A taxa de incidência, que mede a disseminação do coronavírus no estado, é a mais alta do Nordeste e entre as cinco maiores do país: 2.273,6 casos a cada 100 mil habitantes
O gráfico mostra a evolução da doença em Sergipe
Publicado em 26 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
A taxa de incidência, que mede a disseminação do coronavírus no estado, é a mais alta do Nordeste e entre as cinco maiores do país: 2.273,6 casos a cada 100 mil habitantes
O gráfico mostra a evolução da doença em Sergipe
A divulgação de exa mes represados que ficaram prontos ao longo desta semana contribuiu para uma nova alta dos casos de coronavírus em Sergipe, quebrando uma tendência de estabilização dos casos da doença e mostrando uma retomada do crescimento dos números. É o que aparece nos dados da 30ª Semana Epidemiológica da doença, concluída neste sábado e tabulada pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
O boletim do dia teve um acréscimo de 1.132 novos casos de coronavírus e 19 novas mortes por complicação da doença. Com esses dados, Sergipe está com um total de 52.264 pacientes infectados e 1.303 óbitos desde o início da pandemia. A taxa de incidência, que mede a disseminação do coronavírus no estado, continua sendo a mais alta do Nordeste e entre as cinco maiores do país: fechou em 2.273,6 casos a cada 100 mil habitantes. A taxa de mortalidade subiu de novo, para de 56,7 mortos por 100 mil habitantes e a de letalidade continua em 2,5%.
A média móvel, que mede os dados de pacientes infectados e de mortes a cada sete dias, também passou a contabilizada pelo Conass. É a partir dela que as autoridades e especialistas em saúdeanalisam o comportamento dos casos e projetam tendências de queda, aumento ou estabilização nos dias futuros. Em Sergipe, a média móvel de casosfechada neste sábado foi de 1.297 casos, a maior de todas as semanas desde o início da pandemia. Ela rompeu a barreira dos 1 mil casos diários no dia 10 de julho, com média de 1.013, e depois de um recuo no dia seguinte, voltou a subir no dia 14 e nunca mais caiu. Por outro lado, a média de mortes, que experimentava um período de estabilidade e já vislumbrava uma tendência de queda, também subiu. A média móvel de casos aumentou pata 27 óbitos no sábado, mesmo número já alcançado no dia 13 de julho. De lá pra cá, ela chegou a cair para 21 mortes em 20 de julho, e voltou a aumentar.
O governo do Estado tem atribuído a alta de casos a exames de dias anteriores que estavam em investigação e foram mandados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro (RJ), para desafogar a demanda do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). No boletim epidemiológico da sexta-feira, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, dos 37 óbitos anotados no dia, 29 estavam em investigação e foram confirmados. E dos 1.735 novos casos, 691 correspondem a amostras coletadas entre 18 e 21 de julho, e que foram processados pela Fiocruz.
A SES também anunciou uma ligeira redução nas taxas de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) reservados para pacientes com coronavírus. Neste sábado, a ocupação nas UTIs da rede pública ficou em 79,4%, e na rede particular, que ao longo de um mês ficou acima dos 100%, ficou em 99,1%, mas aumentou em relação ao boletim de sexta, quando estava em 95,4%houve ainda uma alta no número de pacientes curados do coronavírus, que ficou em 26.800.
Os dados deverão ser discutidos nesta semana, quando os conselhos gestores de Emergência (CGE) e de Retomada da Economia (Cogere) devem se reunir para avaliar mudanças no Plano de Retomada Econômica, que teve a suspensão mantida na quinta-feira, por decisão do desembargador Manoel de Oliveira Erhardt, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife (PE). Ele manteve a decisão anterior da Justiça Federal de Sergipe (TJSE), alegando que o estado descumpriu o que está previsto em seu próprio decreto estadual de emergência, ao ativar a abertura dos estabelecimentos econômicos da fase laranja (como escritórios, clínicas, salões de beleza e templos religiosos) quando os leitos de UTI ainda estavam com a ocupação acima de 70%.
O governo decidiu não recorrer da decisão e mandou que as equipes técnicas das áreas econômica, jurídica e de saúde reavaliem o Plano. Está prevista também para esta segunda-feira uma reunião dos técnicos do governo com representantes dos shoppings centers que funcionam no estado. Eles vão apresentar, como sugestão, um protocolo de procedimentos de prevenção e controle para o funcionamento do setor, com distanciamento social, limitação das capacidades de estacionamento e presença de público, medição de temperatura e higienização dos ambientes. Esse protocolo já foi definido pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) e adotado, com adaptações, também pelo Grupo JCPM, holding que controla, em Aracaju, os shoppings Jardins e Riomar. O setor já funciona com restrições em parte das capitais do Nordeste, como Salvador, Maceió e Fortaleza.