Na batalha

Disposição para a batalha, como se diz em lin- guagem popular, o brasileiro tem para dar e  vender. Ao primeiro sinal de retomada da atividade econômica, pelo menos um milhão de trabalhadores caiu em campo, dispostos a tentar a sorte em busca de um emprego.
Cerca de 1 milhão de pessoas voltaram a buscar trabalho na segunda semana de agosto (entre os dias 9 e 15), de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Covid-19). De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela pesquisa, esse é um reflexo das flexibilizações do isolamento social.
Ninguém sabe ainda quais os efeitos da retomada econômica em âmbito sanitário, nem quando o fim da quarentena afetará o mercado de trabalho, o consumo e a geração de receita. De certo, há a urgência de investimentos mais robustos por parte do poder público, a fim de fomentar o crescimento. O liberalismo de araque do governo federal, afeito a um rigor fiscal insensível ao contexto social, no entanto, tende a jogar areia nos planos. Tudo indica, a recuperação será muito lenta.
Convém lembrar: Não foi à toa que governadores e prefeitos deram o braço a torcer e apressaram a retomada econômica, apesar do risco de aumento do contágio por Covid-19. A crise sanitária redundou em agravamento da crise econômica, anterior à pandemia.