ligada a políticos bolsonaristas e a um acusado de participar de uma rede de prostituição de menores de idade", afirmam os repórteres.
Cabe perguntar: como governadores tão experientes na vida política caíram numa cilada dessas? Mais ainda, todo o dinheiro gasto com uma empresa totalmente desconhecida não poderia ser melhor aplicado?
Desde o início questionamos a eficácia da instauração do ensino a distância, mesmo que remoto, de maneira tão atropelada, sem diálogo com todos os setores envolvidos e sem nenhuma licitação, no estado de São Paulo.
Pior é entregar esse trabalho para uma "empresa, que em três meses saiu da obscuridade para se tornar a principal fornecedora de tecnologia para aulas à distância da rede estadual do país, entrou no negócio por acaso.
Até a pandemia, que tornou o ensino à distância fundamental, a IP.TV tinha em seu currículo um único produto de sucesso. Trata-se do Mano, um aplicativo de streaming de vídeos criado em 2018 para que a campanha de Jair Bolsonaro a presidente pudesse driblar os vetos de redes sociais a notícias falsas. À época, o garoto-propaganda do Mano foi Flávio Bolsonaro, atualmente senador pelo Republicanos do Rio de Janeiro e enrolado em investigações que o colocam como parceiro de milicianos", mostra a reportagem.
Os governadores dos estados citados devem respostas a sociedade. Não podemos compactuar com uma afronta dessas à educação e à democracia. Os tramites desse contrato precisam ser divulgados e conhecidos por todos, porque estamos expondo nossas crianças e jovens a uma empresa com atitudes suspeitas, não somente de ligações políticas espúrias, mas também de suposto envolvimento com redes de prostituição de crianças e adolescentes, o que é gravíssimo.
Por que faltam recursos para a escola pública e sobram verbas para empresas suspeitas? Quais os interesses por trás de tudo isso? Os governadores foram enganados? Então que desfaçam os contratos com a obscura IP.TV.
Ao Ministério Público cabe buscar essas respostas, investigar, trazer as explicações a público, comprovar responsabilidades e encaminhar os resultados das investigações aos órgãos competentes do Judiciário. Os governos dos estados citados têm obrigação de colaborar com as investigações e romper os contratos imediatamente, para não se tornarem cúmplices.

* Francisca Pereira da Rocha Seixas, Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da APEOESP e secretária de Saúde da CNTE

 

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