Auxílio emergencial amenizouimpactos da pandemia em SE, diz UFS
Publicado em 05 de agosto de 2020
Por Jornal Do Dia
O Laboratório de Economia Aplicada e Desenvolvimento Regional (Leader) da Universidade Federal de Sergipe (UFS) divulgou uma nova simulação dos efeitos da pandemia da covid-19 na economia sergipana em abril. A análise realizada no âmbito do projeto EpiSergipe estima que o pagamento da primeira parcela do auxílio emergencial do Governo Federal amenizou o impacto no mês analisado de R$ 648,5 para R$ 398,3 milhões.
Sem considerar a política compensatória, a estimativa é de um custo de R$ 648,5 milhões em abril, o que representaria 2,4% do PIB (Produto Interno Burto) de Sergipe. Com o pagamento da primeira parcela do auxílio, por sua vez, o impacto é minimizado para R$ 398,3 milhões, o que significaria 1,5% do PIB. Nisso, a redução é de 38,7%.
O coordenador do Leader e professor do Departamento de Economia da UFS, Luiz Carlos Ribeiro, afirma que, além do auxílio emergencial, a simulação leva em conta a retirada de trabalhadores informais, a queda do emprego formal observada no estado, e a média do índice de isolamento social. "A principal explicação para essa redução é que o auxílio emergencial garante um consumo mínimo ou de subsistência para as famílias mais pobres e trabalhadores informais o que, por sua vez, estimula a economia", ressalta o pesquisador.
Dados do Ministério da Cidadania mostram que 731.721 pessoas (31,7%) foram beneficiadas com a primeira parcela do auxílio em Sergipe. Mais da metade desses beneficiários (52,4%) já recebiam o Bolsa Família. Outros 28,1% fizeram o cadastro pelo aplicativo da Caixa, e 19,5% foram novos beneficiários oriundos do CadÚnico.
A análise do Leader ainda aponta que, entre os municípios, Canhoba e Graccho Cardoso apresentaram as maiores parcelas da população beneficiada, com 47,8% e 47,1%, respectivamente. Por outro lado, Aracaju e Laranjeiras tiveram as menores parcelas, com 22,2% e 28,2%. "Em termos do valor distribuído por município, a região metropolitana de Aracaju, constituída por Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, respondeu por 33,63% do total do auxílio. Percebe-se que as microrregiões de Estância, Tobias Barreto e Itabaiana também se destacam", sinaliza Luiz Ribeiro.
A simulação indica também os setores em que o auxílio mais atenua o impacto na economia sergipana. São eles: atividades imobiliárias, serviços às famílias, alojamento e alimentação, e comércio. Já entre as atividades industriais, alimentos e bebidas. "De forma geral, percebe-se que a política compensatória atenua o impacto em todos os setores. Os serviços, por serem atividades mais demandadas pelas famílias em geral, têm uma redução relativamente maior do impacto",complementa o professor.
Além de Luiz Carlos Ribeiro, o estudo foi elaborado pelos professores do Leader no Departamento de Economia da UFS, José Ricardo de Santana, José Roberto Lima Andrade, Fábio Rodrigues de Moura, Fernanda Esperidião e Marco Antônio Jorge. Ele faz parte do projeto EpíSergipe, uma parceria entre a UFS e o Governo de Sergipe.