Progressão genocida

O boletim epidemiológico do coronavírus divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde, última sexta-feira, é motivo de preocupação para todos os sergipanos. Foram registrados 1.298 casos e 30 novos óbitos provocados por covid-19. O suficiente para fazer de Sergipe o novo epicentro da pandemia na região nordeste.
No estado, 34.713 pessoas já testaram positivo para o novo coronavírus e 931 morreram. Todos os 30 óbitos divulgados agora estavam em investigação. Ainda aguardam resultado 4.463 exames. De todo modo, os casos já confirmados acendem um alerta: se o plano de retomada econômica defendido pelo govenador Belivaldo Chagas for liberado, o saldo de mortes pode multiplicar em progressão genocida.
Por enquanto a situação só não se tornou ainda francamente dramática por causa dos leitos abertos pelo poder público, ao longo dos últimos meses. Mesmo assim, a taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva na rede particular extrapolou os 100%. Na rede pública, a ocupação dos leitos de UTI se aproxima do limite a passos largos.
Fechar os olhos para a realidade não salvará ninguém. Neste momento, a retomada da atividade econômica está em conflito com as recomendações da comunidade científica mundial. Quem puder deve permanecer em casa. Por hora, apesar dos efeitos colaterais, o isolamento social é a única barreira eficiente contra a propagação do covid-19.
A responsabilidade do poder público na multiplicação do contágio é inegável. Felizmente, parte da população ainda pode se preservar dos riscos. Por ora, vigora o "salve-se quem puder".