O bicho está pegando

O aumento do desemprego é efeito esperado  desde o início da pandemia. Mês a mês, o ba- lanço divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística traduz o drama vivido pelos trabalhadores brasileiros. Infelizmente, a farta documentação produzida pelos conceituados instituto de pesquisas nacionais não sensibilizam o governo federal. O presidente Bolsonaro se comporta como se nunca tivesse passado a vista sobre tais números.
Os números existem, entretanto. Especialistas para os traduzir, também. 11, 8 milhões de pessoas foram afastadas do trabalho por causa do coronavírus. Segundo o IBGE, a pandemia provoca redução de salário e compromete a saúde de empresas, especialmente pequenas. O governo federal dá de ombros, não se dispõe a uma reação, não faz nada.
Providências são necessárias também em Sergipe. Embora o estado ainda registre a menor taxa de desempregados da região nordeste, ainda há muita gente de braços cruzados. De acordo com o IBGE, 890 mil pessoas aptas ao trabalho estão fora do mercado.
Em Sergipe, a cada 1.000 pessoas em idade de trabalhar, apenas 439 estavam, de fato, trabalhando. Todos os números aqui mencionados referem-se ao mês de junho. Dada a falta de reação do poder público, tanto em âmbito federal quanto no estadual, a essa altura do campeonato a situação deve estar bem pior.
Não adianta mascarar a situação. Em junho, Brasil afora, aumentou o número de desempregados, caiu o total de ocupados e ocorreu uma diminuição no número de pessoas que não procuraram trabalho por conta da pandemia. Em bom português: o bicho está pegando.