Sábado, 11 De Janeiro De 2025
       
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Como nos bons tempos


Publicado em 24 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia


Quem sabe faz a hora

 

Coração de mãe não 
se engana. Foi por 
sugestão de Dona Meire, a mulher que lhe presenteou com o dom da vida, que Julio Andrade arregaçou as mangas e caiu em campo, a fim de promover uma live solidária, em benefício da população carente de São Cristóvão. Produção de primeira, com projeção em tela de LED e banda completa, incluindo um afinado naipe de metais. Sábado, 25, a partir das 20 horas, no Youtube, The Baggios quebra tudo, como nos bons tempos.
Filho da cidade mãe, o artista Serigy com maior projeção na cena brazuca falou a respeito de isolamento, solidariedade e música a este Jornal do Dia. Segundo Julico, a pandemia é uma prova das mais duras, que ele encara com a devida coragem. O futuro a Deus pertence.
Jornal do Dia – Como a quarentena eterna de Terra Brasílis afetou os planos da banda?
Julico – Primeiro afetou a nossa turnê européia, com 30 shows agendados, além de adiar algumas apresentações no Brasil. A gente acabou não rodando muito com o álbum Vulcão. Não passamos pelo sul, não tocamos em boa parte do nordeste. Estava nos nossos planos, mas não deu. 
O lado criativo do trampo, ao contrário, continuou fluindo, graças a Deus, essa força invisível que nos faz levantar e fazer o que a gente ama. Nesse tempos, quando tantas pessoas são vencidas pela depressão, o desânimo e até o desemprego, ter força para fazer planos é um privilégio.
JD – A conexão direta com o público, mediada pelas redes sociais, tem sido suficiente para manter a chama da paixão acesa?
Julico – Na verdade, a Baggios nem tem um público virtual muito grande. Além disso, também há a barreira dos algoritmos, regidos por uma lógica comercial massacrante, o que desanima um bocado. Na real, isso incomoda mais do que a própria quarentena, já que dá pra produzir muito, mesmo à distância. Mas a chama continua acesa, sim. Às vezes bate uma canseira, mas eu to procurando me manter ativo, lendo, desenhando, ouvindo discos. Quem vive perto do mar, como nós, com tanta maresia, não pode dar brecha para a ferrugem pegar.
JD – A solidariedade entre público e artistas, além do apoio de artistas entre si, é uma das boas surpresas derivadas do isolamento. Essa corrente muda alguma coisa na estratégia de financiamento de projetos no futuro?
Julico – Eu senti isso na própria pele, essa solidariedade bateu muito forte em mim. Deu vontade de trazer pessoas pra perto. Nós, como artistas, estamos nos vendo acuados, sem meios de nos financiar. Não tem show. Live não dá grana. 
Nesse momento, a gente só tira grana do bolso, mesmo tendo sido contemplados em alguns editais. Não sei o que o futuro nos reserva. Espero que os bancos, grandes empresas, multinacionais, olhem pelos artistas. A Arte tem muito a oferecer para a iniciativa privada. Já que o poder público não faz nada, que a troca se dê com outros entes.
JD – A música mais recente da Baggios pode ser entendida como um reflexo do contexto atual, correto? Muito direta, a canção soa muito mais simples do que os discos mais recentes da banda. O single Quarenteners sinaliza um novo rumo, uma espécie de retorno às origens?
Julico – É massa quando a mensagem da música chega fácil nas pessoas. É raro. O próximo disco da Baggios ainda não tem uma forma. O que posso dizer é que estou compondo muito. Algumas canções têm um tom político, outras de reverência aos valores locais. São rascunhos. Por enquanto, ainda está tudo nebuloso.
JD – E os planos para uma carreira solo, extrapolam a gravação e o lançamento de um disco?
Julico – Eu fiquei um tempo noiado com isso. A minha imagem é muito associada a Baggios, que Já tem uma história grande. Há uma certa cobrança de qualidade em relação à banda, por parte de jornalistas, produtores de festivais. Com o trabalho solo eu me sinto livre de qualquer comparação com um trabalho estabelecido, posso criar do zero, experimentar com mais liberdade, arriscar outros caminhos. Também me serve para aproveitar canções que ficariam perdidas. Eu defino esse disco solo como um soul/funk brazuca, com a pegada dos 70. 
Quero lançar disco, clipe, vinil. Quero fazer shows, também. É claro que o meu trabalho à frente da Baggios tem prioridade. Mas eu espero que esse trabalho solo também ganhe corpo no palco.

Coração de mãe não  se engana. Foi por  sugestão de Dona Meire, a mulher que lhe presenteou com o dom da vida, que Julio Andrade arregaçou as mangas e caiu em campo, a fim de promover uma live solidária, em benefício da população carente de São Cristóvão. Produção de primeira, com projeção em tela de LED e banda completa, incluindo um afinado naipe de metais. Sábado, 25, a partir das 20 horas, no Youtube, The Baggios quebra tudo, como nos bons tempos.
Filho da cidade mãe, o artista Serigy com maior projeção na cena brazuca falou a respeito de isolamento, solidariedade e música a este Jornal do Dia. Segundo Julico, a pandemia é uma prova das mais duras, que ele encara com a devida coragem. O futuro a Deus pertence.

Jornal do Dia –
Como a quarentena eterna de Terra Brasílis afetou os planos da banda?

Julico – Primeiro afetou a nossa turnê européia, com 30 shows agendados, além de adiar algumas apresentações no Brasil. A gente acabou não rodando muito com o álbum Vulcão. Não passamos pelo sul, não tocamos em boa parte do nordeste. Estava nos nossos planos, mas não deu. 
O lado criativo do trampo, ao contrário, continuou fluindo, graças a Deus, essa força invisível que nos faz levantar e fazer o que a gente ama. Nesse tempos, quando tantas pessoas são vencidas pela depressão, o desânimo e até o desemprego, ter força para fazer planos é um privilégio.

JD – A conexão direta com o público, mediada pelas redes sociais, tem sido suficiente para manter a chama da paixão acesa?

Julico – Na verdade, a Baggios nem tem um público virtual muito grande. Além disso, também há a barreira dos algoritmos, regidos por uma lógica comercial massacrante, o que desanima um bocado. Na real, isso incomoda mais do que a própria quarentena, já que dá pra produzir muito, mesmo à distância. Mas a chama continua acesa, sim. Às vezes bate uma canseira, mas eu to procurando me manter ativo, lendo, desenhando, ouvindo discos. Quem vive perto do mar, como nós, com tanta maresia, não pode dar brecha para a ferrugem pegar.

JD – A solidariedade entre público e artistas, além do apoio de artistas entre si, é uma das boas surpresas derivadas do isolamento. Essa corrente muda alguma coisa na estratégia de financiamento de projetos no futuro?

Julico – Eu senti isso na própria pele, essa solidariedade bateu muito forte em mim. Deu vontade de trazer pessoas pra perto. Nós, como artistas, estamos nos vendo acuados, sem meios de nos financiar. Não tem show. Live não dá grana. 
Nesse momento, a gente só tira grana do bolso, mesmo tendo sido contemplados em alguns editais. Não sei o que o futuro nos reserva. Espero que os bancos, grandes empresas, multinacionais, olhem pelos artistas. A Arte tem muito a oferecer para a iniciativa privada. Já que o poder público não faz nada, que a troca se dê com outros entes.

JD – A música mais recente da Baggios pode ser entendida como um reflexo do contexto atual, correto? Muito direta, a canção soa muito mais simples do que os discos mais recentes da banda. O single Quarenteners sinaliza um novo rumo, uma espécie de retorno às origens?

Julico – É massa quando a mensagem da música chega fácil nas pessoas. É raro. O próximo disco da Baggios ainda não tem uma forma. O que posso dizer é que estou compondo muito. Algumas canções têm um tom político, outras de reverência aos valores locais. São rascunhos. Por enquanto, ainda está tudo nebuloso.

JD – E os planos para uma carreira solo, extrapolam a gravação e o lançamento de um disco?

Julico – Eu fiquei um tempo noiado com isso. A minha imagem é muito associada a Baggios, que Já tem uma história grande. Há uma certa cobrança de qualidade em relação à banda, por parte de jornalistas, produtores de festivais. Com o trabalho solo eu me sinto livre de qualquer comparação com um trabalho estabelecido, posso criar do zero, experimentar com mais liberdade, arriscar outros caminhos. Também me serve para aproveitar canções que ficariam perdidas. Eu defino esse disco solo como um soul/funk brazuca, com a pegada dos 70. 
Quero lançar disco, clipe, vinil. Quero fazer shows, também. É claro que o meu trabalho à frente da Baggios tem prioridade. Mas eu espero que esse trabalho solo também ganhe corpo no palco.

 

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