Futuro incerto
Publicado em 17 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
Somente o tempo dirá se as palavras do mi- nistro da educação Milton Ribeiro foram lançadas ao vento. Ontem, na cerimônia de posse, contudo, ele prometeu superar os embates travados por seus antecessores, tendo em vista o futuro do Brasil.
"Queremos abrir um grande diálogo para ouvir os acadêmicos e educadores que, como eu, estão entristecidos com o que vem acontecendo com a educação em nosso país, haja vista nossos referenciais e colocações no ranking do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes)".
Não há o que criticar na disposição alegada pelo ministro. Mas é difícil de acreditar que o presidente Bolsonaro, a quem ele está subordinado, vai superar a implicância declarada com as organizações de professores e estudantes. Para o presidente, tratam-se de perigosas organizações "esquerdistas", dedicadas a implantar o comunismo no Brasil.
Ribeiro é o quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro. Até agora, todos os seus antecessores promoveram polêmicas vazias, amparadas exclusivamente em preconceito ideológico.
O futuro da educação brasileira ainda é incerto. Não bastassem os desafios impostos à gestão da educação pública no Brasil, marcado por desigualdade acentuada e insuficiência de investimento, o novo ministro ainda terá de responder à sanha persecutória do chefe. Infelizmente, o País tem um presidente carente de poder real, com tendência aguda ao autoritarismo e o delírio.