PF faz apreensões em apartamento de advogado na 13
Publicado em 30 de julho de 2020
Por Jornal Do Dia
A Polícia Federal reali zou ontem a ‘Opera ção Mercado das Armas’, que investiga suspeitos de integrarem grupo especializado no tráfico internacional de armas de fogo e acessórios. Cerca de 130 agentes foram mobilizados para cumprir 25 mandados de busca e apreensão nos estados de Sergipe, Paraná, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Houve ainda uma prisão preventiva que foi cumprida em Brumadinho (MG). As ordens judiciais, pedidas em uma representação da PF, foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
Em Aracaju, duas equipes da PF estiveram em um condomínio na Avenida Acrísio Cruz, no bairro 13 de Julho (zona sul), e fizeram a diligencia no apartamento de um advogado, que não teve o seu nome divulgado. Ali, os policiais recolheram documentos, computadores e celulares, além de duas armas de fogo. Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi chamado para acompanhar a busca e informou que as duas armas são legalizadas e que o advogado investigado tem registro e autorização para posse de armas.
A investigação da ‘Mercado das Armas’ apontou a atuação de suspeitos nos estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo, que atuavam em associação na importação, transporte e remessa de armas de fogo e acessórios, que teriam como destino clientes em outros estados brasileiros. Nestes locais, foram realizadas apreensões de armas de fogo e acessórios, escondidos dentro de equipamentos, como rádios, climatizadores e panelas elétricas, que eram remetidos e transportados pelos Correios e por transportadoras privadas.
Tais objetos eram importados do Paraguai pelos investigados, e contavam com o auxílio de atravessadores paraguaios para trazê-los ao Brasil.Um dos acessórios importados do Paraguai e comercializado pelos investigados é o denominado ‘Kit Roni’ que, em um de seus modelos para uso exclusivo com pistolas de airsoft, era transformado para uso com armas de fogo e munições reais, tornando o equipamento em uma espécie de submetralhadora, podendo-se utilizar carregadores estendidos e seletores de rajadas. A importação desse acessório era realizada de forma ilegal, sem os certificados necessários e vendidos por plataformas virtuais sem o fornecimento de notas fiscais.
Os investigados serão indiciados pelos crimes de tráfico internacional de armas de fogo e acessórios, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Se condenados poderão ter penas de até 12 anos de prisão.