Sábado, 11 De Janeiro De 2025
       
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Mortes em ações policiais dobraram em Sergipe


Publicado em 06 de setembro de 2020
Por Jornal Do Dia


O designer Clautenis José dos Santos foi morto em 8 de abril de 2019 por agentes policiais

POLICIAIS DURANTE OPERAÇÃO NO INTERIOR DO ESTADO: Os casos de mortes em diligências policiais geralmente são atribuídos a confrontos entre policiais e suspeitos de crimes, que aparecem armados e reagem às ações da polícia, atirando contra os agentes

 

Sergipe já figura entre 
os estados com mai
or número proporcional de mortes ocorridas em operações policiais ou causadas por policiais da ativa. A constatação está em um levantamento feito e divulgado nesta semana pelo site de notícias G1, a pedido do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP). De acordo com os dados, repassados pela própria Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram 107 pessoas mortas por policiais da ativa no 1º semestre de 2020, contra 59 do mesmo período do ano passado. 
O resultado coloca Sergipe com a taxa de 4,6 mortos por policiais a cada100 mil habitantes. É a segunda maior taxa de letalidade policial do país, ficando acima de estados maiores e com mais histórico de violência, como Rio de Janeiro (4,5), Bahia (3,4) e Pará (3,0). O maior índice do levantamento foi o do Amapá, com 8,1 mortes por 100 mil habitantes. Por outro lado, o mesmo levantamento apontou que, também no primeiro semestre de 2020, um policial da ativa morreu em serviço, contra nenhum em 2019. 
A mesma tendência de crescimento destes casos já apareceu em outra pesquisa, divulgada ao final do ano passado: o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que se baseou em dados estatísticos dos anos de 2017 e 2018. Segundo o levantamento, em 2017 ocorreram em Sergipe 90 mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora dele, número que saltou para 144 no ano seguinte. Isso representou um aumento de 60,7%, colocando o estado na 5ª posição entre os outros estados, atrás apenas de Roraima (183,3%), Tocantins (99,4%), Mato Grosso (74%) e Pará (72,9).
Os casos de mortes em diligências policiais geralmente são atribuídos a confrontos entre policiais e suspeitos de crimes, que aparecem armados e reagem às ações da polícia, atirando contra os agentes. É a informação mais relatada nos comunicados oficiais da Secretaria da Segurança Pública (SSP), que apresenta ainda armas utilizadas pelos suspeitos e as munições deflagradas. Em nota enviada ao JORNAL DO DIA, a SSP explica "que as operações policiais em que há situação de confronto, em sua grande maioria, são pautadas em informações preliminares sobre pessoas envolvidas com a criminalidade e com uso de ferramentas de investigação e dos serviços das unidades de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar". 
Grito dos Excluídos – No entanto, a frequência dos casos, mesmo com a redução de 13% no índice geral de homicídios em Sergipe – apurada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) -, começa a despertar reações em movimentos sociais organizados, que decidiram incluir o tema da letalidade policial na realização do "Grito dos Excluídos", organizado pela Igreja Católica. A edição deste ano acontece na segunda-feira, feriado de 7 de Setembro, às 8h, na Praça da Igreja Pio X, bairro Palestina (zona norte). Durante o ato, o Fórum das Entidades Negras de Sergipe vai lançar a campanha "Negros e Negras pela vida e contra a violência policial e o genocídio da juventude negra", que tem como mote o movimento internacional "Black LivesMatter" (Vidas Negras Importam).
O Fórum afirma que a atuação das forças policiais é mais forte e violenta com jovens negros e pobres, e que, através da campanha, vai cobrar respostas para casos de violência policial considerados emblemáticos em Sergipe. O principal deles é o do designer Clautenis José dos Santos, morto em 8 de abril de 2019, quando o carro onde ele estava foi abordado por três agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), entre os bairros Bugio e Santos Dumont. "Com 37 anos, este jovem negro, designer, estava voltando para casa quando o carro foi interceptado pela Polícia que disparou tiros contra Clautenis, matando-o sem que ele tivesse direito à defesa. Este crime aconteceu há um ano e até agora não há qualquer resposta por parte do Estado", diz o movimento.
A SSP reafirma que as ações policiais que resultam em confronto estão dentro da legalidade e tiveram esse resultado por conta de circunstancias que colocaram as vidas dos policiais em risco, e nas quais eles agiram em legítima defesa. "Nossos agentes policiais agem no estrito cumprimento do dever legal e dentro das excludentes permitidas em lei. Nossas polícias primam pela legalidade, mas nas situações de confronto com a criminalidade, não hesitam em defender suas próprias vidas, da sociedade e a imagem de suas instituições.No mais, nossas Polícias Civil e Militar estarão atuando com respeito ao que é determinado em lei e na defesa do que mais importa, o cidadão de bem", conclui o órgão.

Sergipe já figura entre  os estados com mai or número proporcional de mortes ocorridas em operações policiais ou causadas por policiais da ativa. A constatação está em um levantamento feito e divulgado nesta semana pelo site de notícias G1, a pedido do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP). De acordo com os dados, repassados pela própria Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram 107 pessoas mortas por policiais da ativa no 1º semestre de 2020, contra 59 do mesmo período do ano passado. 
O resultado coloca Sergipe com a taxa de 4,6 mortos por policiais a cada100 mil habitantes. É a segunda maior taxa de letalidade policial do país, ficando acima de estados maiores e com mais histórico de violência, como Rio de Janeiro (4,5), Bahia (3,4) e Pará (3,0). O maior índice do levantamento foi o do Amapá, com 8,1 mortes por 100 mil habitantes. Por outro lado, o mesmo levantamento apontou que, também no primeiro semestre de 2020, um policial da ativa morreu em serviço, contra nenhum em 2019. 
A mesma tendência de crescimento destes casos já apareceu em outra pesquisa, divulgada ao final do ano passado: o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que se baseou em dados estatísticos dos anos de 2017 e 2018. Segundo o levantamento, em 2017 ocorreram em Sergipe 90 mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora dele, número que saltou para 144 no ano seguinte. Isso representou um aumento de 60,7%, colocando o estado na 5ª posição entre os outros estados, atrás apenas de Roraima (183,3%), Tocantins (99,4%), Mato Grosso (74%) e Pará (72,9).
Os casos de mortes em diligências policiais geralmente são atribuídos a confrontos entre policiais e suspeitos de crimes, que aparecem armados e reagem às ações da polícia, atirando contra os agentes. É a informação mais relatada nos comunicados oficiais da Secretaria da Segurança Pública (SSP), que apresenta ainda armas utilizadas pelos suspeitos e as munições deflagradas. Em nota enviada ao JORNAL DO DIA, a SSP explica "que as operações policiais em que há situação de confronto, em sua grande maioria, são pautadas em informações preliminares sobre pessoas envolvidas com a criminalidade e com uso de ferramentas de investigação e dos serviços das unidades de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar". 

Grito dos Excluídos – No entanto, a frequência dos casos, mesmo com a redução de 13% no índice geral de homicídios em Sergipe – apurada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) -, começa a despertar reações em movimentos sociais organizados, que decidiram incluir o tema da letalidade policial na realização do "Grito dos Excluídos", organizado pela Igreja Católica. A edição deste ano acontece na segunda-feira, feriado de 7 de Setembro, às 8h, na Praça da Igreja Pio X, bairro Palestina (zona norte). Durante o ato, o Fórum das Entidades Negras de Sergipe vai lançar a campanha "Negros e Negras pela vida e contra a violência policial e o genocídio da juventude negra", que tem como mote o movimento internacional "Black LivesMatter" (Vidas Negras Importam).
O Fórum afirma que a atuação das forças policiais é mais forte e violenta com jovens negros e pobres, e que, através da campanha, vai cobrar respostas para casos de violência policial considerados emblemáticos em Sergipe. O principal deles é o do designer Clautenis José dos Santos, morto em 8 de abril de 2019, quando o carro onde ele estava foi abordado por três agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), entre os bairros Bugio e Santos Dumont. "Com 37 anos, este jovem negro, designer, estava voltando para casa quando o carro foi interceptado pela Polícia que disparou tiros contra Clautenis, matando-o sem que ele tivesse direito à defesa. Este crime aconteceu há um ano e até agora não há qualquer resposta por parte do Estado", diz o movimento.
A SSP reafirma que as ações policiais que resultam em confronto estão dentro da legalidade e tiveram esse resultado por conta de circunstancias que colocaram as vidas dos policiais em risco, e nas quais eles agiram em legítima defesa. "Nossos agentes policiais agem no estrito cumprimento do dever legal e dentro das excludentes permitidas em lei. Nossas polícias primam pela legalidade, mas nas situações de confronto com a criminalidade, não hesitam em defender suas próprias vidas, da sociedade e a imagem de suas instituições.No mais, nossas Polícias Civil e Militar estarão atuando com respeito ao que é determinado em lei e na defesa do que mais importa, o cidadão de bem", conclui o órgão.

 

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